Sophie vai ao hospital

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Fiquei por longos minutos contemplando Chris dormir tranquilamente, acarinhei seu rosto e instintivamente passei a mão por seu peito e abdómen buscando onde ele tinha sido atingido, e achei o ferimento em seu flanco direito, onde ornava alguns pontos bem salientes. Senti o ferimento com as pontas dos dedos.

Dormi após alguns instantes, eu estava muito sonolenta ultimamente e estar deitada era sinónimo de dormir muito rapidamente. Me aninhei a Chris, mas logo acordei.

Eu sentia como se viesse sendo observada, e abri vagamente os olhos, me assustando com a imagem de Sophie parada próxima a porta do quarto nos observando.

Nossos olhares se cruzarem, e seu olhar era diferente.

Ela estava muito seria e parecia brava, apesar de não dizer nada.

Me senti apreensiva diante daquele olhar frio da minha sogra.

Ela parecia, verdadeiramente irada, e eu me perguntava o que estaria se passando por sua cabeça.

Ela aproximou-se da cama e nos entreolhamos por um tempo e eu me senti intimidada, sentei-me na cama, esfregando os olhos.

- Olá, Sophie!

- Laurah... Me deixe a sós com meu filho. - Ela me olhou, não sorria. - Não é nada pessoal querida, mas preciso ter uma boa conversa com esse rapaz.

-Tudo bem! - Me levantei sentindo-me intimidada pela expressão de Sophie. - Está tudo bem?

- Não... Não está... - Ela não tirava os olhos de Chris que também estava acordado pela fala ríspida de minha sogra.

_ Pode ir, Laurah...  - Disse Chris dando um leve sorriso.

- Com licença! - Dei um beijo no rosto de Sophie, que não foi retribuído e deixei o quarto

Me deparei com Sebastian que parecia preocupado na porta do quarto.

- Olá! - Cumprimentei-o com dois beijinhos na face. - Sabe porque a Sophie está tão brava?

Sebastian apenas balançou a cabeça concordando e Sophie começou e não poupou o tom de voz.

(Sophie)
- Como você pode ser tão irresponsável e colocar sua vida em risco Christopher Carpenter, você não teve um pingo de juízo tentando peitar um governador daquelas terras... Onde você pensa que está? Em Nova York que você manda e desmanda e as pessoas fazem o que quer?

- Mãe...se acalme... - Pediu Chris.

- Não me venha com essa de me acalmar... Essas pessoas tem suas crenças e seus modos de vida, colocou não só a vida daquelas pessoas em risco mas a sua também.

- Eu precisava fazer alguma coisa... - Sophie não da chance para ele falar.

- Você tem uma família Christopher, tem uma esposa que está grávida e que pode perder minhas netas por sua irresponsabilidade.

- Mãe... Me escuta.

- Não vou te escutar... é a sua vez de me escutar, quem sabe assim você aprende algo. - Sophie não parava de andar de um lado para o outro, dava para ver pela fresta da persiana que estava entre aberta.

- Eu devia ter imaginado que isso iria acontecer, não devia ter feito seu tio te ensinar toda essa merda de idioma turco, ter te levado para lá.. Você não é um deles, Christopher... Você é americano, sua mãe é americana e sua avó era americana... - Se eu soubesse que iria me dar tanto trabalho assim, eu deveria ter feito o que era o certo, ter te arrancado do meu ventre e não ter te amado tanto, seu, seu, seu moleque irresponsável... - Sophie parou por um instante. - Você pode achar que só por que tem dinheiro que todos vão ficar bem financeiramente, mas não vamos ficar bem... - Sophie começou a chorar. - Nos te amamos e você fará falta, nos fará sofrer, e principalmente aquela mulher que está lá fora, esperando suas filhas... O que vai ser dela sem você!?

- Acabou? - Chris parecia se divertir com a mãe.

- Não... Não acabei ainda e cale a boca. - Disse ela mais uma vez brava. - Vai parar de querer salvar o mundo e vai se concentrar na sua família, nos seus negócios aqui nos Estados Unidos... Entendeu bem.

- Não posso...

- Pode... e é o que vai fazer... Eu já falei para Kallil se virar com os negócios em Istambul e em qualquer lugar que seja daquele país, entendeu...

- Mãe... As coisas não funcionam assim...

- Sim, funcionam... - Disse ela mais calma. - Pare e pense Chris, aquela gente não vai mudar seus costumes só por que você acha que deve, só desta forma que você pensa e age, nem todos são generosos... Aquela gente é diferente, pensa diferente e pararam no tempo... Chega disso Chris, viva a sua vida aqui e de atenção as pessoas que te amam e por favor, Fique vivo.

- Vem aqui, Mãe... - Chris abriu os braços e os dois se abraçaram, Sophie chorou copiosamente nos braços do filho.



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