Capítulo 49 (Luan)

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  Os pais de Thalyta sempre vinham aqui uma vez ou outra trazia mais algum membro da família para conhecer nosso pequeno, insistiram em leva-lo mas não deixei, ele é meu filho e como pai eu que tenho de cuidar.

   Enquanto dava o almoço para ele minha mãe ria com as gracinhas que fazia. Rober adentrou a conzinha respirando com dificuldades e com um sorriso enorme.

— Você não vai acreditar. — sorriu mais ainda.

— Mãe, cuida dele pra mim. — larguei o pano e o prato — Conta logo!
— pedi quando chegamos na sala.

— Encontramos a Thalyta, na verdade ela ligou para a gente.

— Mentira Testa? Minha mulher está viva? — balancei seus ombros rindo e ele concordou, abracei o baixinho feliz.

— Vá se arrumar que já pedi para preparar o Jatinho. — me empurrou para subir as escadas.

— Jatinho? Onde ela está?

— Em uma cidade na Cuba, só sei que tem a ver com os pais do Victor. Já pedi mais seguranças aqui na sua casa e policiais vão com a gente para protegê-los.

— Tudo bem, nós voltaremos hoje ainda. Eu...

— Desenrola e vai logo.

  Me arrumei rápido e Rober foi dar a Notícia para minha mãe e ligar para meu pai que continuava em Londrina.  Ele também ligou para os pais dela que disse que já estavam voltando para São Paulo e minha mãe foi avisar Ádria.

  Rober dirigiu rápido até o aeroporto e de lá fomos no biguçu para Cuba. Eria ser as seis horas de viagem mais angustiantes que já tive.  Saímos as duas horas da tarde de São Paulo e chegando mais das sete no horário de Brasília, o horário local era diferente.

— De carro são trinta minutos de acordo com o GPS até a casa em que ela está.

— Vamos logo que eu não o tô aguentando mais.

  Nos fomos na frente em um carro discreto e os policiais em outro escoltando. Quando chegamos no local saltei do carro e chamei por alguém.  Uma mulher loira veio nos atender.

— Minha mulher, ela está lá dentro. — apontei para a  casa.

— Entrem. — nos deu passagem e sem cerimônias entrei.

— Thalyta? — chamei por ela.

— Luan... — sua voz veio de trás de mim e me virei.

  Lá estava minha menina, minha mulher.
Ela correu para me abraçar e eu a recebi com saudades, logo nós dois estávamos chorando.

— Eu te amo... — sussurei beijando seu rosto e parando na boca com um demorado beijo.

— Eu senti tanto sua falta, eu pensei tanto em desistir mas só de pensar em voltar para nossa família de novo...

— Olha para mim... — segurei seu rosto olhando cada detalhe — Nunca mais saia sem segurança, nunca mais saia brigada comigo, nunca mais me abandone assim.

— Vinicius, onde ele está? — olhou atrás de mim.

— Eu não o trouxe, disseram que não era seguro. — a abracei de novo.

— Se não for atrapalhar, eu também senti sua falta menina. — Rober falou se intrometendo.

— Também senti a sua Testa. — me soltou e foi abraçar ele.

— Nunca mais passe esse susto em mim, estou muito velho para correr atrás de vocês dois crianças.

  Gargalhamos e ele enchugou as lagrimas dela.

— Vamos embora. — pedi.

— Não, vamos esperar uma pessoa. Tenho muito a agradecer a Laura. — foi até a loira e a abraçou de lado.

— Eu só quis ajudar. — sorriu tímida.
Sentamos no sofá e fomos esperar a tal pessoa que Thalyta iria se despedir. A todo momento a beijava e dizia que a amava em seu ouvido, não estava conseguindo controlar a saudade dentro de mim. Depois de algum tempo outra loira chegou.

— Luan essa é a Luana, foi ela que me salvou juntamente com alguns amigos.— nos apresentou.

— Obrigado mesmo, eu tenho uma dívida com você eternamente. — me aproximei e a puxei para um abraço.

— Luan, vai com calma. Ela é sua fã. — Thalyta avisou rindo.

  A soltei devagar e a menina continuava sem reação.

— Oiiii, alguém em casa? — passei a mão em frente ao seu rosto chamando a atenção.

— Ai meu Deus. — olhou para todos na sala e depois para mim — É você mesmo? — apertou meu rosto e eu ri.

— Muié você tá me amassando. — continuei rindo e me soltou mas logo seus braços me envolveram em um abraço.

— Eu sou sua fã.

— Tô vendo linda. — ri mais ainda.

— Meu Deus eu sou sua fã. — me apertou mais.

— Filha, larga o moço. — a mãe dela pediu constrangida.

— Não, deixe eles. — Thalyta interferiu rindo boba com a cena.

  Depois de muito agradecer as duas e deixar a segurança delas em boas mãos partimos de volta para o Brasil.
Alguns policiais fizeram várias perguntas a ela que respondeu tudo como se estivesse relembrando. Saber o que minha mulher passou me fez  sentir incapaz, ela perdeu uma filha ou um filho meu. Não deixei a raiva tomar conta de mim pois ela precisava dos meus cuidados.

  Enquanto cantava baixinho e fazia cafuné em sua cabeça ela dormiu em meu peito durante a viagem. Ela estava mais sensível do que antes, com medo, se eu a apertasse um pouco mais em meus abraços pedia para min solta-lá, era como se fosse um medo que eu iria machuca-lá ou algo do tipo.

Eu, Você E A Enviada(Concluída)Where stories live. Discover now