✨🌈Vampiro/Magia/LGBTQIA/Hot🔥/RomanceGay🌈✨
Ezra Aiken
Vampiro milenar, testemunha silenciosa de impérios que ruíram e luas que se apagaram. Seus olhos viram séculos sangrarem, e seu coração, endurecido pelo tempo, já não pulsava por mais nada...
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Voltar ao castelo depois de confessar a verdade à fada que me condenou ao vício da sua beleza foi como emergir à superfície após anos submersa. O ar parecia mais leve, como se finalmente meus pulmões pudessem expandir sem a constante pressão da dúvida. Foi um alívio, mas também um choque, perceber o quanto o medo tinha me controlado durante tanto tempo, moldando palavras não ditas, distorcendo gestos, sabotando instantes que poderiam ter sido nossos.
Falar libertou minha alma. Dizer a ela o que sentia trouxe clareza, como se a névoa em minha mente tivesse se dissipado de repente, revelando os contornos exatos daquilo que antes eu apenas imaginava. A reação dela… ah, a doçura da resposta em seus olhos, no seu sorriso calmo, foi como um bálsamo que tocou uma ferida antiga, aberta há séculos. Pela primeira vez em muito tempo, me senti segura de mim mesma, como se fosse possível, finalmente, acreditar que eu também podia ser escolhida.
Eu havia criado monstros em minha mente, cenários de rejeição, de desprezo, de perda. Tudo sozinha. Tudo fruto de um medo irracional que se agarrava à minha garganta e impedia meu coração de bater em paz. Esse mesmo medo, durante muito tempo, quase me fez perder a única criatura no mundo capaz de me despertar por inteiro.
Me lembro bem de como tudo começou... Por séculos, carreguei comigo a dor de ser diferente em um mundo cruel. Meus pais… foram assassinados por se amarem. Amor entre espécies era abominável na época. Um lobisomem e uma feiticeira, ousando pertencer um ao outro. Morreram de mãos dadas, sem negar quem eram, e isso ficou gravado em minha alma como um lamento constante. Desde então, precisei esconder o que sou.
Vivi como sombra, sufocando minha natureza. Minha parte lupina agonizou por décadas, berrando em silêncio dentro de mim. O corpo que habito sempre foi um desafio, músculos largos, traços andróginos, uma força que incomodava a muitos e fascinava a poucos. Minha aparência, meu jeito, minha energia… nada se encaixava nos moldes criados pelos que desejam controlar. O preconceito foi meu companheiro fiel.
Mas os séculos passaram. As mentalidades mudaram, mesmo que devagar, e foi Ezra quem me estendeu a mão primeiro. Não como quem oferece piedade, mas como quem reconhece o valor de algo que estava escondido. Acolhida por ele, pela sua presença firme e paternal, encontrei um tipo de abrigo que pensei não existir. Pela primeira vez, minha força não era uma ameaça, mas um dom.
Ainda assim, mesmo dentro da nova família que formei, nunca me abri por completo. Nunca expus minhas feridas, nem mesmo para aqueles que considero irmãos. Eu ri, lutei, protegi, fui leal. Mas nunca fui vulnerável.
Até ela.
A fada. Desde o primeiro instante em que nossos olhares se cruzaram, algo dentro de mim explodiu. Um desejo primitivo, ancestral, uma necessidade que não fazia sentido, mas era inegável. Como se meu corpo inteiro tivesse lembrado que precisava dela antes mesmo que minha mente pudesse entender. Foi brutal, desarmador.