Capítulo 55 - POV Dante

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- Joyce?

- Olha Dante, eu não posso guardar pra mim. Tony disse para não contar, nem os seus amigos deixaram. Estou escondida no banheiro e o Matt está lá fora me vigiando pois dei a louca e queria te contar. Não sei onde está, mas não me importo, você tem que saber....

- Joyce, não estou entendo. Você está falando coisa com coisa, o que ninguém deixa me contar?

- A Elise, ela... Ela...

- Diga logo Joyce, por favor.

  Passo a mão exasperado no cabelo e irritado com a enrolação dela. Ouço um barulho e depois uma voz. Ela disse que estava escondida no banheiro e que ninguém queria deixar ela me contar algo. Mas o quê?

- Dante, você tem que achar ela o mais rápido possível.

- O que houve, Joyce?

- Ela está grávida de você Dante, ela descobriu e só voltou pois não queria esconder de você. Ela tinha voltado por você Dante, pois é o pai do filho que ela carrega no momento.

- O-o quê? -- pergunto perdido e assustado, Elise está grávida?

• • •

Elise!

- Quero nenhum piu seu, será rápido!

  Ele diz e retira a fita da minha boca. A cada palavra que sai desse marginal, me causa repulsa. Minha barriga estava doendo muito e meu medo aumentava a cada segundo, quando ele retira as amarras dos meus pulsos, não consigo segurar, me jogo de lado e vomito o que não tinha do meu estômago.

- Que nojo, sua vadia! -- o homem rosna, me puxa pelo braço com força.

   Seu olhar agora é de fúria e tenho medo. Estou apavorada, não sei o que fazer. "Droga, Elise. Não seja fraca, pensa em alguma coisa. Pensa! ".  Peço a mim mesma para reagir, não sei o que posso fazer.

- Tem ideia do quanto custa esses sapatos? Sua porca!

- Aposto que é de alguma coleção italiana ou será francesa? Mas engraçado eu juro que são falsificados, nem na China que sapatos como esses é tão apagados, assim como sua alma! -- Fico deslumbrada comigo mesma por ter uma resposta dessa.

- Calada! -- ele bate outra vez em meu rosto e começo a rir assim que caio no chão. Por que estou fazendo isso? Eu não sei.

- Você é tão covarde, assim como aquela louca -- digo com fúria. E viro meu rosto para ele. --,  dois covardes desgraçados. -- falo com uma calma que nem eu sabia que tinha.

Ele é covarde sim, esperou alguns minutos que a Jessy saiu para querer tocar em mim. Um panaca.

- Ora, sua...

- Isso, me bate e me mata. Saiba que você não sairá impune. Sabe quem eu sou? Conhece as pessoas que estão atrás de mim no momento? -- me sento rindo, eu sei que estourei o seu limite, mas não me importo.

- Um cara de meia tigela que não sabe nem distinguir uma mulher com a outra. -- ele diz com deboche.

- Claro, Dante é lerdo as vezes. Mas é sagaz, seu idiota. Ele vai me achar e você vai se ferrar. -- ele começa a rir assim que fecho minha boca.

- E posso saber como? Está isolada, ninguém vai encontra-la aqui.

- Nesse momento há vários investigadores atrás de mim, sem contar que a polícia já pode começar sua busca. -- sinto que vacila com o olhar por um momento e continuo. -- Aquela louca da Jessy quer um homem que não a quer faz anos, nós somos noivos e nos amamos, ele vai me encontrar e não gostaria de ser você quando me encontrar. E aquela cretina, sofrerá da maneira certa. Acredite em mim, você está fodido!

  O homem se irrita e pega em meus cabelos me arrastando para aquele quarto imundo, entro em desespero pois cutuquei o vespeiro com vara curta. Meu medo aumenta ao imaginar o que esse homem é capaz. Não sei que horas são, estou no meu limite de qualquer forma. O homem me ergue e me dá outro tapa na minha cara, sua mão é pesada e arde, então um soco me acerta e despenco no chão, sinto meu rosto latejar e gosto de sangue na minha boca.

- Acha que me engana? Olha só para você, não é ninguém!

- Não... -- digo com dificuldade e a garganta queimando. -- Você não é ninguém... eu sou uma mulher grávida da pessoa que amo... e... você não vai escapar...

Ele chuta meu rosto com fúria e por um momento vacilo da minha realidade, a dor está insuportável, não consigo respirar direito. Não tem como escapar mais, não tem ninguém para me ajudar, eu estou sozinha, eu e o meu bebê. "Me perdoe, Dante", sinto lágrimas que até então não sabia que ainda tinha. É o momento de encontrar minha amada mãe, sei que serei feliz lá com ela, mas e aqueles que vou deixar aqui? Joyce, minha irmã acima de tudo. Tony, meu irmão de coração. Leo, que me ajudou e virou minha amiga. Matt, com seu jeito brincalhão e impossível de amar. Dayene, uma mulher incrível e as crianças, Cabelos de ouro, eu falhei com você minha princesa, sinto muito por não ter ficado. Luke um garoto esperto e rebelde, demorei mas domei aquela pequena fera. Tom, meigo e amável, um garoto inteligente e incrível. Parece que quando estamos prestes a ir, vivemos toda a nossa vida outra vez, como um DVD que avança rápido para chegar no lugar desejado.

   Um chute na minha costela e urro de dor, não tenho forças para lutar, ele é mais forte que eu. Sua risada está distante, então um sorriso lindo invade meus pensamentos. É o Dante, aquele que eu amo. É mamãe encontrei meu cafuné, sorrio para o nada. O homem da minha vida é o Dante, no momento que o vi eu sabia que algo mudou, minha alma encontrou sua outra metade. Mas falhei, assim como falhei com todos. Vejo algo impossível e é uma luz, tão linda e brilhante. Não tem como escapar, meu momento chegou.

- NÃO!

  Ouço uma voz conhecida, mas quem? Eu não sei, a dor que sinto passou, eu estou bem, eu e meu bebê. Filho vamos ficar bem e encontrar a vovó. Penso rindo, sinto tanta saudade sua, mamãe. Finalmente vamos nos encontar. Em meio a uma barulheira no fundo eu evito voltar, lá tem dor e aqui é paz.

Sinto alguém tocar meu ombro e sorrio ao ver mamãe, ela sorri para mim, linda como sempre. Seus cabelos castanhos estão lindos, ela continua tão linda. Da última vez que estive com ela, mamãe não tinha mais cabelos e estava tão magra, agora ela está perfeita, como sempre foi. Eu quero ir com ela, mas ela nega com a cabeça.

- Ainda não, filha!

  Olho ao redor e não tem mais aquele quarto sombrio, não tem o homem que me chutava, é apenas eu e minha mãe no meio da luz.

- Sinto sua falta, mãe. -- digo feliz, algo em meu coração está na paz, algo tão surreal.

- Eu nunca saí do seu lado minha filha. -- a envolvo em um abraço.

- Me leva com você, mamãe?

  Ergo meu rosto e ela sorri para mim, mamãe sempre foi tão linda, apaixonante. Ela tem sua luz própria, é uma mulher tão boa.

- Não filha, não é seu lugar....

- Mas...

- Aqui! -- ela me afasta e encosta na minha barriga, sinto um calor confortante me invadir e me sinto bem. -- Aqui tem um milagre minha filha, um fruto de um amor verdadeiro. Não é o momento de deixar isso acabar, se lembra filha, seu cafuné!

  Choro de felicidade e a abraço, ela me aperta e sei que tudo vai ficar bem. Confio na minha mãe, e tenho certeza que ela espera o melhor para mim.

- Eu o amo tanto, mamãe.

- Eu sei querida, a pequena sereia virou uma linda sereia adulta. Uma mãe, e eu tenho certeza que será a melhor mãe para essa criança, assim como eu fui para você meu amor. Não é seu momento, seu final feliz apenas começou.

   Então a luz que estava em mim se foi, assim como minha mãe. O vazio me dava frio e não sabia onde estava, meu corpo voltou a doer, mas a dor era suportável comparado a antes. A escuridão me pega e me entrego a ela cansada e pedindo para que eu tenha o Dante e todo seu amor de volta, pedindo para tudo acabar e eu poder viver com minha família em paz.


Uma Babá Inexperiente - Indisponível em SetembroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora