Amber e seu faro Investigativo

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O enterro corria como o esperado e enquanto todos ali estavam preocupados em prestar a última homenagem a morta,eu não conseguia deixar de encarar a sua mão e aquele pequeno pedaço de linha bege, entre a sua unha e dedo indicador. Por que aquilo estava chamando tanto a minha atenção? Era como se houvesse algo oculto por trás daquilo, mas o que?

Eu não conseguia acreditar que a Sophie tivesse se matado. Ela me parecia ser uma das pessoas mais sensatas que eu conheci,então era muito difícil pra mim acreditar que ela tenha se suicidado.

E se não foi suicídio? E se aquele fio bege, realmente tivesse alguma história pra contar?

Devo ter passado muito tempo diante do caixão contemplando o corpo, pois Sebastian veio até mim.

- Algum problema, meu amor?- ele perguntou

- Não, nenhum!- respondi de modo breve.

Seguimos para casa dos meus pais em New Rochele depois do velório.

Papai ainda estava se recuperando e enquanto eles conversavam na sala, eu fui para o quarto dos meus pais e tirei a arma de papai do cofre

Uma pistola Taurus 380,que eu esperava não precisar usar.

Mas,eu ia começar uma investigação. Eu tinha cismado com aquilo, pus a arma na bolsa e segui para o meu quarto, larguei a bolsa sobre a cama e o tranquei.

Fui para o quintal e telefonei para Jimmy, que atendeu após o segundo toque.

- Olá Jimmy! É a Amber. Preciso de um servicinho seu.

Expliquei a Jimmy o que eu queria e ele me garantiu que me daria o que eu queria em duas horas.

Inventei uma desculpa para Sebastian e papai e percebi que meu pai não estava muito convencido, mas depois ele saberia o que eu estava aprontando.

Segui rumo a casa de Jimmy e apanhei a pasta em suas mãos com as fotos do quarto de Sophie e do corpo antes e após a perícia.

Coloquei tudo na minha bolsa junto com a arma, e fui para casa.

Sebastian me aguardava na porta, parecendo desconfiado.

- O que está acontecendo, Amber!? - A encarei com os braços cruzados. - Você disse que voltaria logo... E demorou duas horas!

- Precisei resolver um assunto,Sebastian!- me limitei a responder e adentrei a casa, ele me seguiu, com certeza não se contentaria com aquela resposta.

- Eu não sei!... Você está assim desde de manhã com o enterro da Sophie... Se tem algo a dizer... Então diga logo! - A segurei e a virei para mim. - Não entra na paranoia do Chris, Amber... A carta é clara... Ele pode não ter lido, eu e Clancy lemos e lá ela deixa claro que estava cansada.

- Ela não se suicidou, Sebastian! E eu vou conseguir te provar isso. Não é paranoia do Chris, ele conhecia a mãe que tem.

Tapei o rosto e bufei alto e a olhei.

- Estamos a dois meses do nosso casamento Amber... Não se meta nisso... Deixe para a Policia fazer ou o Clancy... Mas pelo amor de Deus, isso não é assunto seu, meu amor! - Peguei em seu rosto em suplica.

- Relaxa, meu amor! - O abracei. - Eu não vou me meter nisto, vou passar para o Clancy o que descobri e deixar com ele, tá?

- E o que descobriu? - Perguntei preocupado, cheguei a tirar os óculos do rosto.

- Nada conclusivo, mas... Um ponto pra começar.

- Ah Meu Deus!... O Chris estava certo!? Alguém matou a... Mamãe!?  Me afastei procurando um local para me sentar, meu peito começou a doer. - E por que a policia não achou nada? Por que você conseguiu?

- Calma, meu amor! - Eu ri,não dava pra mostrar o que eu tinha ao Sebastian,ele ficaria chocado com as fotos do corpo, ele não tinha estômago pra isso. Me sentei do seu lado e o abracei. - Eu só estou supondo, não é nada demais. Eu só não acredito que tenha sido suicídio.

Abracei Amber e suspirei.

- Estamos todos sofrendo, não é!? - A olhei rapidamente. - O Chris está acabado, nunca vi ele chorar tanto... Acha que essa viagem vai fazer  a ele?... Acha que devíamos ir com eles como pediram?

- Não! - Eu queria aproveitar aquela ausência do Chris pra investigar mais a fundo. - Acho que é um momento que ele deve passar com a Laurah e as crianças.

- É... Eu também acho... - Aninhei Amber ao meu peito. - Vou ligar para Laurah e dizer que não temos como ir... Ainda tem seu pai que está se recuperando... Melhor deixa-los sozinhos e aproveitar a família!... quer ir para casa!? - respirei fundo. - Não tem clima para irmos trabalhar depois do enterro... Acho que um banho e uma boca cama vai nos fazer bem!

- Vamos lá, vou fazer um chá de camomila pra nós dois! Esse é um dia que eu quero encerrar logo.

Seguimos para casa e eu preparei o nosso jantar e um chazinho. Eu me sentia péssima pelo que ia fazer com ele, mas era necessário.

Comemos em silêncio e pedi a Sebastian que me esperasse na cama. Preparei a bandeja com o chá, e no seu dilui dois calmantes.

Eu precisava dele dormindo e despreocupado, pois eu iria até a casa da Sophie atrás de provas.

Levei a bandeja até o quarto e me sentei a cama, apanhando uma xícara e deixando a batizada para ele.

- Vamos dormir pra encerrar esse dia caótico?

- Hummm... Está com um gosto diferente. - Disse olhando para o liquido. - Experimenta? - Estiquei a xicara para ela.

Apanhei a xícara da sua mão e fingi que tomei

- Está um pouco forte,só isso? - Devolvi a ele, ele já tinha tomado o suficiente para apagar em alguns minutos.

- Não quero mais... - Coloquei ao lado no criado mudo e escorreguei para debaixo da coberta. - Colocou comida para o Rex? - Disse para provocar, por que me recusava a dizer o nome do ex.

- Sim, coloquei! - Acarinhei seus cabelos e beijei seu rosto, deitei ao seu lado e assisti Sebastian pegar no sono aos poucos, me sentindo muito culpada, mas era um mal necessário.

Levei a bandeja para a cozinha e joguei o resto do chá na pia, lavei o que utilizei e voltei ao quarto

Troquei a minha camisola por uma calça preta e blusa preta de manga comprida, prendi os cabelos num coque e me aproximei de Sebastian que dormia pesado.

- Me perdoa, Amor! - Beijei o seu rosto, apanhei a minha bolsa e saí.


SEM PROMESSASOnde as histórias ganham vida. Descobre agora