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Ezra Aiken
Vampiro milenar, testemunha silenciosa de impérios que ruíram e luas que se apagaram. Seus olhos viram séculos sangrarem, e seu coração, endurecido pelo tempo, já não pulsava por mais nada...
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O quarto permanecia silencioso, exceto pelo crepitar suave das velas que ainda resistiam ao avançar da madrugada. O ar estava impregnado de um perfume delicado, mistura de cera aquecida, da madeira polida do mobiliário antigo e do frescor da noite que entrava pelas frestas das janelas entreabertas. Ali, o tempo parecia suspenso, como se o mundo inteiro tivesse parado apenas para contemplar aquele instante.
Ezra não dormia. Ele nunca precisava, mas ainda assim, naquela noite em particular, nem se permitiu repousar. O vampiro permanecia imóvel na penumbra, sentado à beira da cama, velando o sono de Melian com um fervor quase religioso. Seus olhos vermelhos, tão profundos quanto a eternidade que carregava na alma, estavam fixos na delicadeza do rosto adormecido de seu amado. Cada respiração tranquila, cada movimento suave do peito de Melian ao subir e descer, era para ele uma vitória contra as trevas que por séculos o haviam consumido.
Ezra tinha uma obsessão silenciosa: o despertar de Melian. Havia algo de sagrado em testemunhar o abrir dos olhos do jovem, como se o primeiro olhar de cada manhã fosse uma bênção destinada somente a ele. Se sentia renovado, redimido, como se todo o fardo dos séculos tivesse valido apenas para que aquele momento pudesse existir.
Quando Melian despertou, seus olhos ainda sonolentos se encontraram com os de Ezra, e um sorriso doce, quase infantil, surgiu em seus lábios.
— Eu gosto de acordar com você sempre ao meu lado — disse Melian, sua voz suave, ainda embalada pelo resquício dos sonhos.
Ezra se inclinou imediatamente, lhe tomando a mão e pousando um beijo delicado sobre seus dedos. O gesto foi carregado de reverência, como se tocasse em relíquias sagradas.
— E eu me sinto o mais abençoado do universo por estar ao seu lado, meu amor. — A sinceridade em sua voz não deixava espaço para dúvidas.
Melian suspirou, apoiando a cabeça contra o travesseiro, como quem deseja prolongar aquele instante antes que o peso do dia caia sobre si. Seu olhar se perdeu por um momento no teto ornamentado do quarto, onde delicados arabescos se desenhavam sob a luz trêmula das velas.
— Hoje vai ser um longo dia… — murmurou, e a ansiedade já se insinuava em sua voz.
Ezra o observou com a atenção de quem sabe decifrar cada nuance, cada batida de coração. E de fato, o sentiu. O ritmo acelerado, a pulsação inquieta. O nervosismo de Melian era tão claro para ele quanto a luz do sol seria para um mortal.
— Seu irmão e seus pais já estão vindo, meu amor — lembrou Ezra, deslizando os dedos pelos cabelos macios de Melian com uma delicadeza que contrastava com a força de suas mãos. — Vamos nos preparar e descer para recebê-los.
Melian fechou os olhos por um instante, como se buscasse coragem. Então, fitou Ezra de novo, quase suplicante: