Capítulo setenta e quatro

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-Aí eu acho que eles finalizaram com um meia nove... -acordei com Lucas sentado na beira de minha cama falando sozinho. -olha quem acordou. - ele apontou com a cabeça para Vinny, e só então percebi que ele estava alí.
-Porra Lucas! -eu joguei o travesseiro na cara dele. -a gente não fez nada. -eu levantei o lençol para certificar que estava vestida. -eu to de roupa. -Lucas gargalhou e acabou acordando Vinny.
-O que você está fazendo aqui a essa hora da manhã? -sentei-me na cama e me cobri com o lençol. -bom dia, Vinny -sorri para Vinny, que estava completamente vermelho por estar apenas de cuecas na minha frente.
-Eu... eu vou me vestir. -ele juntou suas roupas do chão e correu para o banheiro.
-Eu vim resolver as coisas do aniversário da sua melhor amiga e minha namorada nas horas vagas. -ele arregalou os olhos. -não acredito que você esqueceu que o aniversário dela é na sexta.
-Eu não esqueci do aniversário dela! -joguei outro travesseiro na cara de Lucas, que riu. -eu só não sei que dia é hoje.
-Hoje é domingo. Mas eu quero resolver isso logo -ele se levantou -se arrumem, vou esperar vocês lá em baixo.
Lucas saiu do quarto e desceu as escadas em passos rápidos. Vinny enfim, saiu do banheiro.
-Preciso ir pra casa. -ele estava nervoso, eu ri.
-Calma. Vamos descer, tomar café e conversar com o Lucas.
-Depois dele ter me visto de cueca? Não, não. Quero ir pra casa. -Chenzo me fez soltar uma gargalhada.
-Fica calmo, ta? Ele é hétero.
Vinny não pode deixar de rir. Ele acabou concordando com a minha sugestão. Fui me arrumar para descer, fiz isso no banheiro para não deixar Vinny mais constrangido descendo sozinho. Estando prontos, descemos. Chenzo estava com sua camisa social, sua calça e seu palitó nos braços.
-Agora sim! Bom dia pra vocês! -Lucas disse como se nunca tivesse se embebedado na noite anterior.
-Bom dia! -respondemos em uníssono.
-Como consegue? -perguntei, ele se fez de desentendido -estar lúcido a essa hora da manhã e com todo o whisky de ontem? -ele riu.
-Anos de prática! -piscou seu olho esquerdo em minha direção.
-Você está muito feliz...Conte-nos sobre sua noite com Nicholle.
-Eu pareço feliz? -riu debochadamente -foi só derrota. Ela estava acabada, o que significa que não aconteceu nada e eu gastei dinheiro só pra gente dormir em lençóis novos e quentes.
-Vocês não...? -Vinny resmungou.
-Falei pra vocês que ela não tava afim de dar ontem -gargalhamos.
-Você é ridículo -ri -aquele ditado né? Vamos fazer o quê? -Vinny se engasgou com a água que bebia de tanto rir. -afinal de contas, como você entrou aqui? -perguntei para Lucas enquanto arrumava a mesa para o café da manhã.
-eu envenenei seu cachorro e arrombei a porta. -Lucas fez cara de mal. -mentira, sua mãe abriu pra mim.
-e aonde ela está? -olhei para sala para me certificar que fly estava bem. Afinal de contas o Lucas é doido, nunca se sabe.
-eu disse que queria falar com você, ai ela disse que ainda estava dormindo ai ela perguntou se eu queria comer alguma coisa, eu disse que queria um cupcake e ela foi comprar.
-eu não acredito que você fez a mamãe ir comprar um cupcake pra você -ri e balancei a cabeça.
-foi ela que perguntou, ué -ele deu de ombros. -não tenho culpa.
Nós ouvimos o barulho da porta da frente, era minha mãe.
-bom dia, queridos! -Lucas levantou para ajudá-la a carregar as sacolas. -obrigada, Lucas!
-bom dia, mãe! -dei-lhe um beijo na cabeça e então ela me ajudou a servir o café da manhã: suco de laranja com bolo de chocolate.
-e como foi o baile? -minha mãe sentou-se conosco para tomar café. -Lucas, querido, seu cupcake esta na geladeira.
-a Bea ficou bêbada e dormiu com o Vinny. -Lucas disse, Vinny e eu nos engasgamos com o suco -obrigado.
-dessa parte eu sei. -ela olhou para Vinny. -vocês usaram camisinha?
Vinny parecia um tomate de tão vermelho de vergonha
-senhora Wade... -Vinny gaguejava. -nós não...
-mãe! -eu o interrompi com uma risada. -a gente só dormiu, deitamos e dormimos, só! -Lucas e eu não conseguíamos parar de rir da cara de Vinny.
-então tá. -ela fez bico segurando a risada. -vou fingir que acredito.
-enfim. -eu ri. -nós dançamos a noite toda, praticamente. Nicki não ganhou a coroa como esperávamos, e depois eu só me lembro de estar jogada debaixo do chuveiro.
-na noite do meu baile eu entrei em coma alcóolico. - minha mãe levantou-se da mesa, deixou sua louça na pia e então foi para a sala. Vinny, Lucas e eu terminamos de comer em silêncio.
-mãe, nós vamos sair para comprar as coisas para a festa da Nicki.
-tudo bem. -mamãe estava vendo televisão, como de costume.
-tchau tia, obrigado pelo cupcake! -Lucas disse de boca cheia.
-tchau senhora Wade! -Vinny sorriu tímido.
-até logo, queridos! -mamãe sorriu. -tomem cuidado!
-tá bem! -fechei a porta e fomos para o carro de Lucas.
Antes de irmos ao mercado, passamos na casa de Vinny para deixá-lo.
-tchau, Vinny! -eu disse. -obrigada pela noite, foi incrível!
-eu também adorei tudo. -Vinny fechou o portão de entrada. -tchau Bea, tchau Lucas! -lucas acenou.
Assim que demos partida Lucas disse:
-ai amiga agora me conta, me conta TU-DO. -ele fazia uma voz fina. -como foi a noite de vocês?
-eu já disse que não rolou nada. -eu ria da voz de Lucas. -sério mesmo.
-então porque vocês estavam dormindo agarradinhos e ele estava só de cueca? -ele agora já falava normal, mas continuava engraçado.
-sei lá, eu estava bêbada e pedi para que ele dormisse comigo.
-mas olha só! -Lucas balançou a cabeça negativamente. -usando a bebida como desculpa...tá pior que eu.
-você é muito ridículo. -eu ri.
-mas foi bom? -Lucas me olhou com aquela cara cínica que só eu entendia.
-se foi bom? -olhei para ele de volta. -foi ótimo! -nós rimos.
-então você está gostando dele?
-acho que eu estou aprendendo a gostar dele. -eu disse. -em todos os sentidos.
-isso é muito bom. -Lucas estacionou o carro na vaga do supermercado. -vamos.
-O que você realmente pretende fazer para ela? -perguntei quando fechei a porta do carro.
-Uma festa lá em casa mesmo. Com vocês. Nada tão grande.
-Ok, pegue um carrinho. Vamos às bebidas, querido amigo!
-Agora sim! -Lucas esfregou as mãos muito empolgado.
Pegamos cerveja, whisky e refrigerantes...o de sempre. Vamos encomendar o bolo. Então, só comprariamos o básico. Colocamos copos vermelhos e pratos pretos para servir petiscos.
-O que você acha que ela pode querer como presente? -Lucas perguntou.
-Além de um namorado como você? Hm, sei não.
-Ai, para! Eu sei! -Lucas fazia sua voz fina novamente, eu ri.
-Não sei mesmo. Nicholle nunca foi de desejar coisas. Tudo que ela sempre teve era bom pra ela.
-Venho trabalhado em uma coisa, acredito que ela goste.
-No que?
-Uma música -Lucas disse envergonhado- o que acha?
-Mesmo? Maravilha! Ela vai adorar.
-Vai estar pronta na sexta. Não é nada muito elaborado...É especial.
-Claro que é! Ela vai gostar, de todo coração! -passei a mão no ombro de Lucas.
Fomos procurar velas de números 1 e 7 e depois fomos para o caixa.

the boy of the next doorWhere stories live. Discover now