Capítulo 23

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  Depois de me despedir do Luan já que embarcaria em uma viaje para o Brasil inteiro com a nova turnê, voltei com Murilo para casa. É, eu trouxe ele também já que não queria voltar tarde da noite em casa quando o show terminasse.

— Aquele Luan não me engana. — colocou a mão no queixo estilo pensativo.

— Engana o que menino? — reduzi a velocidade quando parei na guarita do condômino.

— Você não percebe? — me encarou incrédulo.

— Obrigado. — agradeci quando nos deixaram entrar — Perceber o que Murilo? — o olhei de relance.

— Nada, esquece. Tá no pique de ir pro curso amanhã?

— Acho que sim, tô morrendo de sono. — estacionei o carro e descemos.

   Depois de cada um desejar boa noite para o outro fomos para nossos quartos.

Meu irmão estava lindo não é? — Bruna disse rodopiando contente.

— Misericórdia Bruna! — jóquei uma escova de cabelo nela — Aonde você esteve por esse tempo todo eu posso saber? — cruzei os braços irritada.

Sabia que iria sentir minha falta. — piscou indo até um canto do quarto — Quer ver uma coisa? É sobre o Victor.

   Fiquei receosa mas me aproximei dela.

— Como ele tá?

Se sentindo culpado, ele não intende o que aconteceu para te machucar.  Você vai ter que arrumar um jeito de falar com ele sem se aproximar.

— Como eu vou fazer isso? Onde ele se esconde? Eu vou até ele. — comecei a tirar minha roupa para tomar banho.

Se acontecer algo de novo? Se a alma de ponto de encruzilhada apoderar do corpo dele de novo?

— Você vai comigo uai. Não é possível que nesse tempo todo você não aprendeu nada a combater essas "trevas".

— Vamos deixar isso para amanhã então. Agora durma porque sei que será um longo dia.

   Sem pensar muito fui para o banheiro e tirei o restante da roupa entrando debaixo do chuveiro.

(...)

  Olhei para a casa velha distante do centro ou de qualquer civilização.

— Tem certeza que ele está aqui? — perguntei a Bruna que estava ao meu lado.

Tenho sim. Meu Deus, proteja nós. — fez o sinal da cruz e eu ri.

  Empurrei uma porta velha com as dobradiças enferrujadas fazendo um som tipo história de terror.

— Victor você está aqui? — passei a mão em minha frente tirando as teias de aranha.

Isso é a mesma coisa que perguntar "Anabele você está aí? ". Já vi muito disso em filmes de terror e não acabam bem. Da tempo de ir embora.

— Relaxa, apesar de ser um lugar feio, obscuro e cinistro sei que ele está em paz. Victor, sou eu, a Thalyta vamos conversar.

  Não demorou muito para que minha resposta vinhesse.

  — Thatha? — ele apareceu meio distante — Você trouxe os policiais? Eles vão me prender? — continuou no mesmo lugar.

— Não meu amor, não veio ninguém comigo. Vamos conversar, me deixa ver como você está.

— "Veio sozinha"?  Eu não tô viva mas não precisava me excluir assim. "Meu amor?"  Fala sério né! 

— Vai embora Thatha, eu não quero te machucar. Eu fui um monstro.

A voz do povo é a voz de Deus, ouve ele e vamos embora. — se virou para ir embora.

— Eu sei que você não quis me machucar Victor, só vamos conversar. Eu não trouxe nada, só quero te ver melhor.

Vou dar um tempo para vocês conversarem. — Bruna revirou os olhos e sumiu.

  Guerra vencida, aos poucos ele se aproximou e quando nossos olhos se cruzaram meu coração encheu de alegria novamente.

— Primeiro, me perdoa, eu não queria aquilo eu juro. Segundo, fica longe de mim eu não quero te machucar de novo. — tocou meu rosto.

— Eu quero te explicar o que aconteceu, posso? — ele assentiu então fomos para fora da casa velha — Já comeu hoje?

— Já, meu carro está ali atrás.

  Comecei a explicar em detalhes tudo a ele sobre ser médium e no caso dele hospedeiro. O desculpei mesmo não sendo culpado pelos fatos acontecidos e ele prometeu voltar para casa do seus pais já que retirei a queixa e fiz com que Ádria também. Enquanto ele estava em silêncio e eu também fiquei pensando de mais.

— Por quê terminou comigo por telefone? — encarei meus dedos que brincavam com a barra da minha blusa.

— Achei melhor para nós dois, eu não queria te prender comigo já que minha vinda para cá seria adiantada por mais dois meses ou até três.

— Você não sabe o tanto que eu sofri.

— Acredite Thalyta, eu também sofri muito e fiquei pior ainda quando te fiz mal. Pensei em até tirar minha própria vida mas eu não conseguia me lembrar de ter feito algo só sabia que tinha feito. Eu não sei se algum dia eu mesmo vou me perdoar por ter deixado cicatrizes em você mas eu queria o nós de novo. Eu prometo não aceitar que se apoderem do meu corpo de novo já que você disse que é tipo uma escolha. Sabe o tanto que eu sinto sua falta? Eu sei, eu sinto  muito desde da primeira hora que eu fiquei sem você naquele apartamento. Eu preciso de você comigo, preciso da metade do meu coração de volta. Vamos voltar para Brasília, morarmos juntos, você pode dar aulas naquela escola lá perto. — a cada palavra dele minha mente ficava confusa em ir ou não.

— Me dê um tempo para pensar, eu prometo te responder em breve.

Eu, Você E A Enviada(Concluída)Where stories live. Discover now