A piada é cortada quando a imagem da tia Rouse surge de uma das escadas por trás do Derek, me causando constrangimento por estar abraçando-o daquela forma.
Essa casa realmente é grande. — penso.
— Que cena mais linda. — ela diz, com um sorriso largo nos lábios. — Eu adoro ver vocês assim, essa conexão entre vocês dois me deixa extremamente feliz.
Ainda mais constrangido, afasto o Derek da forma mais rápida que consigo e enfio minhas mãos trêmulas em meu bolso, desviando meu olhar rapidamente para o chão. Se eu já não gostava de ser visto abraçado com o Derek por outras pessoas, pior era ser visto abraçado com ele por sua própria mãe.
Ele me olha sem entender. Os mesmos olhos verdes.
— Ah gente! — ela reclama. — Vocês dois vão parar de se abraçar só porque eu cheguei? Eu estava aproveitando o momento de amor entre vocês, para mim amizade é assim, dar abraços, trocar momentos felizes. — ela passa alguns fios do cabelo tingido de ruivo para trás enquanto se aproxima de nós dois. Está vestindo uma calça jeans justa e uma blusa folgada em cor branca. — Demonstrem amor, vocês não precisam ter vergonha disso.
Tenho a leve impressão de que ela está insinuando algo, ou talvez percebendo que esteja existindo algo entre mim e o Derek, rezo para que seja apenas paranoia de mãe, mas eu sei que não é, a tia Rouse aparenta ter a "mente aberta", é uma mãe com cabeça de jovem, liberal.
— MÃE! — o Derek reclama, revirando os olhos e se afastando ainda mais de mim quando ela força um abraço triplo, ele se desvencilha com rapidez, claramente incomodado com a possível insinuação dela.
— Não sei porque você é tão chato, Dek, deveria aprender com o Nicholas, sempre tão bem-humorado e comunicativo, você está ficando igualzinho ao seu pai, quando estiver mais velho será extremamente chato.
Tento não rir com o que ela diz enquanto o Derek me olha de cara fechada, ele odeia comparações, ainda mais quando me usam como referência.
— Blábláblá — ele debocha de forma infantil. — Podemos finalmente comer? Eu acho que a comida já deve ter esfriado e o Nicholas está morrendo de fome.
Tia Rouse concorda, se apressando a nossa frente para ir até a sala de jantar onde segundo o Derek, a mesa já estava montada esperando por nós dois, antes que eu possa segui-la, Derek me puxa pelo braço, me forçando a ficar naquele ambiente por segundos à mais, só nós dois.
— Espera. — ele diz, me olhando nos olhos.
— O que?
E então ele me beija outra vez.
— Obrigado por estar aqui. — seus lábios sussurram quando se afastam dos meus. — Essa viagem não faria o menor sentido se você não tivesse vindo e eu não estaria tão bem com as coisas se você não estivesse aqui para amezinhar um pouco da minha dor. Eu demorei, Danvers. — suas mãos seguram minhas bochechas, me forçando a formar um bico onde ele sela duas vezes. — Demorei até demais, — as mãos se afastam para encontrar as minhas e nossos dedos se entrelaçam. — Mas eu finalmente aceitei o meu gostar por você, já não tenho medo, já não tem empecilho, eu quero isso. — seus dedos apertam meus dedos.
A sensação de borboletas no estômago retratada pelos clichês é real.
— Eu também quero você, mas precisamos ir devagar.
— E nós vamos. Eu vou te fazer acreditar em mim, em cada pedaço meu.
Derek afasta os dedos, movendo seu mindinho até encontrar o meu.
A velha promessa. O mindinho. Essa promessa não pode ser quebrada.
— Eu te prometo, Danvers. Vou me esforçar por nós dois.
— Você não consegue ser tão romântico não embora o quanto tente. — sou forçado a rir enquanto nossos mindinhos se apertam.
Derek se constrange.
— Eu realmente estava tentando, cacete. — ele soca o meu peito de forma fraca. — Não sou bom em demonstrar o que sinto, vamos aprender isso juntos. — ele pisca para mim. — Eu vou tentar de verdade agora.
— Podemos tentar depois de comermos? É que eu estou morrendo de fome. — ainda estou rindo durante as palavras. — Depois, serei seu.
— Eu vou cobrar isso, Danvers. — Derek me dá as costas para começar a andar em direção a sala de jantar.
O tempo passa rápido agora.
Tudo mudou. Nossa conexão mudou, nossa frequência mudou. Sua dor se aliviou.
Estamos bem.
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Depois do Ritual (romance gay)
Teen Fiction[HISTÓRIA COMPLETA] Todos os anos antes do retorno das aulas, os alunos da Zaco Beach School se reúnem em volta de uma fogueira para participar do tão famoso Ritual na Praia, durante muito tempo o Ritual foi algo extremamente normal, até chegar a ve...
[VINTE E CINCO]: CONEXÃO
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