— Bruna como que você usa uma criança para dar uma notícia dessa para mim? Da onde tirou que eu estou gravida sua maluca? — a bronquiei dentro do banheiro da escola.— Primeiro; fala baixo antes que alguém pense que é loca. Segundo; crianças puras de coração vêem a gente sim mas poucas falam sobre isso. Terceiro; eu não tô maluca você é que não me deixa falar as coisas. Presta atenção, seios fartos, peso alterado, tonturas, você está gravida do Victor!
— Eu não posso estar grávida Bruna, eu não quero ter um filho ou filha agora. — apoiei na pia sem acreditar.
— Aceita Thalyta, eu já sabia que isso iria acontecer. Sabia e sei de várias coisas do seu futuro, eu tentei te impedir de vir mas você não me ouviu.
— Minha vida está uma loucura Bruna, o que eu vou fazer? — me olhei no reflexo do espelho.
— Agora é com você, eu não posso fazer nada, sou uma mera enviada. Agora vá para casa pois os meninos estão te esperando.
(...)
Ao tocar a campainha do meu próprio apartamento Aline atendeu.
— O que você tá fazendo aqui? — sorri sapeca e ela ficou tímida.
— O Murilo que chamou. — deu de ombros e eu entrei.
— Chegou nossa professora favorita! — Murilo cantarolou de um jeito desafinado.
— Preparamos o almoço já. — Aline disse indo até a conzinha.
— Senti o cheiro daqui. Onde está o Luan? — olhei em volta.
— Boa pergunta.
— Vou procurar ele.
O apartamento não era grande, apenas dois quartos, sala, conzinha e banheiro não seria difícil achar-lo. No pequeno corredor tinha várias fotos pela parede onde o encontrei.
— Quem são? — se referiu a foto.
— Meus dois melhores amigos. — sorri ao lembrar do momento da imagem e a toquei — São dois comédias precisa conhecer. Vamos almoçar? — toquei em sua mão e um arrepio estranho percorreu pelo meu braço, de imediato me afastei.
— O que aconteceu? — perguntou preucupado.
— Nada. — sorri sem mostrar os dentes e ele começou a caminhar para a cozinha.
Olhei em seu corpo mas não tinha nada de sombras estranhas ou algo que representasse perigo.
O almoço foi alegre já que Luan e Murilo ficavam contando as palhaçadas que fizeram juntos no jatinho vindo para cá. Depois resolvemos apenas ficar na varanda que era extensa e começamos a falar da vida. Aline contou de sua família, Murilo disse sobre o pai que já morreu, Luan contou algumas coisas de que ninguém sabia e eu contei sobre minha outra tia Sara que mora aqui também e é policial.
— Estranho. — falei ao olhar quem me ligava.
— O que foi? — Murilo perguntou depois de fazer alguma piadinha chata sobre quando eu estava na casa de sua mãe.
— Falei da minha tia agorinha e ela está me ligando. — mostrei a tela.
— Atende antes que a ligação caia. — Aline disse sorrindo ainda.
Me distanciei deles e fui atender.
— Oi Tia, quanto tempo.
— Oi minha linda, você poderia sentar por favor. — sua voz triste pediu e eu sentei sentido outro arrepio pelo corpo e um precentimento ruim.
— Thatha você tem alguma tesoura? — perguntou Luan e afastei o celular do rosto.
— Ali. — apontei para a gaveta — Pode falar tia. — me levantei já que Luan não achava.
— O Victor está no hospital em estado grave Thalyta. — falou um pouco receosa e eu parei de andar deixando o celular cair.
— Thalyta está tudo bem?
Levei a mão na boca desesperada e as lágrimas mostraram em minha face. Minhas pernas fraquejaram e antes que eu fosse de encontro ao chão Luan me segurou pela cintura. Depois... tudo ficou escuro.
(...)
Minha cabeça doía e um enjôo enorme me consumiu, apenas levantei o corpo e vomitei ao lado da cama que eu me encontrava deitada. Não me mechi muito já que vi uma agulha em minha veia transmitindo soro para mim.
— Ei mocinha acordou. — um enfermeiro veio.
— Victor... — foi a única coisa que eu falei sentindo o gosto ruim na boca.
— Eu vou chamar seus acompanhantes espere só um pouquinho, há... seu bebê está bem não se preucupe. — sorriu acolhedor mas eu sabia o que tinha acontecido antes e meus olhos voltaram a marejar.
Com a mão desocupada passei pelo meu cabelo nervosa.
— Que bom que você esta bem, fiquei tão preucupado. — os braços fortes de Luan me envolveram.
— Eu preciso ver ele Luan, me leva. — segurei sua camisa polo em um pedido de súplica.
— Você não pode sair. — o infermeiro falou e o vi arrumando algo em um outro aparelho.
— Escuta aqui. — fuzilei ele com o olhar — Ou você tira essa porra de soro do meu braço agora ou eu arrasto essa merda por esse hospital ou por qualquer outro que for onde Victor está! — esbravejei mostrando nitidamente meu nervosismo.
— Não se altere pelo bebê. — pediu calmo retirando a agulha.
— Bebê? Que bebê? — Luan perguntou e vi sua expressão de maguado junto com a dor.
O ignorei e sai da ala onde eu estava indo até a recepção.
— Preciso que me falem se Victor Souza Vieira está nesse hospital. — chamei atenção da atendente que lichava a unha e não me ouviu. Me debrucei no balcão e assim como fiz com o Luan eu fiz com ela segurando a gola de seu uniforme e lendo seu nome — Escuta aqui Micaela, você está aqui para trabalhar e não lichar essa unha ridícula. Agora faz alguma coisa de útil e age como tal.
A moça me olhou com espanto e todos em volta me aplaudiram, fiquei mais nervosa com isso e ela perguntou novamente o nome dele e repeti com furia.
— Ele está passando por uma cirurgia arriscada e o estado não é bom. Você pode ficar na ala de espera no segundo andar.
Corri até o elevador que estava quase fechando e apertei para o segundo andar tremendo. Aproveitei que estava sozinha e chamei por Bruna.
— Ele nao vai aguentar Thalyta. — constatou logo depois de aparecer.
— Você não pode deixar que ele morra! Como quer que eu tenha um bebê sem pai?! — praticamente gritei.
— Já estou gastando todas as minhas energias fazendo com que seu bebê não sofra com o seu nervosismo, não posso e não consigo salva-lo e entre ele e o pequeno vem primeiro a vida do bebê.
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Eu, Você E A Enviada(Concluída)
Fanfiction"BRUNA SANTANA IRMÃ DE CANTOR SERTANEJO LUAN SANTANA MORRE APÓS UM GRAVE ACIDENTE DE CARRO. A JOVEM TEVE UMA PARADA CARDÍACA NO HOSPITAL E NÃO RESISTIU."- uma das manchetes de jornal. A notícia que abalou milhares de pessoas mas principalmente sua f...