41 - A época de doar

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"Eu só estava tentando ser legal," Sirius reclamou pela quinquagésima vez naquela manhã. Ele estava sentado no sofá da sala, vestido descuidadamente com uma camiseta trouxa e jeans desbotados. Ele tinha uma grande caneca de chocolate quente* nas mãos – o último resquício do tradicional café da manhã do Black Yule.

Severus o ignorou, embora tenha tido dificuldade em conter a vontade de revirar os olhos. Black ficou reclamando do feitiço durante todo o café da manhã, alegando que tinha sido injusto e desnecessário. Severo discordou.

Para evitar (e irritar) seu noivo, ele ficou olhando fixamente para a árvore de Yule que havia sido colocada no meio da sala. Estava decorado com velas acesas e enfeites brilhantes ** que pareciam ser de prata verdadeira, embora esses não fossem realmente os ornamentos que chamassem a atenção de Severus. Não, o que ele mais olhava eram as bolas de vidro sopradas à mão, penduradas nos galhos dos abetos com fios finos de prata e ouro. Dentro do vidro borbulhante havia algum tipo de fada: criaturas magras, quase parecidas com insetos, com asas brilhantes. Embora elas não se parecessem exatamente com as fadas que Severus tinha visto nos livros. Eles eram muito pequenos e brilhantes, e suas asas não tinham todos os tons do arco-íris, exceto vermelho e verde.

"Lindos, não são?" Walburga perguntou, tomando um gole de chocolate. “Eles foram criados especialmente para o Yule. Fae parisiense, é como os chamam"

"Um desperdício de dinheiro, eu os chamo," Sirius confundiu.

Sua mãe levantou uma sobrancelha. “E o que você usaria em vez disso, querido filho meu? Aquelas luzes trouxas berrantes, talvez?"

“Eles não são extravagantes. E eles não exigem atormentar as pessoas.”

“Fae não são pessoas,” Walburga disse com naturalidade.

"Qualquer que seja."

Severus ouviu a briga com meia orelha e tomou um gole de chocolate. A bebida estava quase fria agora, mas ainda tinha um gosto bom. Mas não tão doce quanto o chocolate que a mãe de Lily costumava fazer. Provavelmente nada poderia se comparar a isso.

Ele olhou para as fadas novamente em silêncio, perguntando-se se as criaturas encontrariam seu fim dentro de suas elegantes prisões de vidro. Era costume reutilizar as decorações, apenas substituindo as fadas do ano seguinte, ou as pessoas as jogavam fora como estão? Se eles os reutilizassem, os fae seriam libertados ou talvez devolvidos ao vendedor, ou seriam simplesmente mortos? A última ideia pareceu... desconfortável.

"Severo?"

Ele piscou. Ele virou a cabeça e viu Regulus olhando para ele com expectativa.

"Você quer mais chocolate quente?" o menino perguntou.

Severus hesitou por um segundo, mas então balançou a cabeça. A bebida era boa, sim, mas também muito rica e cremosa.

“Tudo bem”, disse Reggie, encolhendo os ombros. "Acho que sou o único, então."

Ele se levantou e foi para a sala de jantar. Seus passos eram leves e sua postura relaxada – um contraste gritante com seu comportamento habitual em Hogwarts.

Sirius, sendo o idiota que era, seguiu seu irmão com os olhos, parecendo taciturno.

"Por que ele tem que beber tanto?" ele bufou quando Regulus foi embora.

"Paciência", disse Orion suavemente. Ele ainda tinha sua caneca meio cheia.

"Mas pai..."

“É Yule e você não é mais pequeno. Você pode esperar um pouco até seu irmão terminar"

o longo caminho para lugar nenhum ( TRADUÇÃO)Where stories live. Discover now