[QUARENTA E TRÊS]: TREZE DE MAIO

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NICHOLAS

Dezoito. Quando eu era menor, sempre me imaginei alcançando essa idade, e ainda menor, sempre imaginei o que esse número traria para a minha vida, afinal, sempre me disseram que os dezoito anos mudam a vida de qualquer adolescente para sempre. É chegada a fase adulta, do começo das principais responsabilidades, embora eu ainda não esteja sentindo nenhum efeito positivo ou negativo diante a isso. Me sinto normal, apenas Nicholas e apenas Danvers, enquanto meus olhos tentam se acostumar com a claridade da luz que avança através da grande janela do meu quarto, eu me enrolo mais em meu edredom, preguiçoso para iniciar mais um dia, embora esse seja a mudança de tudo, fechando o ciclo anterior, de semanas atrás, para iniciar algo que eu posso ditar da maneira que quero.

Se o Derek estivesse aqui, ele já teria invadido o meu quarto. Pensar nele já não dói tanto, e embora estejamos conversando pouco porque o treino é intensivo e as aulas também, sabemos que as coisas estão bem, e também sabemos que a saudade está grande. Ele se certificou em ser o primeiro a me enviar uma mensagem de parabéns, por vídeo, antes que eu fosse dormir para não me afogar na imensidão de mensagens que sabia que receberia depois. Ele sempre age de maneira especial, e ele sempre me põe em primeiro lugar, mesmo de longe.

Luto o máximo que posso contra aquele impulso de levantar da cama para tomar uma ducha. É sábado e eu havia prometido para o pessoal – em especial ao Lorenzo –, que iríamos para aquela festa em uma balada pela primeira vez. Ele não esqueceu a promessa que me fez, embora eu preferisse que tivesse esquecido. A ideia de me ver em uma balada dançando com outras pessoas durante uma música alta não é algo que me empolga o suficiente, mas talvez seja justamente isso que os dezoito anos significa, quebrar regras e ir contra a maré dos seus próprios pensamentos, ao menos por enquanto – não quero passar dos limites –, e é assim que vou fazer.

A água gélida caí por minha pele branca. Fecho meus olhos por longos minutos, respirando de maneira controlada enquanto meus pensamentos me levam para aquela paisagem da Golden Gate e do belo sol que fazia quando atravessávamos o oceano para irmos em direção ao Aeroporto de San Francisco, foi uma vista perfeita para uma despedida perfeita. São nesses pensamentos que me pego pensando que, na maior parte do tempo, embora eu esteja vivendo a minha vida, sempre penso nele ou crio comparações que o envolva, essa é a maior prova de que Derek Haze sempre estará presente em minha vida, mesmo que eu não queira.

Meus olhos azuis brilham diante ao espelho. Acho que estou mais magro, embora meu corpo ainda tenha algumas linhas de definições e aquela curva em v que segue a toalha em cor branca. A festa que o Lorenzo me levaria seria pelo entardecer, quando a lua estivesse prestes a surgir no céu, mas agora, pela manhã, a Alison havia dito que tinha algo para todos nós e que precisávamos ir até a casa dela para a surpresa, não tive como me opor, nem posso, ela está dando o melhor de si para mudar as coisas e conquistar o seu próprio espaço antes que tudo termine, e acho que estarmos juntos dissipa os meus pensamentos de não ter ninguém, embora eu sempre esteja rodeado de pessoas.

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Depois do Ritual (romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora