[NOVE]: O EFEITO DA MACONHA

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— Eu não estou bêbado. — me defendo.

— É o que eu digo para a minha mãe depois de voltar das festas.

Estou sentado na banqueta da cozinha da casa do Adam enquanto a Alison espreme limões dentro do liquidificador

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Estou sentado na banqueta da cozinha da casa do Adam enquanto a Alison espreme limões dentro do liquidificador. Ainda me sinto um pouco zonzo, cansado, e a festa mal começou, ainda é possível ouvir a música alta – parcialmente abafada pela porta fechada da cozinha –, me pergunto aonde o Derek está, se ele já me procurou desde que eu sumi há algumas horas atrás, se está preocupado ou não. Também me pergunto o motivo do Justin, o porquê dele ter começado aquilo, ou o porquê daquelas suas palavras que insistem em martelar em minha cabeça, me causando uma sensação nada confortável que até faz o meu peito apertar.

Por um breve período, meus olhos vacilam, e eu me permito a abaixar a cabeça contra o mármore frio em uma tentativa fútil de cochilar, mas a Alison não permite isso.

— Nicholas!

— Hã? — eu encaro ela de volta.

— Nossa, você está mesmo um trapo. — ela volta a rir enquanto liga o liquidificador para preparar aquela sua mistura curadora de ressaca.

— Meus olhos estão ardendo, minha cabeça está pesando.

Alison concorda sem dizer nada, e então desliga o liquidificador e passa todo aquele liquido verde para um copo de vidro que ela havia pegado no armário.

— Beba tudo, vai fazer você se sentir melhor. — ela me entrega.

— Isso não tem maconha, tem? — eu arqueio uma das minhas sobrancelhas enquanto seguro o copo entre as minhas mãos. O cheiro da bebida é só uma coisa: limão. E esse foi o único ingrediente que eu acompanhei no processo de preparo.

— Deveria ter, mas eu não sou uma amiga tão ruim assim, sou? — Alison prende seus fios ruivos durante as palavras. — Agora eu vou procurar o Derek, fique aqui, ok? É melhor você evitar caminhar por ai nesse estado, eu não demoro, e mesmo que eu demore, não saia daqui. — Alison reforça o olhar sobre mim enquanto eu engulo aquela espécie de limonada especial da Beyoncé.

Quando ela finalmente sai, me deixando a sós naquele ambiente, eu termino de ingerir toda aquela bebida um tanto acida, rezando que, pelos céus, o meu estômago não rejeite nada outra vez.

São breves minutos de silêncio até a porta ser aberta outra vez, e no cansado de tentar encontrar quem é, eu permaneço com a cabeça contra o mármore frio, com meus olhos fechados e respiração cortada enquanto eu tenho recuperar as minhas memórias e organiza-las para só assim a minha cabeça deixar de doer. Nesse mesmo processo, alguém passa suas mãos por minhas costas até chegar em meu ombro, massageando a região como se estivesse retirando a minha tensão. Posteriormente, lábios se aproximam da minha orelha, e então eu ouço a sua voz.

— Encontrei a Alison, ela disse que você estava aqui e me pediu para vir ver como você estava. Estamos tentando encontrar o Derek mas a festa tomou uma proporção tão grande que sequer sabemos onde ele está, tem tanta gente e o som está tão alto. — ouço a voz da Kimberly, e então ela me dá alguns tapinhas. — Vamos, olha pra mim. — ela insisti.

Depois do Ritual (romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora