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- Está mais calma?

Dante me pergunta assim que entramos na sua casa, não dizemos uma só palavra durante o caminho, ambos com seus pensamentos e eu apenas me chingando no meu. Que imagem que passei para o Dante, ele deve é me achar uma doida. Como não respondi a sua pergunta ele outra vez me puxa pelo braço só que agora para a cozinha.

Que mania feia de sair puxando os outros como boneco de pano!

Ele solta meu pulso e vai até a geladeira pegando algo do congelador. Olho no relógio e me assusto ao ver as horas, são quase duas horas da manhã, não tinha ideia do tempo que passamos e as horas passou bem rápido.

- Sente-se aqui... Por favor!

Me sento obedecendo sua ordem e ele pega minha mão colocando um pacote de ervilhas congeladas por cima. Solto um gemido de dor, não pensei que fosse doer tanto. Foi apenas um soco, mas, parece que quase quebrou minha mão. Como aqueles lutadores de MMA conseguem socar tanto e nem sentir dor? Na televisão pareciam não sentir dor, mas praticando o soco, o negócio dói pra caramba.

- Elise?

- Eu juro que não queria bater nela, só que ela veio pra cima puxando meu cabelo e batendo na minha cara, aí sabe, tive que bater também. Não ia aceitar levar seus desaforos, não outra vez...

- Tudo bem.

Ele diz me interrompendo e olho surpresa pra ele. Dante tem um sorriso calmo no rosto, e me deixa confusa. O que tenho que fazer para ter alguma reação dele além de compreensão e aceitação. Ele nunca me julgou ou disse algo que me abalasse. Por qual motivo isso me irrita? Suspiro derrotada e tiro sua mão da minha retirando o pacote de ervilhas e colocando em cima da bancada.

- Então... Obrigada por me retirar de cima dela, e por não me odiar por ter estragado seu evento... eu acho né....

- Elise, olha, temos que conversar...

- Eu sei... hãn... pode me dizer o motivo desse anel e sobre você dizer que sou sua noiva ao meu pai?

Digo levantando minha mão esquerda e mostrando para ele. Vejo o fechar os olhos e suspirar. Quando ele abre os olhos vejo a culpa por algo. Ele segura na minha mão outra vez e me puxa me fazendo levantar. Bufo, mas o sigo calada. Sem ele dizer nada atravessamos a cozinha, sala principal e vamos até a sala de estar. Ele se senta e apalpa o lugar vazio ao seu lado para me sentar, me sento e ele finalmente fala. Odeio silêncio!

- Bom, a ideia foi do Matt... -- ele parece pensar e escolher bem as palavras para me dizer -- Eu no começo achei uma ideia estúpida, mas depois acabei concordando. Fingir que você é minha noiva pode me ajudar a não perder a guarda dos meus filhos...

Arregalei os olhos surpresa. Não acredito que ele levou em conta o que disse ontem. Sobre o evento, em ele dizer que sou sua noiva ou que temos envolvimento... Não acredito que isso está acontecendo.

- Ontem eu tinha comentado sobre isso, é uma ideia estúpida Dante! -- digo exasperada e me levanto agoniada.

- Eu sei, também achei. Mas tirando o fato que ajudaria a não perder a guarda dos meus filhos, ajudaria também a desmascarar seu pai...

- Não faz sentido, você é... Você tem condições o suficiente para pagar um detetive, sei lá. Investigar melhor a fundo sem minha ajuda, Dante. Não precisa de mim para isso! -- não consigo entender sua lógica, é tão difícil entender. Virar noiva para desmascarar meu pai? Não há necessidades.

- Me ouve Elise -- Dante se levanta, caminha até à mim e segura nos meus ombros --, meus filhos gostam de você. Eu sei e deveria me preocupar com isso. Mas tenta me entender... Eu sou um pai desesperado que está a pouco de perder os filhos para uma ambiciosa e asquerosa. Você como minha noiva, faria as chances dela diminuírem...

Uma Babá Inexperiente - Indisponível em SetembroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora