Capítulo 16

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  Se caso alguém saiba de um hospício mais próximo por favor me avise, obrigado.

— Pai eu não quero mais isso, tem cara de comida de porco. — relutei contra meu pai.

— Mas a minha menininha tem que comer e ficar forte. — minha mãe disse apertando minhas bochechas, vi Bruna rindo e lancei um olhar ameaçador.

— Que tal vocês irem dar uma volta por aí, quem saiba conhecer a cidade melhor e chamar o Luan para mim. — sugeri.

— Qual é a desse Luan em? Eu não gosto daquele cara. — papai emburrado é o caos.

— Deixa a menina amor, vamos sair.

— Obrigado mãe.

  Antes me deram um beijo na testa e depois sairam.

Seus pais são uma comédia.

— Não enche Bruna, mas agora me diz o que aconteceu com o Victor.

Como eu disse antes você é uma médium aberta, além de me ver você ver outros enviados também. Eu não sei se foi por isso que você mais o Victor ficaram atraídos um pelo outro e também não posso afirmar. Eu creio que Victor é um médium hospedeiro, isso quer dizer que algumas almas podem apoderar do corpo dele assim como almas de luz ou das trevas.

— Eu tenho certeza que alma de luz é que não foi, eu levei um tiro quase que certeiro.

Para mim afirmar que foi isso mesmo eu precisava de provas, algo que afirme isso.

— Antes de acontecer toda essa merda eu vi algo em volta dele, era tipo um nevoeiro preto, me apertou o coração ver aquilo.

Isso Thatha. Era isso que eu precisava, agora eu vou dar uma saída e mais tarde estou aqui de novo. Uma dica, se você ver isso em qualquer outra pessoa se afasta.

   E sem me deixar falar ela sumiu. Uma dúvida me invadiu junto com a solidão do quarto, porque?  Qual seria o motivo para isso tudo?

— Posso entrar? — a cabecinha do Luan apareceu entre a porta.

— É claro meu salvador. Como posso retribuir seu ato de cavalheirismo?

— Talvez não vindo mais aqui? — entrou com as mãos atrás das costas.

— O que tem aí? — tentei olhar mas ele desviava.

— Uma surpresa para você. — mostrou um ramo de flores e uma caixa pequena — Os médicos estão surpresos pela sua melhora rápida. Não vai ser necessário mais uma cirurgia nem nada, o transplante de coração então fora de cogitação. Fiz a cabeça deles e consegui trazer os chocolates que você mais gosta.

  Era verdade, os médicos estavam apreensivos de surgir algo errado em meu estado clínico e precisar de um transplante só por causa de uma pequena infecção que estava crescendo no rumo do coração. Bruna fez de tudo para me ajudar, seus dons era tão grandes que até ela desconhecia.

— Sério?  Jura mesmo? Me dá. — fiz bico e ele riu me entregando, logo abocanhei um — Você quer? — acabei falando de boca cheia.

— As vezes você é tão fofa que até me dá vontade de... — ele parou de falar passando a mão pelo cabelo.

— Você tá bem? Esta tão vermelhinho. — ri do seu estado — Quer que eu chame um médico?

— Não, não. Olha tá sujo aqui. — se aproximou de mim limpando o canto da minha boca.

  Talvez fosse aquela aproximação estava perto de mais, ou minha respiração acelerada de mais que até me deixou com uma coisa no estômago.

— Me desculpas, já estou saindo. — Dona Mari falou assim que entrou no quarto e nos vendo tão próximo.

— Você não viu nada Dona Mari, isso foi só um... — as palavras faltaram para mim.

— Pode ter certeza que não vi absolutamente nada, e você como está Thalyta? — Mari falou sorrindo e mudando o assunto.

— Eu vou, buscar uma água vocês querem?

— Não Luan, obrigado. — agradeci sentindo minhas bochechas queimarem sobre seu olhar penetrante.

   Mari sentou ao meu lado e segurou minha mão.

— Acho que tem algumas coisas para desabafar não acha?

— Tenho? Acho que não. — com uma cara de "Pode ir falando tudo" cedi e talvez falei mais do que devia — Há dona Mari! Eu não sei se é o jeito que ele é cuidadoso comigo ou outra coisa mas eu me sinto tão atraída por ele, gosto da energia boa que ele me traz, o sorriso gostoso que ilumina tudo.

— Você está apaixonada pelo meu filho e acredito que isso é recíproco. Eu nunca vi um menino que anda comendo tanto, voltando a pegar contatos para shows. Rober também está dando uma grande ajuda. Tenho certeza que essa volta dele aos palcos tem a ver com você.

— Eu dei uma ajudinha sim. — encolhi no travesseiro.

— Quanto tempo?

— Quanto tempo o que? — perguntei confusa.

— Que você é fã dele? — pegou minhas flores dando um sorriso maroto e colocou em uma jarra que era a água que eu bebia.

— Faz tanto tempo que você nem acreditaria. 

Eu, Você E A Enviada(Concluída)Where stories live. Discover now