the boy of the next door

Capítulo setenta e cinco -Final.

P.O.V NICHOLLE ON
00:00. Eu mal acreditava que estava fazendo 17 anos. As coisas passaram voando na minha frente que perdi a noção do tempo. Ouvi o telefone vibrar na minha escrivaninha.
-feliz aniversário pra melhor pessoa da minha vida! -Bea dizia contente do outro lado da linha.
-obrigada! Por tudo desde sempre, pra sempre. -sorri.
-eu te amo.
-eu também te amo!
-você vai adorar o que temos pra hoje!
-mal posso esperar. -eu ri.
-a gente se vê mais tarde, se cuida.
-beijos, obrigada. -desliguei.
Assim que coloquei o celular do lado da cama novamente, outra chamada.
-alô alô você sabe quem sou eu? Feliz aniversário, minha futura Nicholle Olson! -Lucas gritava do outro lado da linha, provavelmente bêbado. Gargalhei.
-muito obrigada, meu amor! Só por existir! -sorri.
-eu quem agradeço por me fazer feliz.
Lucas nunca deixou de ter a voz pela qual me apaixonei, e a cada dia eu só podia sentir o amor por ele crescer.
-eu te amo tanto.
-eu te amo muito! Até mais tarde. -desligamos.
Acordei de bom humor, o que não era comum. Levantei-me e desci para tomar café.
-bom dia, querida! Feliz aniversário!-minha mãe saia para o trabalho. -tem correspondência pra você!
-bom dia! -gritei antes que minha mãe fechasse a porta.
As correspondências estavam em cima do balcão, a maioria eram contas. Procurei até achar um envelope branco aonde estava escrito "para Nicholle McCarthy" e no verso estava "de Richard Olson"
Ricky nunca havia mandado carta para nenhum de nós, Então por que pra mim?
Fitei a carta por alguns segundo e então finalmente a abri.
"Eu realmente não faço ideia de como começar uma carta, mas lá vai... Cara Nicholle, tenho muito a te dizer, muita coisa pra me desculpar...talvez você ainda esteja com raiva de mim, eu estou com raiva. Me desculpa por ter te decepcionado, me desculpa por ter machucado a sua melhor amiga, vocês foram as melhores pessoas que eu já tive e eu por uma estupidez as perdi.
Eu realmente não sou mais nada longe de vocês, eu queria poder voltar e consertar tudo, apagar tudo que eu fiz, mas eu sei que ainda não está na hora. Me perdoa.
Mas eu quero te agradecer, agradecer por ter sido a minha melhor amiga, por ter tentado me colocar na linha e por fazer o meu primo a pessoa mais feliz do mundo.
Essa carta deve está chegando no dia do seu aniversário, se o correio não atrasar, essa foi a única forma de te desejar feliz aniversário porque eu sei que se eu ligasse talvez você não me atendesse, não quis correr o risco. Então, Nicki, eu te desejo toda a felicidade desse mundo, que você continue fazendo o meu primo feliz do jeito que eu sei que ele te faz, feliz 17 anos, garota!
O amor pode machucar as vezes, me perdoa.
Cuida da Bea pra mim, do otário do Lucas também.
Me perdoa."
Não pude conter as lágrimas e assim que acabei de ler a carta, peguei o meu celular e disquei o número de Ricky. Depois de seis longos segundos ele finalmente atendeu.
-Nicholle... -a voz dele tremia
-eu te perdoo. -suspirei. -você errou, mas você se arrependeu... eu to aqui, Richard. Tá tudo bem.
-eu te amo. -ouvi Ricky suspirar aliviado.
-eu também te amo, garoto. -eu sorri.
-e... e a Bea... como ela está?
-ela tá feliz agora. Não se preocupe. E você, está bem? Como estão as coisas por aí?
-tá tudo bem, só estou com saudades. -ele riu
-você poderia vir fazer uma visita, sua família sente falta.
-bem...eu vou ver se dou um jeito nisso. EU JÁ ESTOU INDO, RYAN ! -Ricky gritou próximo ao telefone. -eu tenho que ir, até mais.
-se cuida, ridículo. -eu ri. -te amo.
-também te amo. Tchau.
-tchau.
Assim que desliguei o telefone, ouvi o barulho do carro de Lucas e logo depois o barulho da campainha.
-já estou indo! -enxuguei as lágrimas com a gola da minha blusa e corri para a porta.
-feliz aniversário, meu amor! -Lucas segurava uma garrafa de Jack Daniel's com um laço preto no gargalo.
-obrigada, meu amor! -eu o beijei. -isso é pra mim? Entra.
-sim! -Lucas se jogou no sofá. -esse é o seu primeiro presente.
-que por sinal eu adorei. -peguei a garrafa e dei um beijo em Lucas. -o que você acha da gente ir lá em cima, rapidinho? -ergui uma sobrancelha.
-fazer o que lá em cima? -meu Deus, como ele era lerdo. -ah sim! -ele deu um sorriso malicioso. -eu adoraria, mas eu vim te buscar para irmos ao clube. Vinny e Bea já estão esperando a gente.
-certo. -revirei os olhos. -vou me trocar.
Subi para o meu quarto, vesti meu biquíni preto e um short e então desci.
-vamos. -eu disse.
Quando chegamos, Vinny e Bea estavam sentados na mesa à beira da piscina, na mesa que sempre sentávamos. Reparei que os dois estavam de mãos dadas.
-feliz aniversário, melhor amiga! -Bea pulou para me abraçar. -eu te amo!
-obrigada! -eu a abracei. -eu te amo!
-feliz aniversário, melhor amiga! -Vinny gritou com uma voz fina e pulou no colo de Lucas. -eu te amo!
-obrigada! - Lucas também fazia voz fina. -eu também te amo!
-vocês dois nasceram débil mentais ou estão fazendo curso? -Bea olhou para os dois, tentando entender o que havia acontecido ali. Eles não paravam de rir.
-eu to fazendo cursinho com o Lucas. -Vinny me abraçou - feliz aniversário, querida!
-obrigada! -eu sorri - e olha... vai demorar bastante pra você chegar ao nível do Lucas. -nós rimos.
-eu...não entendi. -Lucas franziu a testa. -ei! Você me chamou-de idiota?
-eu disse que ele ia demorar pra chegar ao seu nível, não disse de que...
-ah sim... -Lucas sorriu conformado com a resposta. -Vinny, vamos para o tobogã?
-vamos! -Vinny bateu palminhas e os dois saíram correndo em direção a piscina dos tobogãs.
-tomem cuidado com a cabeça -gritei, mas foi em vão. -meu deus, peço um namorado e o senhor me dá um filho especial. -Bea caiu na gargalhada.
Ela me olhou séria por alguns segundos e então disse:
-Vinny e eu nos beijamos. -ela deu um sorriso tímido, como se aquele tivesse sido o primeiro beijo de sua vida.
-é, eu sei. -ajeitei-me na cadeira .
-como...? -Bea me olhou confusa.
-eu sei de tudo, eu sou o Diabo. -ri. -mas como isso aconteceu?
-hoje de manhã quando eu fui buscá-lo em casa, ele parecia diferente, decidido. -ela sorriu. -no caminho pra cá, ele não parva de dizer o quanto eu era bonita e incrível . -ela tomou um gole do refrigerante que estava em cima da mesa. -quando chegamos e saímos do carro, ele disse que tinha uma vontade enorme de saber como era me beijar, então eu beijei ele! -ela riu.
-nossa, que fofo! -eu levei a mão à boca. -eu sei que ele gosta de você...mas você gosta dele?
-eu to tentando. Ele é uma ótima pessoa. -ela revirou os olhos. -melhor que o Richard.
-sim... -lembrei da carta que Ricky mandou. -falando em Richard, eu falei com ele hoje, recebi uma carta dele.
-o que ele falava? -o sorriso desapareceu completamente do rosto de Bea.
-ele me desejava feliz aniversário e pedia desculpa. Logo depois eu liguei pra ele. -vi Lucas e Vinny vindo em nossa direção completamente encharcados e descabelados. -ele pediu pra que eu cuidasse de você. -apontei para Lucas e Vinny com a cabeça. -lá vem.
-amor, o tobogã em espiral é demais! -Lucas disse eufórico. -você tem que ir! -ele olhou para Bea. -é né, Vinny me contou...
Nós vimos um Vinny sem graça e completamente corado.
-Bea, eu... -Vinny gaguejava.
-tudo bem, Vinny. -Bea o interrompeu. -nós nos beijamos sim, Lucas. -ela levantou e abraçou Vinny, que estava visivelmente nervoso. -não tem nada demais nisso. -Vinny finalmente sorriu aliviado.
-hoje é meu aniversário! Vamos nos divertir! -eu disse para cortar o clima. -vamos ver quem chega primeiro na piscina funda!
Nós saímos correndo em disparada para a piscina. Nós já éramos praticamente adultos, mas nos divertíamos como crianças na flor da idade, e eu amava isso, amava estar com eles.
Passamos o dia todo no clube, almoçamos por lá, o dia havia sido incrível, foi regado de muita bebida e de um Lucas bêbado falando besteiras, o que já era costume. Por volta das 16:00 horas decidimos voltar para casa.
Bea e eu fomos para a casa dela e Vinny e Lucas foram para a casa de Lucas, para arrumar tudo para a noite.
As 19:00 em ponto nós fomos para casa de Lucas.
-você está mais bonita do que de costume. -Lucas me deu um beijo na testa e olhou para Bea. -tá bonitinha.
-teu cu, Lucas. -Bea mostrou o dedo do meio para Lucas, que riu.
-obrigada, meu amor! -eu o abracei. -cadê a comida?
-a nossa está lá atrás, junto com a bebida, a da Bea está lá em cima trocando de roupa. -Lucas gargalhou.
-eu desisto desse garoto. -Bea revirou os olhos e riu.
Fomos para a área da piscina, que estava decorada com pisca-piscas e algumas velas aromáticas dentro da piscina, o que dava um ar completamente romântico, ao lado da porta havia uma mesa com salgadinhos e bebidas.
-isso aqui está incrível! -eu abracei Lucas. -você é incrível!
-eu sei que eu sou demais. -Lucas estufou o peito.
-a ideia foi minha. -Vinny surgiu ao lado da porta
-Oh meu Deus, que criança mais linda! Muito obrigada, Vinny. Mesmo. -dei um abraço nele.
-Vamos beber -Lucas foi sevir bebida para nós.
Algumas pessoas começaram a chegar, mas creio eu que Lucas não havia preparado nada tão grande. Meus amigos eram como minha família. Inclusive, não havia encontrado com meu pai hoje para me dar os parabéns, ele sempre está no trabalho, mas tanto faz. Me sentia feliz e mal podia acreditar que tudo o que passamos até aqui foi real.
Engraçado como quando a gente olha em volta e nada parece ter mudado, mas quando olha pra trás tudo parece diferente. Eu tinha um amor, o qual nenhum era igual. Uma amiga incrível. Um amigo que voltou à minha rotina. E uma vida maravilhosa.
O clima estava ambiente, com músicas tocando, pessoas conversando, e nós juntos. Aproveitamos o momento pra tirar uma foto.
-Querida, vem aqui. -Lucas pegou minha mão e me levou para um lugar calmo da casa.
-Aconteceu alguma coisa?-perguntei.
-Não -ele sorriu -sente-se.
Sentei e ele se sentou à minha frente. Pegou um violão que estava atrás da poltrona onde estava. Dedilhou algumas notas e disse:
-Quero que sempre se lembre de mim. Não vejo nós dois separados mas se isso um dia acontecer, guarde esse momento com você.
Eu não podia conter as lágrimas. Lucas tinha composto uma música pra mim. Talvez o dom da família Olson seja esse. A voz dele podia ecoar na minha cabeça desde o amanhecer até eu me deitar novamente. A música se chamava photograph. Ele também à escreveu num papel e me deu. Ele tocou a última nota, e disse a última palavra.
Eu estava me afogando em lágrimas de amor por aquele menino que tinha se tornado um homem.
Mas se eu quisesse meu menino de volta, teria os dois em uma pessoa só.
-Lucas... -limpei as lágrimas, bati a mão no sofá onde eu estava para que ele sentasse ao meu lado.
-Gostou? -peguei a mão dele, sempre gelada.
-Eu te amo, muito. Tanto que não cabe dentro de mim, eu eu deixo escorrer no meu rosto. -ele passou ao mão no meu rosto tentando conter meu choro -obrigada por ser a melhor parte de mim.
Fui presentiada com um beijo cheio de carinho.
-Eu agradeço por ser alguém que me faz feliz a cada manhã por te ter pra amar. -ele disse sorrindo, me fazendo o abraçar o quanto eu pudesse.
-vamos voltar lá pra fora -levantei-me do sofá. -já devem estar sentindo nossa falta.
-tudo bem. -ele me deu um beijo na testa.
Quando voltamos para a piscina, ouvimos o barulho da porta se abrindo.
-Richard? -Lucas abriu um sorriso imenso quando viu o primo com uma mochila na costa, que também sorria.
-ainda tem espaço pra mim nessa casa? -ele abriu os braços e veio em minha direção. -parabéns, meu anjo.
-Ricky! -eu lhe dei um abraço apertado. -como eu senti sua falta!
-eu também senti sua falta. -ele sorriu, colocou a mochila no sofá e virou-se para Lucas.
-nossa, você já está um homem ! -ele segurava as bochechas de Lucas.
-olá, vovó Olson. -Lucas sorriu e deu um abraço apertado no primo. -como você veio parar aqui?
-Ônibus, conhece? -Richard riu. -eu decidi que precisava de vocês. Tivemos uma folga de quinze dias e decidi vir pra cá, pra minha família.
-fez muito bem. -eu sorri. -vamos, vamos lá pra trás, tá todo mundo...você deve estar com fome.
Nós voltamos para a festa, e como eu havia imaginado, Vinny e Bea estavam de mãos dadas.
-quem é esse aí? -Ricky apontou com a cabeça para Vinny, que assim como Bea, ainda não havia o visto.
-Vinny. -Lucas disse. -amigo nosso.
Fomos para a mesa em que Vinny e Bea estavam conversando, e só quando nos aproximamos, eles se deram conta da presença de Ricky.
-Ricky... -Bea havia perdido completamente a cor de seu rosto.
-Oi Bea -Ricky esboçou um sorriso. -você está bem?
-estou ótima. -sua voz tremia.
Eles ficaram se fitando em silêncio por alguns segundos e então ela finalmente disse:
-esse aqui é o Vinny. -ela apertou a mão de Vinny, que deu um sorriso forçado.
-oi. -Ricky apertou a mão de Um Vinny com um sorriso forçado e constrangido ao mesmo tempo.

P.O.V BEA ON
-o que você acha da gente tentar... -Vinny segurava minha mão. -eu posso te fazer feliz como você sempre quis ser.
-você é o melhor garoto que eu já conheci. -eu apertei a mão de Vinny. -acho que nós devemos tentar sim. -sorri.
vi Nicki, Lucas e... Ricky virem em nossa direção. No exato momento que meus olhos encontraram os de Ricky eu senti meu coração parar.
-Ricky... -senti meu corpo ficar gelado.
-Oi Bea -Ricky esboçou um sorriso. -você está bem?
-estou ótima. -forcei um sorriso.
Me perdi no olhar profundamente azul de Ricky, e acabei esquecendo que Vinny estava ali.
-esse aqui é o Vinny. -apertei a mão de Vinny, que deu um sorriso forçado.
-oi. -Ricky apertou a mão de Um Vinny com um sorriso forçado e constrangido ao mesmo tempo.
Os três se sentaram à mesa conosco. Conversa ia e vinha, mas eu estava em transe. Era muita informação para o meu cérebro processar.
-eu vou beber uma água. -levantei-me da mesa e fui para a cozinha.
Abri a geladeira e enchi um copo grande de água, minhas mãos tremiam.
-oi. -Ricky estava encostado na porta da cozinha. -eu também fiquei com sede, então...
-a garrafa está em cima da mesa. -respondi rápido e virei de costas para Ricky.
-eu ainda te amo tanto. -ele me abraçou pelas costas, senti um arrepio percorrer minha espinha.
-Ricky, eu... -virei de frente para ele e então ele me beijou.
Nossos lábios se encontraram, nós tínhamos uma sintonia incomparável. Era como se os nunca tivéssemos nos separados.