— Eu preciso encontrá-lo... — murmurou, a voz embargada pelo esforço de se erguer. — Preciso mostrar a ele o que ele realmente é.
Seu peito ardia com essa urgência. O jovem não era apenas uma visão qualquer: era um chamado, um ponto de destino.
O alvoroço em sua aura foi tão forte que a própria magia se mexeu. O ar ao redor vibrou, e de repente, como se tivesse atravessado a distância e o tempo apenas para atendê-la, Evren surgiu no quarto.
O mago não entrou. Ele apareceu.
O tecido da realidade se moveu em ondas, e lá estava ele, o homem que carregava nos olhos tanto a sabedoria dos séculos quanto a fragilidade de um coração apaixonado. Ao vê-la frágil, deitada, a pele pálida e o corpo tremendo, sua expressão endureceu de dor e culpa.
Evren se aproximou com passos largos, a mão estendida já em movimento para analisá-la. Seus dedos pairaram no ar, absorvendo cada partícula da energia dela. Sua mente corria mais rápido do que qualquer palavra. Ele sentia cada molécula, cada oscilação, cada marca deixada pelo sonho.
— Valery... — sua voz se partiu no meio do caminho, mas ele a firmou novamente. — Por que seu corpo está tão fraco?
A jovem ergueu os olhos, cansados mas ainda brilhantes. Havia neles uma força serena, mesmo na exaustão.
— Eu vou ficar bem, Evren... — disse, respirando fundo para controlar o tremor da voz. — Estou aprendendo a dominar os sonhos, e a não permitir que eles me dominem. O de hoje só foi um pouco mais forte. Mas eu vou bloquear minha mente dele... até ficar mais forte.
Forçou um sorriso leve, embora suas mãos ainda tremessem sobre o lençol.
— Obrigada por se preocupar comigo.
O mago fechou os olhos por um instante, incapaz de conter o peso que o esmagava. Quando voltou a fitá-la, sua expressão era de pura dor.
— Meu amor... — começou, sua voz grave e embargada. — Me perdoe pela minha ausência. Eu não tenho escolha quando o assunto é a direção que a magia toma através do tempo. Eu sigo o chamado, mesmo quando isso me arranca de você.
Ele se ajoelhou ao lado da cama, os dedos se curvando sobre o colchão como se se agarrassem a ela.
— Mas eu sinto sua ausência, Valery. A saudade me acompanha a cada segundo em que estou longe. Você não sai do meu peito.
Valery ergueu a mão, trêmula, e a pousou sobre a dele. O gesto simples fez o coração de Evren estremecer.
— Não se culpe — disse ela, sua voz agora mais firme, como se buscasse sustentá-lo. — Quando sonho com você, percebo o quanto você é importante. Não importa a distância, não importa a ausência. Sempre vamos caminhar na direção um do outro.
Seus olhos brilharam, úmidos, mas a certeza em sua voz era inabalável:
— Sempre será inevitável. Nós somos inevitáveis um para o outro, e para o universo.
As palavras dela o atravessaram como flechas, e Evren já não conseguiu se conter. O controle, sempre tão característico de um mago, se desfez diante da intensidade de seu amor.
Ele a puxou contra si.
O abraço foi firme, quase desesperado, como se precisasse gravar no próprio corpo a lembrança dela. Valery se encaixou perfeitamente contra o peito dele, e Evren fechou os olhos, inalando seu perfume, sentindo a pele quente e frágil contra a sua.
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✨ A Cura Dourada ✨
Romance✨🌈Vampiro/Magia/LGBTQIA/Hot🔥/RomanceGay🌈✨ Ezra Aiken Vampiro milenar, testemunha silenciosa de impérios que ruíram e luas que se apagaram. Seus olhos viram séculos sangrarem, e seu coração, endurecido pelo tempo, já não pulsava por mais nada...
✨ Capítulo 27 ✨
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