Capitulo cinquenta e sete

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-aonde vocês estão? - Ricky perguntou no telefone.
-a gente tá voltando pra casa. -respondi. -bati no ombro de Nicki, que olhou pelo retrovisor e encostou o carro.
-vem me buscar. -Ricky mantinha o tom de voz seco. -to sem carro.
-a gente já tá quase em casa, Richard. -menti, Nicki já estava fazendo o caminho de volta. -vai com os seus amiguinhos da bandinha maravilhosa.
-por favor. -ele disse quase que em um sussurro.
-já estamos chegando. -respondi.
-tá. -desligamos.
Ricky estava com raiva, talvez triste também, dava para sentir em seu tom de voz, mas ultimamente ele parecia estar o tempo todo assim, ou triste ou com raiva. E cada vez mais distante.
Em menos de 10 minutos nós chegamos no galpão, e Ricky estava rodeado de fãs distribuindo autógrafos,sorrisos e abraços, ver aquilo me fez sorrir. Nicki encostou o carro bem ao lado da onde Ricky esperava.
-o astro do rock tem que ir agora gente, tchauzinho. - Nicki gritou pela janela do carro e buzinou.
Algumas pessoas resmungaram, mas Ricky se despediu de todos com um sorriso imenso no rosto.
-obrigado por voltarem. - Ricky tinha o tom seco na voz de novo.
-voltei obrigada mesmo. -Nicki riu, Ricky deu um sorriso fraco e então deitou a cabeça no meu ombro.
-tá tudo bem? -passei a mão em seus cabelos bagunçados.
-eu só quero dormir. -ele deitou em meu colo.
Era incrível o quanto ele era instável e frágil, e eu me sentia responsável por ele, eu precisava cuidar dele não importa o que acontecesse, eu sempre iria estar com ele.
-ele dormiu? -Lucas olhava por cima dos ombros.
-sim. -sorri.
-o Ricky é muito bipolar. -Lucas riu. -sério, sempre foi. Desde quando éramos crianças. Teve uma vez que nós estávamos brincando, rindo, e do nada ele se levantou e foi embora e não falou com mais ninguém o resto do dia.
-sempre foi florzinha desde criança. -Nicki disse e nós rimos.
-vocês não viram nada ainda. -Lucas continuou. -teve aquela vez que...
-cala a boca, Lucas. -Ricky resmungou.
-mas eu só estou... -Lucas disse triste
-cala a boca. -Ricky o interrompeu, nós rimos.
-tá bom né. -Lucas abaixou a cabeça e ninguém falou mais nada até chegarmos em casa.
-posso dormir na sua casa hoje? - Ricky me olhava com cara de cachorrinho. -por favor.
-eu to chateada com você. -eu abria o portão de casa enquanto Nicki se despedia de Lucas. -durma na sua casa, é melhor.
-por favor. - Ricky tinha um olhar triste no rosto. -eu preciso de você.
Aquelas palavras fizeram toda a minha raiva se esvair e fez um sorriso tomar conta de meu rosto.
-tudo bem. -relaxei os ombros sem sinal de rendição. Ricky esboçou um sorriso -mas e a Nicki?
-sei lá, ela dorme com o Lucas. - ele deu de ombros. -vou só pegar uma roupa em casa.
-tá bem, vou avisar Nicki. - Ricky caminhava em direção à sua casa.
Fui em direção a Nicki e Lucas, que estavam encostados no carro estacionado no meio fio.
-tá tudo bem? -Nicki perguntou assim que me viu chegar.
-tá. Ele vai dormir ai em casa. -respondi. -você poderia dormir com Lucas?
-nossa, vou fazer esse esforço. -Nicki riu. -vou pegar minha bolsa.
Ela se levantou e entrou em casa.
-teu primo é estranho. -me encostei ao lado de Lucas.
-esse é. -ele riu. -mas você o ama do mesmo jeito.
-realmente. -concordei com a cabeça. -mas as vezes parece que só eu to amando.
-claro que não, Bea. -Lucas bagunçou meu cabelo. -o Ricky é assim mesmo, não demonstra sentimento. Talvez você esteja sentindo mais agora porque ele passa menos tempo com você. -Lucas sorriu -mas eu tenho certeza que ele te ama do mesmo jeito.
Eu apenas sorri em resposta. Lucas era um garoto incrível, assim como Nicki ele tinha os melhores conselhos e sempre sabia o que falar na hora certa. Os dois eram perfeitos um para o outro.
-o que as comadres estão fofocando? -Nicki havia voltando com sua bolsa.
-estávamos falando mal dos outros. -Lucas riu.
-ah sim, normal da Bea. -Nicki riu e olhou em direção a casa de Ricky. -lá vem o simpático. Vamos, Lucas. -ela me abraçou. -boa noite.
-boa noite pra vocês. -sorri, Lucas acenou.
-vamos. -Ricky já havia tomado banho e vestido seu pijama, que era uma regata preta e uma calça de tecido azul escura e calçava uma sandália de dedos.
Nós entramos e eu fui direto para o banheiro tomar um banho quente, porém rápido, estar com Ricky me reconfortava de tal forma que eu não sabia nem explicar. Minha mãe já estava dormindo, para nossa sorte.
-fecha os olhos. -eu disse quando sai do banheiro.
-pra que? - Ricky se fez de desentendido.
-pra eu vestir meu pijama, ué. -revirei os olhos.
-mas até parece que eu nunca te vi sem roupa. -ele riu.
-mas é diferente. -bati o pé no chão. -anda, fecha os olhos.
-tudo bem. -ele riu e virou-se para a parede.
Vesti meu pijama, que era um short de tecido com estampa de bichinhos e a blusa dos misfits que eu havia roubado de Ricky.
-pronto, Pode abrir. -eu apaguei a luz do quarto, deixando apenas a luz do abajur acesa.
-por isso que eu não achava essa blusa, não é, dona Beatrice. -Ricky arredou para que eu pudesse me deitar ao lado dele.
-sim. -eu o beijei. -boa noite.
-boa noite.
Virei-me para o lado procurando uma posição confortável.
-Bea. -Ricky encostou sua cabeça em meus ombros.
-o que foi, Richard? Dorme -disse chateada
-eu te amo.

the boy of the next doorWhere stories live. Discover now