38 - As Implicações de um Presente Sincero

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"Hoje discutiremos a questão de dar presentes”, disse Narcissa energicamente. Ela não estava olhando para Severus enquanto dizia isso, pois estava ocupada servindo chá em duas xícaras finas de porcelana. Severus não sabia onde ela os convocou; não eram as xícaras com borda dourada que os Black gostavam de usar na biblioteca.

"Tudo bem", disse ele lentamente, olhando para o chá. Tinha um tom verde amarelado e cheirava levemente tostado. Como a maioria dos chás sofisticados que Cissa adorava, provavelmente teria gosto de grama.

“Então, presentes”, disse ele, pegando o pote de mel. “Eu não sabia que existiam regras de etiqueta para presentes.”

“Claro que existem,” Cissa fungou. “Tantas, na verdade, que você não será capaz de aprender todas antes de yule. É por isso que examinaremos juntos sua lista de destinatários. Vou te dar algumas sugestões sobre o que comprar.”

Severus franziu a testa. “Não tenho uma lista de destinatários.”

“Então pensaremos em um”, disse ela. “Todo bruxo que se preze tem um. Agora, pare de mexer a colher no copo, querido. É impróprio. E experimente o chá."

Sem responder, Severus parou de mexer e tirou a colher do chá. Então ele levou a xícara aos lábios.

Ele estava certo: o chá tinha gosto de grama. Isso e algo fermentado.

“Está... quente,” ele conseguiu dizer.

“'Quente' não é um sabor, Sevvy. O que você está provando?"

Severus tentou encontrar palavras para descrever o sabor; era quentinho e umami e levemente semelhante a uma poção fracassada que ele havia feito uma vez no quarto ano. Qual foi o ingrediente exato que Potter colocou naquela poção...?

“Pinhas”, ele disse finalmente. “Tem gosto de pinhas fermentadas. E agulhas. E grama."

Os cantos da boca de Narcissa estavam puxados para cima. "Você está certo?"

"Bastante."

"E é de bom gosto?" Ela olhou Severus diretamente nos olhos.

"Sim."

"Você fez uma careta quando provou."

"Eu não!"

"Sim, você fez." Cissa balançou a cabeça, claramente divertida. A diversão dela só aumentou quando Severus corou. “Você precisa aprender a mentir melhor se quiser sobreviver em companhia educada, querido.”

"Sim, senhora."

“Não faça isso, senhora. Agora, pense nas pessoas que você acredita que deveriam se lembrar dessa yule "— ela disse rapidamente.

Severus mordeu o lábio. "Você?"

"De fato. E como você descreveria seu relacionamento comigo?"

"Hum ...amigos?"

"Sim." Ele observou Cissa tomar um gole de chá e saborear o sabor. Ela fechou os olhos por um momento, provavelmente compondo a palestra que estava prestes a dar a Severus. Depois de um tempo, ela suspirou, abriu os olhos e colocou a xícara de volta na mesa.

“Agora, existem regras diferentes quando se trata de homens e mulheres”, começou ela. “É para evitar equívocos. Você conhece o tipo. Agora, os presentes para o sexo oposto tendem a ser altamente regulamentados, principalmente os consumíveis – confeitaria, flores e afins. É melhor que não sejam de natureza muito cara, para que não se possa interpretar o presente como uma ostentação ou, na pior das hipóteses, como um cortejo.”

Severus franziu a testa. "Então não tenho permissão para presentear você, digamos, com um lenço?"

Ela assentiu. “Se seguirmos rigorosamente o decoro, não. Mas, novamente, as regras podem ser alteradas quando se trata de amigos íntimos.”

O Longo Caminho Para Lugar Nenhum ( TRADUÇÃO )Where stories live. Discover now