Laurah e a surpresa indesejada

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Segui para o banheiro, deixando Christopher na mesa com alguns figurões, eu ainda me sentia um tanto apreensiva, com a sensação de que algo muito ruim estava prestes a acontecer.

Aproveitei a solidão do banheiro para ligar pra casa e fui atendida por Marie.

- Olá Marie, como estão as coisas em casa.

- Tudo na mais perfeita ordem, Senhora! - Ela me tranquilizou.

- E meus filhos, como estão?

- Os bebês acabaram de mamar e estão dormindo, Senhora!

- E o Maurice?

- Está brincando em seu quarto.

- Obrigada, Marie! Poderia passar para o Yuri, por favor.

- Um minuto, Senhora!

Aguardei alguns instantes, até que Yuri atendesse.

- Yuri, é a Laurah!

- Boa Noite, Sra. Carpenter... Se divertindo? -  Senti que sorria do outro lado.

- Sim, claro! Mas, estou um pouco apreensiva, poderia me fazer um favor?

- Claro! - Respondeu Yuri.

- Pode dar uma olhadinha no Maurice pra mim? Na verdade, gostaria que você ficasse por perto dele até nós chegarmos, e não o deixe sair dessa casa por nada!- eu não perdia aquela sensação de que ele estava em perigo.

- Sra. Carpenter... Maurice está bem e na sala de jogos... Estava com ele até agora e pode deixar, não vou sair do seu lado, ainda mais que estou levando um caldo do jogador dele. - Yuri riu.- Nessas oras é bom ser um tio presente.

Estranhei porque a Marie tinha dito que ele estava no quarto, mas talvez fosse um momento de distração.

- Não saia do lado dele, Yuri! É só um pressentimento.

Stefany apareceu logo atrás de mim no espelho, sorria ameaçadora, seus cabelos muito bem presos em um coque, maquiada e usando um vestido bege.

- Diga Adeus e desligue o Celular. - Stefany apontava uma arma para mim.

- Sim, senhora...vou lá e apanhar mais um pouco. - Yuri riu.

Senti meu sangue gelar, fingi desligar o celular e o devolvi a bolsa, me voltando de frente para Stefany.

- Stefany, não faça nada que vá se arrepender. - Deixei a bolsa na pia e ergui os braços. - Por favor, solte essa arma.

- Cala a boca e jogue a bolsa para cá... - Ela fechou a cara e gritou. AGORA!

Stefany se baixou sem tirar os olhos e a mira de mim, abriu a bolsa, levantou o celular até uma altura, não podia tirar os olhos de mim e apertou para desligar, riu.

- Acha mesmo que iria cair nessa.... E mesmo que Yuri e qualquer pessoa que queira falar com Christopher não vai conseguir. - Ela riu sarcástica. - Todos os seguranças que estão em volta de Chris tem ordens para mata-lo se ele pegar o celular ou se levantar para vir te salvar... Escolhe... ele ou você, meu bem! - E ela riu de novo.

- Por quê está fazendo isso, Stefany ?

- Ahhhhh... Você não sabe mesmo? - Stefany me olhava com ódio. - Você me tirou tudo... Meu filho, meu homem, minha casa, meu dinheiro... Tudo... E agora sou eu quem vou tirar tudo de você, começando pelo pequeno Ryan... Esse eu vou criar tão longe de você que nunca vai saber onde ele está... Você não queria tanto Maurice, pois pode ficar com ele, agora eu vou tirar de você as duas coisas que mais ama... Chris e Ryan.

- Não se atreva a tocar no meu filho. - Avancei pra cima dela, mas Stefany destravou a arma e eu me contive. - Você não vai conseguir chegar perto do Ryan.

- Ahhh... Certeza disso Laurah. - Stefany riu alto.

- Stefany... Pode parar... não foi isso que combinamos. - Diz James entrando no banheiro segurando uma sacola na mão. - Oi Bonequinha! - Disse James olhando para mim. - Veste isso e vamos dar um passeio se não quer ver um tiroteio dentro do salão e muitos mortos... inclusive... Você sabe quem...

- Vocês são loucos! - Encarei James.

- Loucos?... Nós? - James riu. - Veste isso ou eu vou ser obrigado a vestir em você... - Ele fechou a cara e jogou a sacola para mim.

Apanhei a sacola nas mãos de James e segui para dentro de uma cabine, era uma roupa de freira com capuz. Ninguém me veria saindo dali e um desespero me tomou.

Eu não teria como fugir e se tentasse, meu marido poderia ser baleado.

Eu só esperava que aqueles lunáticos não conseguissem chegar nos meus filhos.

Deixei a cabine, vestindo aquele traje e pensando se não haveria uma forma de conseguir fugir daqueles dois.

James puxou uma ampola e tirou um comprimido de dentro estendendo para mim.

- Engole isso...

- O que é isso?

- Não faz pergunta Bonequinha! - James se mostrou impaciente. - Toma logo antes que o tiroteio comece...

James puxou o celular.

Ou você engole isso ou mando dar um único tiro na cabeça do Christopher.

Engoli o comprimido, sentindo vontade de chorar e comecei a me sentir tonta.

James se aproximou, colocou o capuz na minha cabeça e me puxou pela mão, minhas pernas obedeceram e não vi mais nada.


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