Morte de Sophie

1.3K 176 0
                                    

Mamãe estava deitada naquela cama fria de hospital, as roupas que usava estavam cortadas e jogadas num canto da sala de cirurgia, não tiveram tempo de salva-la, o corte no pescoço era grande, estava limpo o ferimento sinalizando que sangue mesmo não havia mais para sair, me aproximei acariciando seus cabelos grisalhos e tingido pelo vermelho sangue, minhas lágrimas rolavam sem sessar, queria gritar de dor e socar alguém que pudesse culpar, mas a quem? não sei se existia, mas se existe, vai pagar caro pelo que fez a ela. Pois me tiraram a mulher que eu amei por toda a minha vida e fiz de tudo para que fosse feliz e se sentisse amada por mim.

- Mãe! - Soei baixinho.

Aporta atrás de mim se abriu, não olhei mas sabia que era Sebastian que se aproximou tocando no meu ombro, levando a mão a boca e desabando a chorar comigo.

- Acabou... Agora ela vai descansar e ter paz. - Disse Sebastian tentando me acalmar.

- E isso é modo de ter paz, Sebastian? que morte é essa que a fez sofrer? - Disse em prantos.

- Ela não deve ter sofrido, Chris... Ela deve ter desmaiado antes...

- Não sei, não quero pensar nisso... - O olhei. - Eu não vou ter mais ela em minha vida e os netos dela não a conhecerão pessoalmente....  O que eu devia ter feito... é ter vigiado para que isso não acontecesse.

- Christopher, não é culpa sua! - Sebastian me virou para ele me chacoalhando como se isso fosse possível. - Não é culpa sua... Ela não aceitava os seguranças, não aceitava uma dama de companhia, não aceitava morar com você... Aconteceu e isso não dá para mudar.

Desabei a corar, por que sabia que ele tinha razão e o puxei e o abracei, chorei e muito até que entraram na sala pedindo para que saíssemos, a policia iria me escoltar para voltar a casa de mamãe.

- Ligue para o Desmond... Peça para ele providenciar tudo para o enterro... Tente não soar o alarme para jornalistas sensacionalistas.

- Tudo bem... - Disse Sebastian secando os olhos. - Vou ligar para Amber e dar a noticia.

- Por favor... - Disse saindo e dando uma ultima olhada em minha mãe desfalecida.

Tia Edna e Tio Kallil atravessavam aquele hospital as preças, Tia Edna parecia apavorada e ao me ver em prantos, parou de andar, titio fez o mesmo apoiando a mão no braço de tia Edna, parei a metros deles, chorando e abri os braços como dissesse, "Tentei, mas não consegui salva-la". Titio Kallil desabou a chorar e os dois vieram na minha direção e me abraçaram, ele me beijou três vezes no rosto falando em turco que de repente tinha me esquecido a tradução, abracei minha tia e ela me consolou por um bom tempo.

- Onde ela está Filho!? - Perguntou minha tia. - Preciso banha-la e prepara-la.

- Tia... Ela disse que não queria que fizessem o banho islamico. - Abri os braços.

- Ela me pediu isso no dia que você estava internado, Cristopher... Ela disse que queria ser prearada.

- Está bem...não vou discutir com você. - Acariciei o rosto de minha tia. - Sala 02... Sebastian está lá com ela... Eu preciso voltar para a casa da minha mãe, a policia me quer lá.

- Vou com você filho. - Disse tio Kallil.

Dei um beijo em minha tia e seguimos para a casa de mamãe.

SEM PROMESSASOnde as histórias ganham vida. Descobre agora