✨🌈Vampiro/Magia/LGBTQIA/Hot🔥/RomanceGay🌈✨
Ezra Aiken
Vampiro milenar, testemunha silenciosa de impérios que ruíram e luas que se apagaram. Seus olhos viram séculos sangrarem, e seu coração, endurecido pelo tempo, já não pulsava por mais nada...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
As engrenagens do destino começaram a girar mais rápido do que qualquer um poderia prever. Os passos estavam sendo dados, os olhares trocados, os corações tocados por uma força que não vinha da lógica, nem da vontade, mas sim de uma ancestralidade espiritual que parecia despertar do sono eterno apenas para vê-los se encontrarem.
Melian, com sua alma ainda em frangalhos após tantos choques recentes, tentava, com todas as suas forças, manter o controle sobre si. Mas como se segura um rio em fúria quando se está ferido e vulnerável? Ele era arrastado para algo que desejava mais do que podia admitir em voz alta. Uma presença, um calor, um perfume que queimava na pele e ecoava em seus ossos. Ezra.
Ezra, por sua vez, caminhava em êxtase silencioso, tocando o chão como se voasse, guiado pelo fio invisível que agora o ligava à alma de Melian. Para ele, já não havia volta. Não havia talvez. Ele tinha certeza. Seu predestinado tinha um nome, uma voz, um olhar. Um corpo que cabia entre seus braços como se o universo inteiro tivesse moldado aquilo para ele.
A ligação entre os dois estava feita, selada, viva, e ainda assim, seus corações, teimosos, enroscados em experiências passadas e medos profundos, tateavam no escuro, tentando aceitar a verdade incontornável: não poderiam mais viver um sem o outro.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, uma batalha diferente acontecia.
Merga, a impetuosa, a caçadora letal, a criatura indomável que arrancava sorrisos e suspiros com um simples olhar, estava parada à frente da casa da fada que atormentava seus pensamentos. A noite anterior não lhe saía da cabeça. A dança dos olhares, o arrepio da pele, o silêncio cúmplice entre toques e ausências... Ela fugira. Não por medo da fada, mas de si mesma.
Durante séculos, sua condição física, essa fusão misteriosa entre o etéreo e o terreno, jamais a incomodara. Pelo contrário, fazia dela uma força da natureza. Mas Lyra... Lyra despertara nela uma humanidade que ela achava perdida. Um coração que se fechara ao amor, agora batia descompassado. Não era fraqueza. Era transformação.
Com passos incertos, Merga se aproximou da porta da casa, os músculos tensos, a garganta seca, a respiração errática. E então, sem coragem de ficar muito perto, se postou num ponto mais afastado. Era como se o ar ao redor daquela casa tivesse outro peso, como se o tempo desacelerasse só para ver o que ela faria.
O dedo hesitou antes de apertar a campainha. Quando enfim o fez, a vibração do toque pareceu ecoar dentro dela. Uma sirene de alerta que rasgava seu autocontrole. E então, o silêncio.
Ela fechou os olhos, como quem se prepara para ser julgada por todos os deuses de todos os mundos. Pediu, com uma sinceridade quase infantil, que eles a ajudassem a não perder as palavras. Porque a última coisa que queria era afastar Lyra.