✨ Capítulo 35 Final ✨

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O castelo ainda respirava a dor da batalha. Os corredores guardavam o eco dos gritos, e o ar, embora mais leve sem as nuvens negras, ainda parecia carregar a sombra do confronto. O silêncio não era de paz, mas de luto contido. Quando Melian atravessou o grande salão e encontrou Lúthien, o coração do seu amigo quase se partiu em dois.

O jovem estava caído, ferido em sofrimento, e o sangue que tingia suas roupas trazia um aperto sufocante ao peito de todos que o amavam. Ezra foi o primeiro a se lançar ao chão, os olhos arregalados, o desespero escorrendo de cada gesto. Não importava que fosse um guerreiro experiente, não importava que seu corpo fosse firme e suas mãos sempre firmes no combate, diante do filho, ele era apenas um pai à beira do abismo.

— Filho... — murmurou Ezra, com a voz embargada, as mãos trêmulas buscando o rosto pálido de Lúthien.

Lúthien ergueu o olhar, os olhos marejados ainda cintilando com um orgulho frágil, como se quisesse consolar o pai.

— Papai... eu impedi eles... eles não conseguiram entrar.

Aquelas palavras, embora heroicas, soaram como punhal no coração de Ezra. Ele não queria bravura, não queria sacrifício. Queria apenas ver seu filho sorrir, protegido, inteiro. As lágrimas brilharam em seus olhos, mas sua voz forçou uma firmeza quase impossível:

— Você foi forte, filho. Vai dar tudo certo... estamos com você.

Tauron, ofegante e com os olhos inundados, caiu de joelhos ao lado do companheiro. Seu pranto se confundia com a respiração pesada, um soluço doloroso escapando entre as palavras.
— Meu amor... você vai ficar bem. — Sua mão apertava a de Lúthien como se tentasse transferir vida através do toque.

Foi nesse instante que Melian, dominado pela dor do medo, se aproximou. Sua presença carregava a calma que Ezra tanto buscava, ainda que seu coração estivesse igualmente dilacerado. Com voz serena, mas firme como a raiz de uma árvore antiga, ele sussurrou:

— Não precisa mais ter medo... você vai ficar bem.

Melian não esperou. Sabia o que deveria ser feito, ainda que isso consumisse parte de sua essência. As gotas de seu sangue escorreram, sagradas e luminosas, se misturando ao corpo de Lúthien. A cura não veio rápida, pois Lúthien era um vampiro criado e não nascido, isso impedia a cura acelerada, pois ele estava infectado por magia negra apodrecida. Cada ferida cicatrizava como um desenho demorado, lento, mas firme. E cada segundo dessa espera era uma tortura para Ezra, que mantinha os olhos fixos em Melian, tomado por um misto de desespero e devoção.

Ezra observava cada gesto do companheiro com reverência. Havia amor em sua contemplação, um amor que ardia como fogo antigo, que o mantinha vivo em meio à dor. Melian era sua âncora, seu porto sagrado, e vê-lo se doar tão inteiramente por Lúthien, despertava nele uma paixão avassaladora. Ele se inclinou, segurou a mão de Melian com força, e seu olhar dizia mais do que qualquer palavra poderia carregar: “Eu não vivo sem você”.

✨ A Cura Dourada ✨Where stories live. Discover now