O DOE estava em silêncio tenso quando Lena olhou para o mapa virtual, os dedos tamborilando na mesa.
Todos os relatórios de Brainy, todas as anomalias e rastros possíveis levavam sempre a um nada absoluto.
— Estamos tentando há horas e ainda não conseguimos localizar Kara — disse Alex, a voz carregada de frustração. — Parece que estamos procurando fantasmas.
Nia esfregou os olhos.
— É como se ela e as meninas tivessem desaparecido de propósito… sem deixar nenhum vestígio.
— Não subestimem a Lilian — disse J’onn, cruzando os braços. — Ela é inteligente, mais do que podemos imaginar.
Provavelmente já sabia que tentaríamos rastrear o local.
Lena respirou fundo, fechando os olhos por um instante.
— Não importa quanto tempo leve. Encontraremos vocês. Eu prometo.
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Enquanto isso, a quilômetros de distância, a fazenda de Lilian parecia pacífica demais.
Um grande campo de milho cercava a construção luxuosa, o vento agitava as hastes altas, e o sol batia sobre o verde dourado. Mas não havia nenhum sinal de vida à vista: nenhuma sombra, nenhum movimento, nenhum som humano. Só o vento e o farfalhar do milharal.
Kara estava ali, dentro da fazenda, ainda debilitada. Cada músculo protestava, cada respiração pesava. Mas ela não podia esperar.
Ela olhou para Liv e Maddie, cochilando nos berços, e decidiu que era hora de tentar.
Pegou Liv primeiro, encaixando-a cuidadosamente no canguru que Lilian havia deixado à vista — um detalhe que Kara agradeceu mentalmente. Maddie foi colocada no bebê conforto portátil, pequeno e seguro. O coração dela batia acelerado, mas a determinação superava a dor.
Ela respirou fundo, sentindo o peso das meninas e a fraqueza do parto. Cada passo para a porta era calculado, lento, quase silencioso. O calor do sol começava a entrar pelas janelas, mas Kara precisava ser mais rápida do que a dor ou qualquer distração.
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Do lado de fora, o campo de milho se estendia até o horizonte. Kara saiu pelo portão lateral, mantendo-se abaixada, quase invisível entre as hastes altas.
O vento carregava o cheiro de terra e folhas secas. Era um bom lugar para desaparecer, mas o coração dela batia acelerado: cada segundo contava.
Ela sentiu algo despertar dentro dela — os poderes retornando aos poucos. Um calor familiar, uma força que começava a pulsar nos braços e nas pernas. Por um instante, achou que conseguiria avançar com mais rapidez, mesmo debilitada.
Mas não contava com o homem alto, parado entre ela e a saída. O peito dele brilhava com uma kriptonita verde, pulsante, como um coração frio. Kara sentiu o corpo pesar instantaneamente, como se alguém tivesse retirado cada grama de força dela.
Ela caiu de joelhos, o canguru balançando levemente com Liv, e o bebê conforto quase escorregando de seus braços. Cada músculo parecia paralisado, e a respiração se tornou difícil.
— Quem…? — ela conseguiu murmurar.
Uma risada suave, quase fascinada, preencheu o ar. Lilian apareceu entre as hastes altas, os olhos fixos nela.
— Impressionante… mesmo enfraquecida, você não desiste. — A voz era doce, quase hipnotizante. — Eu confesso… estou começando a admirar você, Kara.
Kara levantou a cabeça, ofegante, sentindo a raiva misturada com medo.
— Tire a mão de mim… das meninas. Agora.
Lilian sorriu, inclinando-se levemente para frente, quase como se estudasse uma obra de arte viva.
— Oh, não, querida. Não desta vez. Elas precisam de nós duas. E você… você é fascinante. Corajosa, teimosa, determinada… mesmo contra todas as probabilidades.
O homem com a kriptonita permaneceu parado, firme, um obstáculo intransponível, drenando qualquer força que Kara tentasse concentrar. Ela respirou fundo, tentando acalmar as meninas, mantendo-as juntas contra o peito.
— Eu vou achar um jeito… sempre encontro um jeito. — Sua voz, mesmo fraca, tinha uma promessa indomável.
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Enquanto isso, no DOE, a frustração crescia.
Lena e os superamigos finalmente haviam chegado à área identificada por Brainy.
O mapa indicava uma grande fazenda cercada de milho, isolada e sem energia, mas quando entraram, não havia nenhum sinal de Kara, das meninas ou de Lilian. Nenhum movimento. Nenhum som além do vento e do farfalhar das plantas.
— Não pode ser — disse Lena, andando de um lado para outro. — Eu senti… eu sei que estavam aqui!
Alex respirou fundo, tentando acalmar a irmã.
— Talvez elas tenham se escondido, ou… ou ela usou algum tipo de camuflagem.
J’onn olhou ao redor, as mãos cruzadas.
— O milharal é alto o suficiente para esconder qualquer pessoa. Mas sem rastros, será quase impossível localizá-las agora.
Depois de horas de procura pelo campo, sem sucesso, Lena finalmente suspirou, derrotada, mas não vencida.
— Precisamos voltar para o DOE, reagrupar. Amanhã continuamos a busca. Eles não podem estar muito longe.
O grupo se retirou, cada passo marcado pela frustração de não conseguir encontrar Kara e as meninas.
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No meio do milharal, Kara respirava com dificuldade, tentando encontrar força suficiente para se mover enquanto Lilian observava de perto.
Cada segundo que passava era uma batalha — mas ela sabia que não poderia desistir. Nem um instante.
Porque, mesmo enfraquecida, uma coisa permanecia clara: elas seriam livres. Ela faria de tudo para que Liv e Maddie nunca fossem apenas peças do legado Luthor.
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G͟r͟a͟v͟i͟d͟e͟z͟ i͟n͟e͟s͟p͟e͟r͟a͟d͟a͟ ~͟ S͟u͟p͟e͟r͟c͟o͟r͟p͟ •͟ K͟a͟r͟l͟e͟n͟a͟
FanfictionEm um dia marcado por sintomas inexplicáveis e uma fome insaciável, Kara Zor-El descobre que está grávida, gerando uma onda de choque em sua irmã mais velha, Alex Danvers. Enquanto Alex tenta lidar com a revelação, a possibilidade de que o pai da cr...
