Capítulo 48

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  Me sentia fraca, me levantei olhando ao redor e uma mulher loira veio até mim.

— Luana, sua amiga acordou. — avisou com a cabeça do lado de fora do quarto — Como se sente? — me ajudou a tirar os lençóis de cima de mim.

— Dolorida, fraca. Onde eu estou? — vi alguns pontos no braço.

— Em minha casa, minha filha te trouxe e cuidei de você aqui em casa. Meu nome é Laura.

— Mamãe, deixe que eu converso com ela. — uma moça mais jovem e com os mesmos traços falou enquanto entrava e sentou ao meu lado.

— Dê os remédios a ela. — disse por último e saiu.

— Minha mãe é cirurgiã então cuidou bem de você. Thalyta, como você veio parar aqui? Faz tanto tempo.

— Eles me sequestraram, quase fui obrigada a me prostituir. Eu tentei fugir na primeira oportunidade nos primeiros dias mas não deu certo e com a surra que deram eu perdi um bebê do Luan que nem sabia que estava esperando. — abaxei o olhar e acariciei minha barriga.

— Imagino o quanto você sofreu, eu vou te mandar de volta para o Brasil.

— Como você me conhece?

— Como não conhecer?  Eu sou fã do Luan Thalyta, você é mulher dele. Eu te vi uma vez saindo de una van e entrando na boate mas meus amigos duvidaram de mim. Eu sabia que era você então sempre que podia passava lá por perto de novo. — segurou minhas mãos.

— Eu preciso ligar para o Luan. Falar que eu tô bem e viva.

  Ela se levantou e tirou o celular do bolso.

— Ligue. — me entregou.

  Disquei o número que sabia dele.

— Ele trocou, esta dando inexistente. — devolvi.

— Vou ligar na central, quem saiba.

  Primeiro ela olhou na página do Facebook e viu o número para entrar em contato.

— Alô? Eu achei a Thalyta, ela está aqui comigo... Não, não é mentira... — ela retirou o celular da orelha e me olhou frustrada — Desligaram na minha cara.

— Tem que falar algo que ninguém saiba.

— Claro! Sua cicatriz, você tem uma cicatriz no peito é do que?

— Uma cirurgia perto do coração.

— Vou ligar de novo. —discou novamente — Oi, não desliga pelo amor de Deus, meu nome é Luana, encontrei a Thalyta aqui em Cuba e para te provar ela tem uma cirurgia no coração que ninguém sabia disso. Por favor acredite em mim. Conversa com ela. — falou rápida e olhou alegre me passando o aparelho.

— Ju é você? Sou eu a Thalyta. — logo comecei a chorar ouvindo a voz de alguém conhecido — O Luan ta aí?  Eu quero falar com ele por favor.

— Thalyta é você mesmo? Me diz algo que eu possa acreditar.

Meu nome é Thalyta, meu filho chama Vinicius, minha vizinha chama Ádria e o que eu mais quero agora e voltar para casa e ver minha família toda, meus pais os pais do Luan.

Rober corre aqui! — ela gritou do outro lado e eu ri ainda chorando — É a Thalyta Rober!

Oi? Alô?  Thalyta é você mesma?

— É claro que sou seu bobo.

Na onde você estava mulher? Na onde você está?  O Luan vai te buscar agora.

— Foi tudo armação daqueles dois desgraçados, os pais do Victor, se você soubesse o que eu passei.

A gente vai te buscar hoje mesmo se possível. Vou mandar até prepararem o jatinho.

   Luana explicou tudo a ele como chegar aqui e ele disse que já estava indo até minha casa avisar o Luan.

— Vai dar tudo certo Thalyta. — ela tentou me acalmar.

— Você não entende Luana, eles são muito perigosos, não podem dar bandeira que eu voltei. Se algo acontecer com minha família?

— Me diz a onde vocês ficavam presa.  Eu posso ligar para  alguma delegacia e denunciar.

— E se descobrirem que foi você? Pode te acontecer algo também.

— Não se preucupe, eu vou até um orelhão e ligo denunciando anônimo.

  Enquanto ela saiu Laura voltou a cuidar dos meus ferimentos e disse que eu estava muito anêmica, precisava de vitaminas e me fez prometer procurar um médico assim que chegar.

— Eu não sei como agradecer o que fizeram por mim. — olhei para Laura que passa o algodão devagar sobre os ferimentos de cacos de vidro que não precisou de pontos.

— Minha filha gosta de você e te acho muito simpática, o mínimo que posso fazer é ajudar. — sorriu cincera.

   Olhei as fotos ao redor e vi um homem em quase todas.

— Quanto tempo seu marido morreu?

  Ela travou e me olhou depois olhou para foto atrás de si suspirando.

— Onze anos. Eu não quero falar sobre isso.

— Tudo bem. Sei o quanto é difícil, já perdi uma irmã mais nova e o pai do meu filho, minha tia também.

  Ela sorriu de canto mas não voltou a olhar para mim e nem tocar no assunto.

Eu, Você E A Enviada(Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora