Capítulo 7

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  Sinto meu corpo ser balançado de leve, mas a preguiça era tamanha que apenas virei de lado e ignorei.

  — Ei, acorda, seu celular tá tocando. — a voz do Luan invadiu meus tímpanos.

  Oh céus, eu dormi aqui. Ádria vai me matar!

  — Meu Deus! — peguei o telefone da mão dele. — Alô?

  — Thalyta você está bem? — droga, a deixei preucupada.

  — Estou sim, me desculpe por não avisar. —passei a mão por entre meus cabelos nervosa.

  — Céus, quer me matar do coração? Cheguei hoje cedo e você não estava, apenas o carro na garagem. Onde você está?

  — Me desculpe por te dar trabalho assim, eu... eu não estou longe, em cinco minutos estou aí.

  —Venha então, estou esperando.

  Encerrei a ligação e olhei para Luan.

  — Tenho que ir. — sorri de canto.

  — Vou te levar até a porta.

   Nos levantamos e ele me acompanhou até a porta.

— Toma cuidado. — me assustei pois falando juntos.

  — Então... — coçou a nuca.

  — Só toma cuidado e não faz nada de errado por favor. — me virei para sair mas o olhei de novo — Eu vou sempre estar aqui quando você precisar. — me distanciei.

   Toquei a capainha já que não tinha as chaves.

  — Ei menina, você nos assustou. — me deu passagem.

  — Disculpas Cida, não era minha intenção.

  Entrei e logo encontrei a dona da casa.

  — Essas são suas, vê se não perde. — me jogou um maço de chaves — Quero explicações dona Thalyta, aqui não vai ser bagunçado assim. Horário de sair e horário de chegar, se acaso for dormir fora me diga com quem e na onde. Me considere sua mãe postiça.

  — Sim senhora e me desculpa mais uma vez eu juro que não queria, eu estava com... com o vizinho da frente que estava triste, acabei conversando com ele e dormimos no telhado da casa.

  — Bom, que isso não se repita Thalyta. Mesmo que tenha seus dezoito completo ainda sou sua responsável. Como está tarde, se arrume para o almoço e depois vamos até o apartamento do meu filho e de lá para a escola e você conhecerá tudo. 

(...)

   Estava no carro da Ádria esperando a boa vontade de seu filho descer.

  — Olha ele ali. — apontou para a entrada do hotel e saí do carro assim como ela saiu.

   Meu queixo foi ao chão. Olhei para ele de cima em baixo e o mesmo sorriu vendo que eu o admirava, Jesus me abana! Lindo, pele morena clara, corpo escultural, sorriso sedutor e perfeitamente brancos, braço com tatuagem, cabelo castanhos arrepiadinho e...

  — Sei que ele é lindo mas pelo menos disfarça. — Ádria me cutucou.

  — Aí que vergonha! — nesse momento eu queria me enfiar debaixo da saia longa dela e fingir que nada aconteceu.

  — Thatha esse é meu filho Murilo, Murilo essa é nossa nova aluna Thalyta.

  — Olá Thatha, posso te chamar assim não é? — ele sorriu mostrando apenas a covinha do lado direito.

  — Mas... mas é claro.

  — Não, não pode não, ela odeia esse apelido! — Bruna aparece praticamente rosnando.

  — Aí meu Deus! — pulei da onde estava para mais perto do... do... qual o nome dele Jesus?

  — Gente, vamos?

  — Mãe, ela é normal? — sussurrou para ela mais eu ouvi.

  — É claro que sou normal! — o soltei —Bem, ao menos tento.

  — Claro, você me vê. Isso é super normal, uma médium é a coisa mais normal do mundo.

   A ignorei entrando no carro, ali ela não me atormentaria. O caminho foi longo ou ao menos para mim foi.

  — Chegamos querida. — ela disse descendo.

  Antes que eu abrisse a porta ela abriu sozinha, quer dizer, Murilo abriu para mim.

  — Senhorita esquisitinha. — fingiu uma reverência.

  — Engraçadinho. — apertei a macia bochecha dele.

  — Da pra parar de tocar esse cara, tipo, ficar bem longe dele se possível. —lá estava a fantasma mais chata.

  Mostrei língua para ela sem os outros verem.

  — Essa é minha escola de artes plásticas Painting a new worlds. — apontou para a faixada em nossa frente.

  — Boa tarde senhora, que bom revela novamente. — uma moça séria se aproxima.

  — Essa é a Gabriela, minha secretaria e braço direito.

  Apenas nos deu um breve aceno e voltou a falar com a chefe.

  — Mãe, eu mostro tudo a Thatha, pode ir resolver seus problemas.

  — Obrigada meu doce. — beijou o rosto dele e me abraçou — Até daqui a pouco.

  — Vamos? — sorriu me dando passagem.

  — Eu não era a esquisitinha? — cruzei os baços.

  — Digamos que uma esquisita muito gata. — me puxou pela mão.

  Passei por todos os lugares daquela escola, era incrível, maravilhoso. Minhas pinturas em muros não chegavam perto daqueles pintadas no quadro mas quem sabe eu chego lá.

  — Quero te ver pintar. — me puxou para uma sala que estava praticamente vazia apenas um armário grande e com uma parede toda branca.

  — Já até imagino o que vou fazer. — estralei os dedos.

   Do armário ele tirou várias latas de tinta spray que fiz um bom uso de todas.

  — Espere, você curva muito o braço para  fazer os detalhes mais pequenos. — com cuidado se posicionou atrás de mim, apesar que sua técnico seja a mesma coisa que eu curvar o braço ou não eu deixei que ele me "ensinasse" — Quem te ensinou tudo isso?

  — Meu namorado e depois aprimorei na aérea.

  Devagar ele foi me soltando e voltou apenas olhar a parede.

Eu, Você E A Enviada(Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora