Naquele dia eu havia acordado cedo, mesmo com o cansaço da noite anterior, forrei a mesa da sala com uma toalha branca, preparei suco de laranja que era o favorito dele, pus alguns pães de forma na mesa junto com o pote de frios onde ficava o queijo e o presunto, esquentei um pouco de água na leiteira pra preparar café se ele quisesse. Por fim coloquei margarina, requeijão, uma maçã e um jarro com uma única flor amarela sobre o móvel.

Filipe tampou o rosto com as mãos e fui guiando seu corpo para perto da mesa, sentei em uma cadeira e quando ele mostrou o rosto fiz um sinal para que ele sentasse em meu colo. Era tão bom ver seu sorriso, pus suco no copo e lhe dei, depois comecei a cortar o pão para que ele comesse.

- Obrigado – Filipe falou enquanto eu ainda cortava o pão. Fiquei sem ação.

- Que isso Lipe, não precisa agradecer – Falei espontaneamente – Você merece.

Senti ele segurar meu rosto e me dar um selinho muito demorado, mas não resisti e abri a boca, ele sorriu e começou a esfregar a língua na minha. Eu nem podia segurá-lo, pois em uma mão eu tinha o pão e na outra a faca.

- Eu gosto demais de você – Falei e ele sorriu.

- Eu gosto mais – Filipe respondeu alegre.

Começamos a comer, na verdade eu fazia as coisas e ele ficava parado olhando para frente como se tivesse congelado, então vi quando seu braço se esticou para pegar a flor amarela, Filipe a cheirou profundamente e sorriu.

- Que flor é essa? – Perguntou.

- Coreopsis – Falei sorrindo – É uma flor que quer dizer que sempre há alegria, e deve ser dada para a pessoa que sempre está nos fazendo rir.

- Vejo que Dona Rosa andou lhe dando umas aulinhas né – Ele falou e eu sorri, pus a flor em sua orelha e nos voltamos para as comidas.

Filipe comeu de tudo, passou requeijão no meu nariz e lambeu depois, as coisas eram tão divertidas quando eu estava ao lado dele, terminamos de comer, guardei as coisas enquanto ele lavava a louça, eu detestava lavar a louça, com todas as minhas forças.

Ele tomou banho, arrumou o cabelo e ajeitou o quarto. Ficamos no sofá vendo televisão, estava passando um filme legal e por incrível que pareça conseguimos ver tudo sem trocar nenhum beijo, prestamos atenção exclusivamente no televisor. O filme acabou e percebi que Filipe estava com a cabeça longe até que ele me olhou assustado.

- O que foi? – Perguntei me ajeitando sobre o estofado.

- Nós não usamos camisinha Eduardo – Filipe falou e também arregalei os olhos.

- Caramba eu esqueci – Falei levando a mão á cabeça.

- Não tem problema, pois eu sou virgem e você também né, eu tenho um exame aí, é do ano passado – Ele falou me tranquilizando.

- Porque você tem um exame HIV? – Perguntei curioso.

- Edu você sabe que essa doença pode ser pega de muitas formas até em transfusões sanguíneas né? – Balancei a cabeça positivamente – Então, meu pai sempre foi cuidadoso com isso.

- Bem a cara do Allan – Falei.

Realmente eu não tinha medo disso em relação à Filipe, ele era virgem e eu também, ficamos conversando algum tempo sobre isso e tudo mais. Confesso que recebi uma verdadeira aula de educação sexual, então combinamos que eu iria ao médico e ele também, faríamos exames, mas só por desencargo de consciência.

Ficamos tranquilo durante a toda a manhã, jogamos videogame, conversamos, foi um dia muito bacana, a noite chegou e não teve outra, caímos na cama novamente, estávamos sedentos um pelo outro, queríamos muito aquilo.

DE AMIGO PARA NAMORADO - DescobertasWhere stories live. Discover now