✨🌈Vampiro/Magia/LGBTQIA/Hot🔥/RomanceGay🌈✨
Ezra Aiken
Vampiro milenar, testemunha silenciosa de impérios que ruíram e luas que se apagaram. Seus olhos viram séculos sangrarem, e seu coração, endurecido pelo tempo, já não pulsava por mais nada...
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Sinto o peso do meu corpo como se o próprio mundo tivesse decidido repousar sobre meus ombros. Há um cansaço profundo que se aloja não só na carne, mas em cada dobra da minha alma. E, ainda assim, há calor. Um calor que não é do sol, nem do cobertor leve que me cobre, mas dele. Dos braços dele.
O toque de seus braços ainda reverbera em mim, mesmo agora, mesmo distante. Uma memória tátil, impregnada na minha pele, como um perfume que se recusa a desaparecer. E eu me lembro, com todos os detalhes vívidos, da forma como ele me envolveu, sem pressa, sem exigência, como se soubesse exatamente o quanto eu precisava me desfazer um pouco em silêncio, ali dentro daquele abraço.
Forte. Ele é tão forte, os braços largos, imponentes, firmes como muralhas vivas. E, ainda assim, houve uma doçura em seu gesto, ele não me prendeu. Me acolheu. Me tocou como se eu fosse feito de vidro, como se soubesse que eu estava à beira de quebrar e ainda assim quisesse me segurar inteiro.
Foi ali, naquele silêncio partilhado, que percebi o quanto havia me perdido dentro dele. O mundo pareceu ruir do lado de fora, e tudo o que restava era a respiração dele junto à minha, o ritmo do seu peito colado ao meu, um tambor calmo, hipnótico. Nunca pensei que um toque pudesse ser tão cheio de significado, que braços pudessem dizer tanto sem pronunciar uma única palavra.
Ele respeitou o espaço entre nós, manteve a distância certa. E eu, tolo e humano, desejei quebrar aquela distância, o anseio era quase físico, uma força que me puxava para mais perto, como maré em direção à costa. Secretamente, desejei dissolver cada centímetro entre nós, desejei ouvir sua voz mais perto, sentir o calor real da pele dele em vez da memória.
É estranho pensar nisso agora, com o quarto mergulhado numa penumbra azulada e os lençóis ainda meio bagunçados de uma noite agitada. A revelação ainda ecoa em minha mente: almas gêmeas. Ele e eu.
Tudo faz sentido agora. As peças que nunca se encaixaram em outras pessoas, os sorrisos vazios que recebi, os toques que me deixavam frio, as conexões que terminavam antes mesmo de começarem. Eu esperei, esperei sem saber por quem. Esperei sem saber se o que esperava existia. Mas agora entendo. O vazio era a ausência dele.
O destino... esse velho escultor de encontros improváveis. Nos moldou por caminhos diferentes, mas alinhou nossos passos para o instante exato em que tudo fez sentido.
Ainda estou digerindo isso. É muita coisa para uma só alma. A mente tenta correr atrás do coração, tenta racionalizar, entender, organizar os sentimentos em caixas com nomes. Mas nada se encaixa perfeitamente.
Sinto que preciso descansar. Preciso me recolher em mim mesmo antes que a maré de emoções me engula. Amanhã... ah, o amanhã. Não estou pronto para ele. Não estou pronto para as perguntas que virão, nem para as escolhas que terei de fazer.