Olhei em volta aonde eu estava e me reparei com muitas pessoas aglomeradas fazendo um círculo perto de mim.— Oi. O que está acontecendo? — tentei passar mas as pessoas não se moviam.
Toquei no ombro de um homem e ele se virou para mim, seus olhos estavam negros assim como a sombra negra em sua volta. Ao mesmo tempo todas as outras pessoas me encararam e estavam exatamente iguais ao homem, seus passos foram em minha direção e eu ia para trás.
— Me ajude... — suas vozes como zumbis ecoaram com força em minha cabeça. Eram muitas súplicas de uma vez só fazendo com que eu caísse ajoelhada no chão com uma imensa dor.
— Parem! — pedi mas continuavam cada vez mais perto e falando mais alto.
— Nos ajude.... Você pode nos ajudar!
— Por favor, parem! — digo chorando.
— Corre! — uma voz familiar surgiu — Levanta e corre agora!
— Luan é você? — perguntei olhando em volta mas só via as únicas pessoas assustadoras vindo lentamente em minha direção.
— Eu mandei você correr!
Me levantei cambaleando e corri, corri o máximo que pude e já estava faltando o ar nos meus pulmões. Um grande precipício estava a minha frente. Olhei para trás e eles ainda me seguiam. Senti meu corpo ser empurrado para baixo, consegui segurar na raiz da árvore. Já não estava aguentando quando Luan aparece na beirada olhando para mim.
— Me ajuda! — pedi chorando, minha mão queimava segurando aquela raiz.
— Você não ajudou eles, porque ajudaria você? — respondeu com frieza e se virou me deixando a beira da morte.
— Ei Thatha, pode pular. — uma voz de uma criança veio do final do precipício e a única luz mais forte era a que saia do seu corpo em toda aquela escuridão.
— Eu não solto isso.
— Pode pular, isso é só um sonho ruim você não vai se machucar.
Fechei os olhos com força e abri minha mão. Na queda livre vi várias cenas de toda a minha vida passar em nuvens negras. Era como se fossem lembranças. Meu corpo foi chocado ao chão mas não senti dor.
— Você pode me ajudar não é? A Bruna disse, ela me prometeu.
— Eu não sei, eu só quero acordar.
— Se eu te acordar agora você me ajuda? — não sei como ajudaria mas concordei — Promete?
— Prometo. — enguli seco.
— Muito bem, pode acordar agora.
— Thalyta acorda! — uma voz gritou perto dos meus ouvidos e logo despertei assustada agarrando seus braços com força.
— Sombra Luan... menina loira... você não me ajudou... você me deixou morrer! — as palavras que saiam da minha boca era sem sentido até para mim.
— Ei, calma. Está tudo bem eu não vou te deixar morrer , eu não viveria sem você. — me abraçou mesmo eu tentado me soltar.
— Eu estou com medo. — deixei que me abraçasse.
— Para que medo se seu fiel escudeiro está aqui do seu lado? Agora volta a dormir eu estou aqui.
Voltei a deitar e ele sentou na cadeira próximo à mim mechendo em meus cabelos.
Alguns dias depois- Condomínio Alphavilhe
— Está com fome menina Thalyta? —Cida perguntou desligando a TV que eu assistia.
— Oxi mulher, porque desligou? E não, não estou com fome.
— Pode levantar daí e ir já para a cozinha que eu fiz um lanche.
— Então porque perguntou, manda logo.
Levantei irritada, já faz alguns dias que me tratam como criança e o pior de tudo é que não me deixam sair.
— Você sabe onde Ádria escondeu a chave do meu carro não é? — fiz uma carinha de menina indefesa.
— Nem inventa, eu não vou falar onde está. Seus pais já estão chegando com a Ádria então você conversa com ela. — colocou o prato com um sanduíche em minha frente — Agora fica aí que vou na lavanderia estender umas roupas.
Esperei ela sair e subi correndo até o quarto da Ádria, eu já estava cem por cento boa graças a Bruna mas eles não pensavam como eu. Tinha algo que queria ver e tinha que ser hoje.
Entrei no quarto e a primeira coisa que vi foi uma caixa preta debaixo do abajur, tanto lugar para esconder, hô falta de imaginação. Como dobraram a segurança ali fora eu teria que pular a janela e descer pela árvore. Esperei um dos seguranças saírem e desci, abri as portas da garagem e encontrei minha bebê.— Quanto tempo meu amor. — alisei meu carro.
Entrei rápido e ao dar a partida o ronco do motor foi como músicas para meus ouvidos.
— Ei, saia do carro! — um dos seguranças, estilo Well na vida entrou na frente.
— Nunca meu querido, agora sai. — acelerei mas ele foi mais rápido e saiu da frente — Manda beijo para minha família!
Doce gosto da liberdade, som com minhas músicas preferidas, como é bom isso. Dirigi até onde eu queria e deixei o carro no acostamento. Verifiquei se não poderiam me roubar e entrei pela mata que tinha ali, uma reserva pequena com alguns trilhos cimentados para para fazer caminhada ao ar livre. Respirei fundo, tomara que eu não esteja doida.
— Duda! — gritei chamando a loirinha — Duda eu vim, onde está você? — saí do trilho entrando na mata.
Tomara que eu não esteja loca. Tomara que eu não esteja loca!
Gritava em pensamento.— Thatha você veio! — a pequena me abraçou, eu a senti, meu Deus eu vou desmaiar!
— Como você pode me tocar? — abaixei segurando sua mão.
— Crianças tocam, abraçam isso é normal.
— E o que a senhorita precisa da minha ajuda? — levantei a pegando pela mão — Você não devia estar no céu pequeno anjo?
— Mamãe e papai disse que as pessoas só vão para o céu quando morrem, eu não morri e por isso estou aqui. — disse simples dando de ombros — Olha, a tia Bruna disse que você poderia me levar de volta aos meus pais. Eles esqueceram de mim já faz uns três dias.
— Esqueceram? Você? — será que ela não sabe que já não faz mais parte desse mundo?
— Isso, antes de você ir falar com eles eu quero te mostrar um lugar.
— Então vamos.
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Eu, Você E A Enviada(Concluída)
Fanfiction"BRUNA SANTANA IRMÃ DE CANTOR SERTANEJO LUAN SANTANA MORRE APÓS UM GRAVE ACIDENTE DE CARRO. A JOVEM TEVE UMA PARADA CARDÍACA NO HOSPITAL E NÃO RESISTIU."- uma das manchetes de jornal. A notícia que abalou milhares de pessoas mas principalmente sua f...