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Ezra Aiken
Vampiro milenar, testemunha silenciosa de impérios que ruíram e luas que se apagaram. Seus olhos viram séculos sangrarem, e seu coração, endurecido pelo tempo, já não pulsava por mais nada...
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Na manhã seguinte, depois de uma noite silenciosa e carregada de pensamentos, Ezra ainda estava desperto. Observou por longas horas a respiração tranquila de seu filho adormecido, os cílios longos repousando contra as bochechas, o semblante sereno protegido por sonhos que ele desejava conservar intactos. Havia ternura naquele gesto cotidiano, velar o sono de Lúthien era uma âncora que o mantinha são, mesmo quando o mundo ao redor ameaçava ruir com lembranças antigas e sentimentos novos demais para serem domados.
Quando a primeira luz filtrou pelas cortinas pesadas do quarto, tingindo de dourado os lençóis e o chão de pedra, Ezra se levantou com um suspiro contido. Sentia necessidade de caminhar, de respirar o castelo que tantas vezes o acolhera como um manto silencioso de lembranças. Como se as paredes, os corredores e os vitrais soubessem de sua alma mais do que ele próprio.
Desceu os degraus com o coração apertado e atravessou o grande salão de entrada, os olhos passeando por tapeçarias antigas, retratos de seus antepassados e os espelhos que testemunharam sua juventude. Cada canto do castelo parecia sussurrar algo, memórias antigas, risos distantes, passos dançantes no salão de mármore, ecos de felicidades que pareciam não mais lhe pertencer.
Com o passo firme, ainda que comedidamente nostálgico, Ezra percorreu as alas como quem caminha dentro de um sonho. Sentia o cheiro da pedra úmida, o aroma sutil das flores do jardim que alcançava as janelas entreabertas. Tudo nele pulsava saudade.
Foi então que, como que guiado por um fio invisível, subiu à torre mais alta, o sótão antigo, lugar onde costumava buscar refúgio quando o mundo exigia mais do que ele podia dar. As tábuas rangiam sob seus pés, o vento fazia as janelas suspirarem, e havia algo de sagrado naquele isolamento silencioso.
Ali, cercado por livros antigos, móveis cobertos por lençóis brancos e baús fechados com poeira do tempo, Ezra se permitiu enfim ceder. Deixou que os pensamentos voassem para onde queriam ir, e eles foram direto para Melian.
O nome sussurrado em sua mente lhe causava arrepios, era doce e poderoso. Ele tentava recordar o desenho do rosto do rapaz, a curva da mandíbula, os olhos límpidos como lagos encantados, a boca entreaberta em surpresa, e aquele sorriso que o marcara para sempre. Sentia de novo o perfume que pairava no ar quando estavam juntos, almíscar. Seu aroma favorito, quente, envolvente, impossível de esquecer. E, de repente, lá estava ele: sorrindo, sem perceber, um sorriso real, largo, apaixonado, que floresceu em seus lábios como uma flor ao sol da manhã.
Tão absorto estava em seu devaneio, que sequer notou a presença que se aproximava. Pela primeira vez em séculos, foi pego de surpresa.
— Acho que nunca vi esse sorriso tão lindo em seu rosto, irmão. — disse Eldarion, recostado no batente da porta como uma sombra que surgira do nada.