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Quinta- feira, acordei toda animada. Hoje vai ter uma farra na casa da prima de Clarinha, uma menina que nos pegamos papo no pagode.
Clarinha diz que convocou uns meninos dos morros, e pediu pra eles ir chamando os mais chegados. Que tenha algum gatinho, porquê né, mereço.

Eu e a Bia íamos dormir lá junto com Clarinha.
Terminei de arrumar minha mochila e fui pro whatsapp.

Conversa do whatsapp:

As winx ❄:
Be Atriz🐟: To ansiosa taa. Da licença.
Iluminada🔦: Nem fala, tava doida pra curti um exxxquenta 🍻
Juju: Muita putaria, que é de lei 😘😘😘😘💃
Eu: Só quero beber horroreeeeeeeeeeeees 🍹
021...: Quero um didoban bem brutooo. Hj a noite vai ser pequena.

Ficamos conversando até da a hora de ir arrumar.
Fim da conversa.

Separei minha roupa, tomei banho, lavei meu cabelo, escovei os dentes, sai enrolada na toalha, passei óleo, coloquei uma lingerie, uma meia rastão, short jeans e cropped preto de renda. Fiz uma make basica, me perfumei, Bia mandou mensagem falando que tava me esperando.
Calcei uma botinha preta, peguei a mochila, e fomos. Meus pais estavam na casa da Dinda, mandei mensagem pra mim mãe no caminho.

__ Quero um boy hoje - Fiz bico.
__ Quando tu não quer né? - Bia gargalhou.
Não demorou muito e nos chegamos.
Chegamos um pouco mais cedo pra ajudar fazer as batidas.
Guardamos nossas coisas, ligamos o som lá no quintal e começamos os trabalhos.

Logo tudo ficou prontinho e o pessoal começou chegar.
__ Menina, tem uns boy aqui que nunca nem vi - Bia me olhou.
__ Nem fala - Falei pegando caipirinha.
__ Vamo lá perto do som - Clarinha falou e nos fomos, juntamos com as outras meninas e começamos a dançar.

Já tava ficando lotadinho, o quintal não era tão grande, então fica babadeiro demais, colocamos umas luzes coloridas, e a Juju tinha máquina de fumaça.
Tiramos altas fotinhas.
__ Dei balinha pra ela, ela ficou descontrolada - Cantarolei.
__ Rebolando você vai, com muito tesão - Bia jogava a bunda pro alto.

Começamos embrazar brabas demais.
__ Mi, olha quem chegou - Bia cochichou.
Dei uma despistada, e fui virando.
__ Rebolo, me deixou de pau durão - Cantarolei despistando.

Fiquei em choque, vendo Bryan, entrando com Nandinho e os meninos.
__ Porra, o que esses meninos tão fazendo aqui ? - Comecei a dançar na frente de Bia.
__ Também não sei caralho, quem que o Marreta tá comendo aqui além de mim ? - Bia olhou em volta.
__ Para de neurose - Gargalhei.
__ E Bryan? Não conversou contigo mais?

__ Não menina, desde o baile sábado, sumiu. Também tô nem aí - Dei de ombros.
__ Tu é demais - Gargalhou.
__ Não me segue, que nem eu sei pra onde to indo - Falei e nos rimos.
Peguei mais caipirinha e fiquei de canto com Bia dançando demais.
Clarinha e Juju foi perto dos meninos, falaram algumas coisas e saíram.
Eles acenderam um baseado, pegaram bebida e foram pra uma parte mais escura.

__ Solta a putaria nessa porra - Cantarolei.
__ Levei ela lá pra base, só no cu, só no cu, piranha - Bia completou.
Gravamos altos status, dançando horrores, quebrando tudo.
__ Meninas, vamos beber dose de cachaça - Clarinha falou.
__ Bora - Fomos até elas.

Ela encheu os copinhos com cachaça e nos viramos.
__ Porra - Gritei fazendo cara feia.
__ Mais um, mais um - Bia falou.
Enchemos mais e viramos de novo.
Começamos a mandar quadradinho babado, descendo até o chão, jogando pro alto.

Ficou cheio, mas não dá em nada ne.
Nem vi mais os meninos, graças a Deus.
Peguei um cigarro, e um copão de catuaba, enchi de gelo e comecei embrazando.
__ É bacanal, enquanto tu mama os amigos, eu vou mantendo o pau - Cantei.
__ Chama as novinhas pra sentar na piroca - Bia Cantarolou aquecimento macumbinha e nos já começou a jogar com tudo.

__ Caralho, vou dar PT - Clarinha falou.
__ raspadinha no chão - Cantei e ia até o chão.
__ To louca, da licença da - Bia falou pegando outro copo de catuaba.
__ Vou no banheiro - Falei saindo.

Joguei um trident na boca e fui passando esbarrando em todo mundo. Não dava pra passar de boa.
Entrei dentro da casa da Juju, deixei meu copo na mesinha do lado de fora do banheiro e entrei.
Usei o banheiro, me olhei no espelho ajeitando meu cabelo e retocando o batom.
__ Caralho, to muito louca - Balancei a cabeça rindo.
Sai do banheiro, peguei meu copo e voltei.
__ Encosta a buceta no ak - Cantarolei chegando perto das meninas.
__ Encosta a buceta na ak - Elas cantaram apontando pra minha tatuagem de ak no braço.
__ Só no cu piranha - Cantamos juntas descendo até o chão.

Virei metade do meu copo de catuaba.
Senti meus pés ficarem leves e gelados, minhas vistas foram ficando turvas, tava vendo dois de todo mundo. Alguns segundos depois já nem tava vendo dois, nem absolutamente nada, minha cabeça começou martelar, fui afastando pra trás toda tonta.

__ Alexandra, Alexandra, Alexandra - Ouvi alguém gritando longe mas não conseguia responder.
Senti alguém segura forte minha mão e me puxar, me levando pra fora da multidão.
__ Alexandra, tu tá bem caralho? - Não conseguia identificar de quem era a voz. Meu coração começou acelerar e logo depois não vi mais nada.

Beatriz Narrando:

Ale foi no banheiro e eu fiquei dançando com as meninas. Nossa farra tava gostosinha demais, lotada, geral embrazando.
Alexandra voltou, e então percebi ela estranha. Parecia que tinha usado alguma droga.
__ Alexandra, Alexandra, Alexandra - Chamei, mas ela só forçava a vista.
Sai puxando ela pelo meio do povo, sem dar sinal algum.
Levei ela pro quarto, tranquei a porta, levei a chave comigo e fui atrás do Bryan.

Procurei pelo quintal todo e vi ele de canto, conversando com Marreta.
__ Bryan, vem comigo urgente - Falei apavorada.
__ Qual foi? - Me olhou.
__ Alexandra tá toda estranha - Falei confusa.
__ Cadê ela? - olhou em volta já preocupado.
Fui saindo e os dois vieram comigo.
Abri a porta e ela tava de olho fechados, passando a mão na cabeça.

__ Alexandra, tu tá bem caralho? - Bryan chegou perto dela.
Já comecei chorando.
__ Me ajuda aqui Marreta - Bryan falou segurando ela que amoleceu toda e apagou.

__ Aí meu Deus, o que tá acontecendo - Comecei abanar ela, Alexandra tava totalmente gelada.
__ Alguém sabotou o copo dela - Marreta falou abrindo a porta.
Bryan saiu com ela no colo, peguei nossas bolsas e fui correndo atrás.
Entramos no carro do Bryan e o Marreta acelerou, indo em direção ao morro de Bryan.

Nicotina - Livro BônusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora