[VINTE E SETE]: DE VOLTA AO LAR

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Minha tentativa de conseguir dormir após o banho foi totalmente por água a baixo quando a imagem da Alison aparece na tela do meu notebook, atrapalhando um dos meus episódios de The 100. Era uma chamada de vídeo no Skype e eu não poderia recusar, eu havia prometido a ela que conversaríamos quando eu chegasse em casa e além disso, queria saber das novidades.

— AAAAAAAAAH! — o grito da Alison faz meus ouvidos doerem e por apenas um minuto eu me arrependo de não ter retirado os fones antes de ter aceitado a chamada. — Que saudade dessa sua carinha de bunda, Nico. — ela sorri.

— Meu Deus, Alison, precisa gritar? — reviro os olhos enquanto falo. — Tenho que admitir que senti saudades de você também, como estão as coisas em Santa Mônica? — questiono enquanto mordisco a manga do meu moletom cinza.

Alison estava inquieta do outro lado da tela, como se estivesse rabiscando algo. Era óbvio que ela estava, ela não usava óculos atoa. Seu cabelo ruivo estava preso em um coque alto, com alguns fios desgrenhados lhe dando uma beleza natural naquele moletom cor nude.

— Um pouco tedioso, a gente saiu algumas vezes para ir ao parque e outros lugares, mas agora a Victoria está namorando, então as coisas estão fora do normal por aqui, não vejo a hora de voltar para casa e me reencontrar com vocês. — ela diz e eu tento forçar minha memória para me lembrar de quem é a tal Victoria, por sorte, não sou tão lerdo assim.

Victoria era a prima da Alison, e ela era uma pessoa legal até decidir por vontade própria que garotas boas só devem namorar garotos maus, foi assim que ela mudou completamente o seu jeito de ser e isso à afastou da Alison.

— Mas não vamos falar de mim, o assunto aqui é você e o Derek, como vocês estão? — ela continua antes que eu diga alguma coisa. — Por que essa viagem terminou tão rápido assim? E vocês estão.. — ela demora para dizer a palavra e isso me causa desconforto. — Namorando?

Falar sobre minha situação com o Derek ainda causa um efeito estranho em mim.

— Estamos bem, eu acho. — falo a verdade. — A viagem foi boa e a gente aproveitou o que deu, eu gostaria de que tivesse durado mais, mas não me arrependo. E a gente precisou voltar de viagem porque a minha mãe teve uns problemas e precisou da minha presença, é algo que eu te conto pessoalmente quando voltarmos para o colégio.

Alison confirma com a cabeça, agora o que quer que ela esteja rabiscando, ganha o tom de amarelo. — Claro que você me conta, isso se você não me deixar sozinha.

Me pergunto se iria ser grosseiro fechar o notebook e não responder.

— E eu tenho novas falas para você decorar, parte do cenário já foi produzido durante nossas férias, você precisa ensaiar com o Lorenzo, quando voltarmos iremos fazer a seleção do restante dos personagens e medir vocês para o vestuário. — ela se empolga nas palavras enquanto rabisca.

A peça. Já havia esquecido dela, apesar de ter trocado uma ou duas mensagens com o Lorenzo durante nossas férias. Ele era um cara legal, na dele, mas bastante legal. O problema era que o nosso papo fluía bem melhor pessoalmente, até a química era diferente quando tornávamos real o que era fictício para aquela peça.

— Me envie quando terminarmos. — tentava demonstrar empolgação também. Eu estava empolgado, mas a situação com o Derek já havia se tornado maior do que qualquer outra coisa boa para mim. Eu realmente estava vívido, bem.

— Certo. Mas agora eu tenho algo para te mostrar. Droga, estou fazendo isso há dias. — Alison arruma o piercing no septo e então move a cabeça em direção a algum outro lugar. — Oi? Sim, não. É apenas o Nicholas, é o Nicholas. — ouço a falar para alguém do outro lado.

Depois do Ritual (romance gay)Where stories live. Discover now