Capítulo 29

1.2K 76 2
                                    

  Sentei nos bancos de espera e ali fiquei chorando baixinho até uma mão tocar meu ombro.

— Disculpas por não ter vindo antes é que eu causei um certo alvoroço nesse hospital. — Luan se desculpou sentando ao meu lado.

— Será que ele vai ficar bem? — perguntei limpando meu rosto.

— Pelo o que me falaram a situação dele é muito grave. Ele se envolveu em uma briga no trânsito e um cara que agora já está preso o atacou com uma faca por trás. — me puxou para seu corpo me confortando.

— Se ele tiver perdendo muito sangue vai ser difícil achar algum compatível, o dele é raro. — meu pensamento me deixou mais triste.

— Se for preciso até eu dôo mas agora você pode me contar o que foi aquilo que aquele homem disse sobre bebê? — fez com que eu olhasse  em seus olhos.

— Descobri hoje mais cedo. Eu não quero e não posso ter um filho Luan. Mau sei cuidar de mim imagina de uma criança.

— Você não vai abortar tá me ouvindo?! — segurou em meus ombros dando uma leve balançada — Nem que pra isso... — parou por um momento — Nem que para isso eu mesmo tenha que cuidar desse bebê.

— Você cuidaria de um filho que não é seu? — o olhei boquiaberta.

— Por você faria até...

  Desviei o olhar quando vi um médico saindo de uma sala procurando por alguém. Me levantei indo até ele.

— Você é Thalyta Dutra certo? — o médico me perguntou.

— Sim sou eu me fale como ele tá por favor. — praticamente implorei.

— O paciente Victor enciste em falar com você pode me acompanhar? — apontou para a porta e eu logo o acompanhei soltando a mão do Luan.

  Entrei no quarto e o vi na maca deitado de lado mas a coberta cobria seu corpo.

— Meu Deus... — toquei seu rosto e ele sorriu levantando a mão para enchugar minhas lágrimas.

— Fica quietinha e só me escuta ok? — disse com a voz baixa e eu assenti tentando cessar o choro — Pedi para que me cobrisse pois é desnecessário que me veja do estado que estou. De alguma forma sei que meu tempo aqui na terra chegou ao fim. Peço desculpas novamente por toda dor que te fiz passar, pelos momentos que te fiz chorar... — parou um pouco respirando fundo — Quero que siga sua vida com quem você realmente ama e não deixe que nosso passado te atrapalhe no futuro. Volte para onde te faça bem, lamento por não deixar algo que me lembre de uma maneira agradável.

— De certa forma você deixou mas não sei como vou se sair à isso. — alisei minha barriga e ele olhou meu jesto e deu um sorriso bobo mas fraco.

— Eu iria ser pai não é? — tentou tocar minha barriga mas uma careta de dor o impediu, pela primeira vez na vida o vi chorar — Só conte para esse serzinho que eu o amei  mesmo sabendo em pouco tempo.

— Você não pode morrer Victor! — segurei seu rosto.

— A vida é um ciclo de mortes constantes, mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. O tal Luan está aí não é?

— Sim. Lá fora.

— Quero que peça para ele vir aqui mas antes me prometa que nunca vai deixar de ser feliz pelo o que vão pensar. É apenas seu coração que importa, e nunca se esqueça também que se eu pudesse criaria essa criança com total orgulho mas sei que você não vai faltar. Veja por mim o crescimento da barriga, o choro na hora do parto, o primeiro olhar curioso. Há... e reze que ela saia com meus olhos viu. — sorriu e eu neguei rindo também.

— Eu poço te ver mesmo que parta, então...

— Não!  Eu não vou fazer isso com você. Hoje é nosso último dia juntos e fico feliz por deixar um descendente meu aqui. Um conselho, não conte para meus pais é melhor. Agora vá e o chame para mim.

  Alisei seu rosto mais uma vez não acreditando que isso estava acontecendo. Selei nossas bocas e depois dei um beijo em sua testa sussurrando um "Nós sempre vamos te amar" e o olhei pela última vez guardando aquela imagem em minha memória.

  Assim que saí Luan veio me acolher afagando meus cabelos e dizendo palavras de conforto.

— Ele quer falar com você. — falei e ele me olhou surpreso e então olhou para a porta — Ele não vai resistir.

— Eu vou lá mas não quero te deixar assim. — segurou minhas mãos que tremiam.

— Não se preucupe comigo só quero que vá. — moldei seu rosto com as mãos.

Eu, Você E A Enviada(Concluída)Where stories live. Discover now