Capítulo sessenta e três

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-o que... -Ricky tinha uma expressão de desespero e confusão no rosto. -do que você está falando, Bea?
-você sabe, Ricky. - vi Vinny olhando o que estava acontecendo por uma brecha na cortina. - o seu caso com o Chris. -o rosto pálido de Ricky assumiu um tom acizentado.
-eu... - Ricky abaixou a cabeça.
-quantas vezes eu já disse pra você não beber e... - Nicki e Lucas entravam no quarto. Lucas trazia um balão de gás com o formato de um coração vermelho. -puta merda, depois a gente volta. -Nicki fechou a porta rapidamente.
-Espera...O quê? Eu não tô entenden... -Ricky estava tão nervoso que se enrolava nas palavras.
-Como não entende, Richard? É um caso. Você e o Chris. É simples.
-Quem te disse isso? -ele arregalou os olhos.
-Não interessa quem me disse. Parece ser verdade, não é? -entonei a voz.
-Foi a Ashley. Foi ela não foi? Filha da put...
-O quê? Ela é filha da puta? O único filho da puta que eu estou vendo aqui é você...Me desculpa pela sua mãe, mas estou xingando você, não ela.
-Eu não queria que fosse desse jeito...
-Não queria? Tem certeza? Olha o que você fez Richard. Olha em volta. Tudo isso aqui, não é o bastante?
-Tá Bea, tá bom -ele gritou em desespero pra que eu parasse -Não precisa esfregar mais na minha cara tudo o que causei, tá legal? Eu vou embora.
-Melhor ir mesmo.
Ele apenas deixou seu rosto sem expressão alguma e virou as costas, e antes de abrir a porta ele se virou para Vinny que tinha os olhos arregalados e disse:
-nunca fale nada sobre isso.
E mesmo antes de Vinny pensar em falar alguma coisa Ricky bateu a porta.
Agora eu tinha certeza de tudo. Não sabia o que fazer, não sabia o que falar, eu estava tão em choque que eu não conseguia nem chorar. O ódio, a mágoa era tão grande... Richard me machucou novamente, ele jogou tudo o que nós tínhamos no lixo. Eu só conseguia me perguntar aonde o Ricky que eu havia me apaixonado tinha ido parar?
-desculpa por toda essa confusão. -eu disse a Vinny.
-eu que peço desculpas por ter meio que invadido a privacidade de vocês. -ele abaixou a cabeça.
-tudo bem. -sorri. -aqui não é o lugar apropriado para aquele tipo de conversa.
-já podemos? - Nicki e Lucas entraram no quarto. - o que aconteceu? Oi menino que eu acho que conheço de algum lugar. -Nicki olhou pra vinny, que acenou. -de onde eu te conheço?
-nós fazíamos natação juntos no ensino fundamental. -vinny franziu o cenho. -Nicholle, certo?
-isso. -Nicki bateu palminhas. -você é o chenzo. Isso! -Lucas e eu nos entreolhamos, e então Lucas revirou os olhos e sorriu.
-então... O Richard saiu daqui com os olhos cheios d'Água. -Lucas amarrou o balão de formato de coração na cabeceira da maca e então sentou-se na cadeira ao meu lado. -o que aconteceu?
Nicki continuava conversando com Vinny.
-você ainda não tá sabendo? - olhei com pesar para Lucas. Eu não me achava no direito de contar para ele que o primo era gay, ou sei lá o que ele era.
-vocês terminaram? -uma expressão triste tomou conta do rosto de Lucas. -você tá bem?
-as coisas que o Richard faz não me machucam mais. -eu sorri levemente. -eu não cheguei a dizer que acabou ou algo do tipo, mas eu espero que ele tenha entendido. Mas não é só isso.
-ele te traiu de novo não foi? Com quem?
Eu apenas concordei com a cabeça.
-Lucas, eu acho que essa conversa você deveria ter com o Richard. -eu disse. -é algo muito mais sério do que você pensa.
-o que que é sério? -Nicki finalmente virou-se para nós. - que o Richard é gay?

the boy of the next doorWhere stories live. Discover now