✨ Capítulo 17 ✨

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     Quando me jogaram naquela cela fria e pútrida, meu corpo gemeu com o impacto, mas minha alma

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     Quando me jogaram naquela cela fria e pútrida, meu corpo gemeu com o impacto, mas minha alma... ah, minha alma rugia. As correntes enfraqueciam minha força mágica, mas não a minha determinação. O mundo pode pensar que me venceu por alguns instantes, mas eles não entendem que escuridão verdadeira nunca é contida, ela apenas aguarda. E eu... sou feito dela.

Fechei os olhos, senti o gosto de ferro nos lábios,  sangue seco de um guarda tolo que tentei dominar antes de ser capturado. Minha respiração estava pesada, sim, mas ainda assim, ritmada. E quando senti a pulsação fraca da magia remanescente em mim, ergui meus dedos trêmulos, desenhei no ar os traços da antiga invocação de rasgo planar. Eu sabia que não teria forças para me manter lá por muito tempo. Mas bastava um momento.

Um segundo.

Para vê-lo.

Melian.

Minha âncora, minha obsessão. Meu vício enraizado.

A magia estalou em meus ossos e, com um lampejo cortante, deixei aquela cela imunda e me transportei até a sua presença. O ar mudou de densidade quando me materializei próximo à casa encantada onde ele repousava. Um campo de energia poderoso me envolveu como um muro invisível, queimando minha pele com uma luz tão pura quanto a própria essência dele. Eu não podia tocá-lo.

Rosnei.

— Maldito escudo! — murmurei, sentindo meus músculos tensarem de raiva.

Me aproximei, pressionando a mão contra a barreira, e um calor hostil me atravessou como uma punhalada. O feitiço que o envolvia era divino, milenar. Mas o que me feriu de verdade... não foi a magia.

Foi o som.

Dentro da casa, os gemidos abafados dele ecoavam,  melódicos, quentes, sensuais. Eu ouvi meu nome? Não. Não era por mim, o asqueroso Beaulfort. O nome dele escapava dos lábios doces de Melian como um cântico profano.

E aquilo...

Aquilo me enlouqueceu.

A fúria me tomou com tamanha intensidade que precisei me ajoelhar, cravando os dedos na terra como garras de fera. Mas, em vez de fraqueza, foi aí que renasci, com a dor, veio a decisão. Eu o teria, a  qualquer custo. Ele era meu, meu destino. Meu desejo. Minha obsessão.

E nada, nem vampiros, nem deuses, nem a própria vontade dele, me impediria de possuí-lo.

Eu nasci em 432 depois de Cristo. O mundo ainda era um caos sagrado entre guerras e superstições. E mesmo assim, ao nascer, fui visto com olhos temerosos. Meus olhos eram negros demais, profundos demais. Minha mãe, meio-ninfa, dizia que havia uma escuridão sussurrando dentro de mim desde o ventre. Ela me amava, mas jamais ousava me tocar quando eu estava em silêncio por muito tempo.

✨ A Cura Dourada ✨Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon