Capítulo 9

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Passei a mão em sua lágrima insistente que escorria pelo seu rosto.

- O que foi? - segurei seu rosto.

- Sinto tanta falta de cantar. - falou enquanto foliava uma revista.

- É só você voltar aos paucos. - peguei de suas mãos a revista e coloquei de volta na partileira.

- Não é tão simples assim.

- Deixa que eu cuido disso, agora é nossa hora de assistir o filme.

(...)

Tentei o distrair o máximo possível e com a ajuda do filme damos muitas gargalhadas.

- Obrigada pela companhia. - disse sorrindo enquanto bebia seu Milk Shake.

- Eu que tenho que agradecer. Agora tenho que ir se não a Ádria me mata.

- Vamos então. - seu braço contornou meu pescoço e eu fiquei sem graça com a proximidade.

Enquanto andavamos daquele jeito vi Bruna encostada em uma vitrine sorrindo satisfeita.

- Você disse que iria me ajudar. - parou ao lado do meu carro.

- Disse e vou. - destravei o alarme e entramos - Vamos começar amanhã depois do almoço. Tem que ser atarde depois que eu chegar da escola, meu deus! - coloquei as mãos na cabeça.

- O que? - gargalhou, supostamente da minha careta.

- Porra Luan, eu começo amanhã já.

- Começa o que mesmo?

- Eu vim para São Paulo me especializar em Artes, também ajudar uma... uma amiga mas isso não vem ao caso. Eu estou completamente sem saber o que exatamente tenho que fazer e a essa hora Ádria deve estar dormindo e não vai me explicar nada.

- Vamos então.

Dirigi um pouco mais rápido e logo chegamos em casa, me despedi dele e fui pra "minha" casa. Chave? Cadê minha chave? Aí meu pai eterno! Voltei no carro e procurei mas nada, revirei a bolsa mais uma vez e nada também. Olhei em volta e vi uma árvore mas os galhos não davam ao meu quarto. Se só tem você, vai você mesmo. Escalei a árvore assim como fazia para fugir de casa, como o mundo dá voltas, agora eu estou é entrando nela.

- Ádria... - falei baixinho e ela não respondeu, por que tinha que ser logo no quarto dela?

Na maior silenciosidade passei da sacada para dentro do quarto, na enorme cama de casal lá estava ela dormindo com um tapa olho no rosto escrito "Não pertube!". Tudo o que eu menos quero é ti perturbar querida. Na ponta dos pés passei pelo seu quarto e fui até a porta, abri e a fechei na calada.

- Isso é para você aprender a carregar as chaves.

Segurei para não dar um grito de susto.

- Mísera! Dá pra parar de aparecer assim do nada?!

- Não porque é muito engraçado. Menos a parte que você pulou no tal de Murilo.

- Espero que ele sempre esteja por perto. - a olhei cínica.

(...)

Pelo menos no horário eu acordei cedo, me arrumei e desci para tomar café.

- Bom dia. - falou Cida me recebendo com um sorriso largo.

- Bom dia Cidoca. - beijei sua bochecha e me sentei.

- Ádria já está descendo e você vai leva-lá até o aeroporto. - me serviu com suco de laranja.

- Sério isso? Se eu me perder a culpa é dela.

- É sério, assim você já vai se acostumando com a cidade. Seu GPS ajuda a voltar. - suas mãos tocaram meus ombros e engoli seco.

- Oi Ádria querida, durmiu bem?

- Sim, como um anjo.

É, um anjo que ronca feito um porco.

Eu, Você E A Enviada(Concluída)Where stories live. Discover now