Capítulo quarenta e dois

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-alô? -atendi o telefone meio sonolenta.
-parabéns pra você -Ricky cantarolava do outro lado da linha. -nessa data querida, muitos Richards Olsons, muitos anos comigo.
-ah Ricky... Eu te amo. -sorri. -obrigada, mas você já viu que horas são?
-eu queria ser o primeiro a te dar parabéns, e...puta merda! Tá tarde mesmo. -Ele riu. -desculpa por não estar com você nesse dia tão especial pra você...
-tudo bem, meu amor. -eu o interrompi. -logo logo você vai estar de volta e nos comemoraremos meu aniversário do nosso jeito, só nos dois. -eu bocejei.
-tudo bem. Agora eu vou deixar você dormir. Mais tarde eu te ligo pra te contar tudo, tudo bem?
-tá bem. Boa noite. E não esquece que eu te amo. -sorri.
-eu também te amo. Boa noite.
Desliguei o telefone e voltei a dormir.
***
-bom dia. -disse assim que entrei na cozinha e vi minha mãe cozinhando alguma coisa no fogão.
-parabéns minha querida! -minha mãe largou o que estava fazendo e veio em minha direção para um abraço. -eu nem acredito que a minha menininha já está fazendo dezessete anos. -ela afastou-se para me olhar. -eu te amo. Minha filha.
-obrigada mãe. -eu a abracei novamente com toda a força que tinha. -eu também te amo.
-olhe, eu tirei o dia de folga hoje para comemorarmos seu aniversário. -sentei-me à mesa e ela serviu o meu café da manhã favorito: suco de uva e croissant de queijo. -vou fazer um almoço pra você, chamei Nicki, Lucas -ela fez uma pausa. -e Phillip. Tudo bem?
-claro que sim! Estou ansiosa para conhecer meu padrasto. -fiz aspas com os dedos. Ela riu.
-e a noite você estará livre para sair com suas amigas. -ela sentou-se de frente para mim, enquanto comia seu cereal com leite. -Richard já ligou?
-ah -sorri. -esse ridículo me ligou 4 horas da manhã só pra me dar parabéns.
-ele gosta muito de você, filha. -ela apertou minha mão. -fico feliz por isso.
-eu sei, eu o amo. Olha -tirei o cordão de dentro da blusa. -olha o que ele me deu.
-nossa, uma chave... -ela franziu o cenho. -é a chave de onde ele guarda o dinheiro dele ou algo do tipo? Porque se for, ele realmente te ama. -nós rimos.
-não mãe, ele disse que essa é a chave do coração dele e blá blá blá. Ele também tem uma igual.
-nossa. -ela revirou os olhos. -que meloso, mas fofinho. E quando ele volta?
-no domingo de madrugada, provavelmente só o verei na segunda. -levantei-me da mesa e levei meu prato para a pia. -o café estava uma maravilha, mãe. -eu a elogiei.
-eu sei, comprei na padaria. - ela sorriu.
-ai mãe, você é demais mesmo! - dei um beijo em sua bochecha e subi para tomar um banho.
"Dezessete anos - pensei. - daqui há um ano estarei na faculdade... Longe da minha mãe, longe de Lucas, provavelmente longe de Nicki, e mais longe ainda de Richard." Pensar naquilo acabou me fazendo chorar, então eu decidi não pensar mais nisso tão cedo e apenas aproveitar um dia de cada vez.
Sai do banho e vesti um short jeans preto meio rasgado e uma blusa dos misfits que Ricky havia me emprestado para usar de pijama quando dormi na casa dele. Sentir o cheiro dele na blusa me fez sorrir.
Quando desci, Nicki estava sentada no sofá conversando com minha mãe com uma embalagem de presente enorme.
-parabéns! - Nicki pulou para me abraçar assim que me viu. -Bea, você sabe que eu quero tudo de melhor pra você, que você seja muito feliz em tudo que você quiser na sua vida e todos esses blá blá blá de aniversário. Te amo. -ela me deu um beijo na bochecha. - e isso aqui é pra você. - ela me entregou o pacote. -uma tentativa de suprir a falta que o Ricky faz, abre.
-ah Nicki, obrigada, muito obrigada mesmo. - eu a abracei novamente.
Sentei-me no sofá para abrir o presente. era um urso de pelúcia de um metro de altura com... Um papel com uma foto do rosto de Ricky colada na cara do urso. Minha mãe caiu na gargalhada.
-adorei! - nós riamos. -o nome dele vai ser Ricardo! Muito obrigada. -nós estávamos quase sem fôlego de tanto rir.
-essa menina é demais. -minha mãe ria.
Nós ficamos um bom tempo rindo do urso que Nicki havia me dado, até que a campainha tocou.
-deixa que eu abro. -eu disse.
Fui até a porta e era Lucas. Ele segurava um grande buquê de rosas vermelhas.
-parabéns, pequena. -Lucas abriu os braços para me abraçar.
-obrigada, Lucas! -eu retribui o abraço. -entra.
-bem... -Lucas coçou a nuca. -eu não sabia o que comprar pra você, então eu comprei isso. -ele me entregou o buquê.
-ah Lucas... -eu o abracei novamente. -não precisava, sério. -ele sorriu.
-oi, meu anjo.-ele disse indo em direção à Nicki, e deu beijo em sua bochecha.
-oi, amor. -ela respondeu sorrindo, e se levantou do sofá.
-bom, meu queridos, o que eu tenho pra dizer pra vocês é que...hoje é aniversário de Beatrice Wade, e nós não vamos ficar em casa olhando um pra cara do outro. Também não vamos fazer dia de menina e lá lá lá, porque eu não quero. Vocês topam, ahmm...Ir tomar um sorvete, com a melhor pessoa da vida de vocês!? -ela abriu os braços, e sorriu -Que no caso sou eu, tá? Tá. -Nós rimos.
-Claro!! -sorri pra ela, e a abracei.-vou me arrumar.
-bom, vão vocês. -minha mãe levantou-se e foi até a cozinha para pegar um jarro para pôr as flores que Lucas havia me dado. -eu vou esperar o Phillip aqui. Voltem antes do almoço.
-tudo bem. -eu disse.
Nós preferimos ir andando até o parque para aproveitarmos o dia. Eu adoro estar com Lucas e Nicki, até mesmo para ficar apenas de vela. Ricky, Lucas e Nicki eram meus melhores amigos.
-você quer sorvete de que? -Lucas perguntou desligando-me dos pensamentos.
-chocolate. -respondi.
-então são três de chocolate. - Lucas disse para o sorveteiro e depois virou-se para mim novamente. -o otário do Richard já ligou?
-ah não fala assim dele. -fiz beicinho. -mas ele já ligou sim, eram quatro horas da manhã e ele ligou para me dar parabéns. - peguei meu sorvete.
-mas é um inconveniente mesmo esse meu primo. - Lucas brincou.
-inconveniente? -Nicki arregalou os olhos. -meu aniversário é em novembro e eu quero que você não lembre
-claro que eu vou lembrar, meu anjo. -Lucas passou sorvete no nariz de Nicki e eles começaram a se beijar.
-amigos, menos tá. -revirei os olhos. -por favor né. -eles riram.
-tudo bem. - Nicki limpou o sorvete de seu nariz. -desculpa.
Nós terminamos nossos sorvetes e voltamos para casa. Era estranho demais não ter Ricky conosco.
-eai -Lucas perguntou. -vocês estão prontas para a volta às aulas?
-tem que estar né. -eu disse.
-já é o último ano, finalmente. -completou Nicki. -e o senhor? Volta a trabalhar quando? Olha meu querido, eu quero um futuro, e acho bom você se resolver com seus pais. -Nós rimos.
-ah, falando nisso... -ele segurou a mão de Nicki -quero levá-la para conhecê-los.
Eu e ela nos entreolhamos, estávamos surpresas com a idéia de Lucas. Ela sorriu.
-claro! Mas você tem que conversar e acertar as coisas com eles, tudo bem?
-já estou dando início a isso -sorriu.
Assim que nós chegamos em casa, percebi que tinha um carro desconhecido estacionado na frente, Phillip havia chegado.

the boy of the next doorWo Geschichten leben. Entdecke jetzt