the boy of the next door

Capítulo sessenta e um

Choque. Eu entrei em estado de choque. Não conseguia assimilar nada, era como se tudo que eu conhecesse, tudo que eu soubesse estivesse longe, eu não sabia o que dizer! o que fazer!
Eu acabara de descobrir que o único homem que eu amei, o homem pra quem eu me entreguei estava me traindo com... Com outro homem... Não, eu não aceitava isso, Ashley só podia estar errada.
-não Ashley. -eu forcei um sorriso em meio às lágrimas. -você está enganada. O Richard não é gay. Não pode ser.
-eu também não queria acreditar. -Ashley também chorava. -de verdade, eu não queria que nada disso fosse real. -ela levou as mãos ao rosto. -eu amo o Chris do mesmo jeito que você ama o Ricky. -eu havia misturado vários tipos de bebidas fortes, e já estava ficando meio zonza.
-não pode ser verdade. Não pode ser. não pode ser. -eu estava sentindo uma dor tão grande. Estava me sentindo usada, traída, me sentindo uma idiota por não ter percebido nada disso antes. -quando isso começou?
-eu não sei ao certo. -ela balançou a cabeça. -mas eu descobri essa semana. Quando você estava de castigo, talvez por isso não tenha percebido. Era domingo à noite, eu havia saído com Nikki, a casa havia ficado toda para o Chris, eu esperava que ele trouxesse alguma garota pra cá. -ela sorriu. -então como eu cheguei mais cedo, tentei entrar de fininho, mas... -ela segurou o choro. - a porta do quarto do Chris estava aberta e...e...ah, o Ricky estava lá dentro.
-eu não agüento mais isso! -levantei-me e fui em direção à porta.
-Bea, não! Você bebeu! Me desculpa. -Ashley gritou do portão.
-não foi sua culpa! - forcei um sorriso e entrei no carro.
Eu estava desmoronando. Eu só queria que tudo isso fosse mentira ou que fosse coisa da cabeça de Ashley. eu queria o Ricky que eu conheci, ou que achava que conhecia de volta.
Já era tarde da noite quando decidi voltar para casa, eu estava completamente bêbada e chorando, foi um erro ter decidido dirigir naquelas condições. Eu só sabia chorar, até que meu celular tocou. Era Ricky.
-alô? -eu segurei o choro.
-oi, meu amor.
Eu havia avançado o sinal, surgiu um carro da direita e foi aí que tudo escureceu.