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Ezra Aiken
Vampiro milenar, testemunha silenciosa de impérios que ruíram e luas que se apagaram. Seus olhos viram séculos sangrarem, e seu coração, endurecido pelo tempo, já não pulsava por mais nada...
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O silêncio do quarto parecia mais pesado naquela noite. As cortinas de linho azul-acinzentado, movidas pela brisa suave que atravessava as janelas abertas, dançavam lentamente, mas não conseguiam trazer leveza ao meu coração. O frio que vinha da pedra antiga das paredes se misturava ao vazio deixado por Ezra.
Era uma ausência que doía. Não era apenas solidão, era como se parte de mim tivesse sido arrancada e levada para longe, para aquele salão onde o Cortejo dos Antigos decidia sobre destinos que nem eu nem ele estávamos prontos para aceitar.
Eu me sentei na beira da cama, os dedos inquietos apertando o lençol de linho branco. O tecido áspero parecia não ceder, resistia como minhas próprias incertezas. Minha mente fervilhava com lembranças do olhar de Ezra antes de sair, a firmeza do dever, o peso da liderança, mas também o toque silencioso do medo de me deixar sozinho.
E eu, por mais que quisesse parecer forte, sabia: estava apavorado.
O quarto estava mergulhado em uma penumbra suave. As chamas das velas, espalhadas em castiçais de bronze, lançavam reflexos dourados sobre as paredes de pedra antiga, como se tentassem aquecer um espaço que parecia frio demais sem a presença de Ezra. Eu andava de um lado para o outro, os pés quase não fazendo barulho sobre o tapete espesso de lã, mas o coração pulsando em um ritmo tão alto que parecia ecoar pelas paredes.
— Quando chegar a hora… — murmurei para mim mesmo, quase sem voz, sentindo a frase escapar dos meus lábios como um juramento selado no escuro. — Eu vou fazer o que for preciso para derrotar Oberon.
A lembrança daquele nome incendiava minha determinação, mas também aumentava meu medo. Ezra não aceitaria minha decisão. Ele me amava com uma intensidade que queimava, e faria de tudo para me proteger, mesmo que isso significasse se colocar contra o que eu julgasse necessário.
O quarto parecia sufocar. O perfume suave de lavanda, vindo do incensário no canto, que normalmente me trazia calma, agora parecia me cercar, pesado, adocicado demais. O som distante do vento passando pelos jardins não trazia alívio. Meu corpo ansiava pelo calor dele, pelo toque firme das mãos de Ezra em minha pele, pelo modo como seus olhos, sempre em brasa quando pousavam em mim, conseguiam dissolver todas as minhas angústias.
A dor era quase física. Era como se minhas costelas se fechassem sobre meu coração, o comprimindo.
Foi nesse estado que Lyra entrou, silenciosa como sempre, mas inevitavelmente perceptiva. A porta se abriu com um estalo suave e ela avançou alguns passos. Sua presença iluminou o ambiente, como se carregasse consigo a essência das florestas onde nascera. O brilho de sua presença sempre trazia uma aura de paz, como se carregasse em si a primavera eterna. Seus cabelos dourados, caindo em ondas, refletiam a luz das velas, e a barriguinha, ainda discreta, já denunciava o milagre que ela e Merga aguardavam com tanto amor. Ela estava linda, estonteante, e a felicidade a tornava ainda mais radiante.