✨ Capítulo 18 ✨

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O medo ainda me dominava. Corria em minhas veias como uma corrente gelada, mesmo enquanto eu estava ali, envolto pelos braços do meu amor. Mas havia algo em seu toque, na forma como ele me mantinha contra o corpo, como se me protegesse até de mim mesmo, que aquecia meu coração. Era carinhoso, constante, presente... e me fazia esquecer, por instantes preciosos, todo o resto.

Era curioso como, em tão poucos dias, esse sentimento havia nascido em mim. Grande, vasto, intenso. Um amor que eu desconhecia, não daqueles idealizados em histórias, mas algo visceral, enraizado, que me ligava a ele de um modo inexplicável.

E havia o cheiro dele… Ah, o cheiro dele.

Aroma requintado, quente, com algo sutilmente amadeirado, como uma floresta antiga banhada por raios de sol filtrados pelas copas. Aquilo era o meu calmante. Meu refúgio. Fechei os olhos mais forte, desejando me enterrar em seu peito e esquecer que existia um mundo além daquela batida ritmada de seu coração.

A voz dele me trouxe de volta, doce e firme:

— Pode abrir os olhos, meu amor. Esse é meu quarto. — disse Ezra, com um sorriso que pude sentir mesmo sem vê-lo.

Abri os olhos devagar, e o fôlego me escapou no instante seguinte.
O quarto era como um pedaço do tempo suspenso,  amplo, iluminado por candelabros encantadores que tremeluziam com uma luz dourada suave. Tapeçarias antigas revestiam as paredes, com tons de vinho, esmeralda e dourado, bordadas com símbolos que pareciam contar histórias esquecidas. Livros se empilhavam de forma ordenada, e móveis de madeira escura brilhavam como se fossem polidos todos os dias. Havia charme, requinte e uma beleza clássica em cada canto.

Sorri, tentando suavizar o peso do que havíamos vivido até ali:

— Eu adorei o seu quarto. É lindo… e é a sua cara, agora que sei a sua idade. — falei, tentando manter o tom leve.

Vi seus lábios se curvarem num sorriso contido. Ele fingiu ofensa, mas seus olhos dançavam com diversão.

— Não reclama da minha idade, não. Ainda estou muito bem, obrigado. — Ezra respondeu, com um falso ar sério.

Mordi o lábio, segurando o riso.

— Tudo bem. Eu admito... você não parece nada com o Conde Drácula. — provoquei, rindo.

— Ei! Aquele velho nem gostava de tomar banho. Não aceito ser comparado a ele! — Ezra exclamou, indignado de brincadeira.

— Ok, senhor limpinho… não está mais aqui quem falou. — brinquei, levantando as mãos num gesto de rendição.

Ele riu baixo e caminhou até a cama, se sentando ao meu lado.
Aquele simples gesto fez meu coração acelerar. Como se cada passo dele na minha direção derrubasse uma parede dentro de mim.

✨ A Cura Dourada ✨Where stories live. Discover now