[VINTE E NOVE]: QUEBRADO

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NICHOLAS

Ainda não sei como responder aquela mensagem, mas agora tudo estava explicado. Me sinto gélido pelo que isso pode significar, mas tento absorver todos os meus pensamentos positivos para não me sentir tão incapaz ou estremecido em saber que eles estão juntos em um momento tão delicado para a Yuna. Me sinto fútil e babaca o suficiente para chegar no ápice da raiva por um outro alguém em um momento tão delicado assim. Eu conheço a Yuna, eu sei o quão manipuladora ela pode ser para conseguir o que quer. Ela é observadora, é intrometida e desde que descobriu a verdade se tornou capaz de tudo para puxar o Derek para o lado dela. Isso me assombra, mas eu desejo que tudo fique bem, a situação e ela.

Por vezes meus dedos discam pela tela no intuito de escrever uma mensagem que apago todas às vezes. Prefiro deixa-lo, ele precisa respirar longe de mim, precisa cuidar dela embora ele não seja o responsável por toda essa situação. Derek tem o poder de gostar de pagar de herói, eu não conseguiria fazer isso sempre, não por todas as pessoas. Ultimamente eu tenho andado preocupado demais com o futuro, com os próximos meses, com a formatura e em como estaremos lá na frente. Todas as partes do meu corpo querem deixar San Pier para trás, mas nenhuma delas quer deixar de vê-los todos os dias. Não existe mais Fallwour, não existe mais time de futebol e eu sei que com o amadurecimento e o final desse ano, todos nós trilharemos caminhos diferentes.

Eu quero conseguir uma vida em Los Angeles, longe o suficiente de toda a merda do passado, mas perto o suficiente dos holofotes. Senão lá, me vejo em Nova York em meio aos carros e a vida corrida, no atrito diário que não me deixará pensar em nada negativo enquanto foco em minha carreira de ator. Eles disseram que me apoiariam nisso. Derek quer ser jogador, quer se tornar profissional e ter êxito o suficiente para orgulhar o pai, ele almeja isso, talvez não seja o seu sonho verdadeiro e sim uma conquista, ele quer se orgulhar em saber que o tio Fred estará orgulhoso porque assim ele se orgulhará também. Alison gosta de escrever, o suficiente para vender letras para cantoras famosas, ou criar um sucesso para Broadway se pudermos sonhar alto. Ela é uma escritora boa o suficiente para criar universos com paixão e dedicação, sei disso através das pequenas coisas que li devido a sua vergonha. A Kimberly também gosta das câmeras, não como eu. Ela gosta de informar, seja de forma visual ou escrita.

Não estaremos no mesmo lugar por muito tempo. Essa pode ser a última vez.

Pensar nisso me deixa quebrado.

— Nicholas? — sou movido à aquela vez, deixando de encarar uma foto de nós quatro em meu celular. Alison me encara, acompanhada pela Kimberly que quase é levada pela multidão que passa pelos corredores da Zaco. — Estamos no intervalo, não está com fome?

Não estou. Mas digo que sim.

— Antes de irmos, será que eu posso falar com a Kimberly? — minha voz soa trêmula. — A sós. Não vou demorar muito, eu prometo. — a feição da Kim não muda enquanto ela me encara. Tento desviar o meu olhar do seu, encarando seu moletom preto com cerejas espalhadas.

— Tudo bem por você? — Alison pergunta a Kim que concorda com a cabeça antes dela se afastar, se despedindo de nós. — Espero vocês no refeitório, não se matem.

Fico sério.

— E-Eu gostaria de te pedir desculpas pelo que aconteceu. — gaguejo pelo nervosismo. — Sei que fui um idiota. Você estava em seu direito naquela festa, todos nós estávamos bêbados e foi uma baita noite, aconteceram tantas coisas e eu sei o quão difícil foi estar lá, foi assim para mim também. — sou sincero. — Eu gosto de você, você é uma grande amiga e esse ano tem sido louco por causa dessa merda de ritual, não quero te perder.

Depois do Ritual (romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora