[VINTE E CINCO]: CONEXÃO

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A piada é cortada quando a imagem da tia Rouse surge de uma das escadas por trás do Derek, me causando constrangimento por estar abraçando-o daquela forma.

Essa casa realmente é grande. — penso.

— Que cena mais linda. — ela diz, com um sorriso largo nos lábios. — Eu adoro ver vocês assim, essa conexão entre vocês dois me deixa extremamente feliz.

Ainda mais constrangido, afasto o Derek da forma mais rápida que consigo e enfio minhas mãos trêmulas em meu bolso, desviando meu olhar rapidamente para o chão. Se eu já não gostava de ser visto abraçado com o Derek por outras pessoas, pior era ser visto abraçado com ele por sua própria mãe.

Ele me olha sem entender. Os mesmos olhos verdes.

— Ah gente! — ela reclama. — Vocês dois vão parar de se abraçar só porque eu cheguei? Eu estava aproveitando o momento de amor entre vocês, para mim amizade é assim, dar abraços, trocar momentos felizes. — ela passa alguns fios do cabelo tingido de ruivo para trás enquanto se aproxima de nós dois. Está vestindo uma calça jeans justa e uma blusa folgada em cor branca. — Demonstrem amor, vocês não precisam ter vergonha disso.

Tenho a leve impressão de que ela está insinuando algo, ou talvez percebendo que esteja existindo algo entre mim e o Derek, rezo para que seja apenas paranoia de mãe, mas eu sei que não é, a tia Rouse aparenta ter a "mente aberta", é uma mãe com cabeça de jovem, liberal.

— MÃE! — o Derek reclama, revirando os olhos e se afastando ainda mais de mim quando ela força um abraço triplo, ele se desvencilha com rapidez, claramente incomodado com a possível insinuação dela.

— Não sei porque você é tão chato, Dek, deveria aprender com o Nicholas, sempre tão bem-humorado e comunicativo, você está ficando igualzinho ao seu pai, quando estiver mais velho será extremamente chato.

Tento não rir com o que ela diz enquanto o Derek me olha de cara fechada, ele odeia comparações, ainda mais quando me usam como referência.

— Blábláblá — ele debocha de forma infantil. — Podemos finalmente comer? Eu acho que a comida já deve ter esfriado e o Nicholas está morrendo de fome.

Tia Rouse concorda, se apressando a nossa frente para ir até a sala de jantar onde segundo o Derek, a mesa já estava montada esperando por nós dois, antes que eu possa segui-la, Derek me puxa pelo braço, me forçando a ficar naquele ambiente por segundos à mais, só nós dois.

— Espera. — ele diz, me olhando nos olhos.

— O que?

E então ele me beija outra vez.

— Obrigado por estar aqui. — seus lábios sussurram quando se afastam dos meus. — Essa viagem não faria o menor sentido se você não tivesse vindo e eu não estaria tão bem com as coisas se você não estivesse aqui para amezinhar um pouco da minha dor. Eu demorei, Danvers. — suas mãos seguram minhas bochechas, me forçando a formar um bico onde ele sela duas vezes. — Demorei até demais, — as mãos se afastam para encontrar as minhas e nossos dedos se entrelaçam. — Mas eu finalmente aceitei o meu gostar por você, já não tenho medo, já não tem empecilho, eu quero isso. — seus dedos apertam meus dedos.

A sensação de borboletas no estômago retratada pelos clichês é real.

— Eu também quero você, mas precisamos ir devagar.

— E nós vamos. Eu vou te fazer acreditar em mim, em cada pedaço meu.

Derek afasta os dedos, movendo seu mindinho até encontrar o meu.

A velha promessa. O mindinho. Essa promessa não pode ser quebrada.

— Eu te prometo, Danvers. Vou me esforçar por nós dois.

— Você não consegue ser tão romântico não embora o quanto tente. — sou forçado a rir enquanto nossos mindinhos se apertam.

Derek se constrange.

— Eu realmente estava tentando, cacete. — ele soca o meu peito de forma fraca. — Não sou bom em demonstrar o que sinto, vamos aprender isso juntos. — ele pisca para mim. — Eu vou tentar de verdade agora.

— Podemos tentar depois de comermos? É que eu estou morrendo de fome. — ainda estou rindo durante as palavras. — Depois, serei seu.

— Eu vou cobrar isso, Danvers. — Derek me dá as costas para começar a andar em direção a sala de jantar.

O tempo passa rápido agora.

Tudo mudou. Nossa conexão mudou, nossa frequência mudou. Sua dor se aliviou.

Estamos bem.


Depois do Ritual (romance gay)Where stories live. Discover now