13- Inquietação

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O chá do St Mungus realmente não melhorou na segunda degustação, Sirius pensou, olhando para a bebida marrom clara. Ele comprou um pãozinho de queijo e uma xícara de chá, na esperança de que isso afastasse a fome por uma ou duas horas. O café do hospital ainda não estava muito lotado; para a maioria, era tarde demais para o café da manhã, mas cedo demais para o almoço. Isso significava que não havia nenhum alimento resistente disponível, apenas sobras de pãezinhos de café da manhã que estavam em exposição desde o início da manhã.

Sirius suspirou e deu outra mordida em seu pãozinho. Honestamente, não foi muito melhor que o chá - na verdade, poderia ter sido pior. O queijo estava seco e tinha uma textura estranha, a pasta era a mais barata disponível e a alface estava mole. Na melhor das hipóteses, era comida de emergência e, na pior, resíduos de compostagem.

Monstro poderia fazer muito melhor, ele pensou preguiçosamente, sem intenção de elogiar o elfo. Ainda assim, se ele não soubesse que o elfo estava fazendo alguma coisa, ele poderia ter telefonado para trazer almoço. Ou café da manhã. Não que a criatura fosse trazer algo de bom para o vergonhoso filho mais velho...

Sirius suspirou novamente. Ele ficou sentado ao lado de Snape até tarde da noite, esperando o momento em que o sonserino acordasse. No entanto, o corvo nem sequer mudou de posição naquelas longas horas em que as velas se apagaram e a noite se aprofundou - não, Snape decididamente estava agindo como se estivesse morto. Ele não se mexeu, não se mexeu. Ele respirava apenas com respirações laboriosas e superficiais, com sopros tão pequenos que seu peito mal se movia.

Sirius não sabia ao certo por que isso o incomodava tanto. Claro, seu pai o fez prometer que pediria desculpas por suas ações assim que o sonserino acordasse, mas não era por isso que ele temia tanto ver o garoto. Foi... o oposto, na verdade.

E se Snivy não acordasse?

O pensamento veio primeiro como uma nota passageira, sem realmente chamar sua atenção. Mas conforme as longas horas passaram e o sonserino ainda estava deitado na estreita cama do hospital como uma espécie de estátua grotesca, Sirius não conseguia mais ignorar o pensamento que vinha à sua porta de vez em quando.

E se Snape não acordasse?

E então?

Ele não tinha respostas e não ousou perguntar. Ele não era uma pessoa supersticiosa, na verdade, mas algo na atmosfera da enfermaria do hospital o fez pensar que, se pronunciasse essas palavras em voz alta, elas poderiam se tornar realidade.

Foi por isso que ele ficou em silêncio na noite passada, como se quisesse pacificar as forças furiosas que mantinham Snivy adormecido. Mesmo quando seu pai finalmente sacudiu seu ombro e lhe disse para ir para casa, ele obedeceu, sem dizer nada. Ele foi ficar acordado na cama até os primeiros raios de sol tocarem o parapeito da janela.

Ele acordou quatro horas depois com uma casa vazia. Bem, quase vazio. Quando Monstro não respondeu ao seu chamado e o quarto de Reg estava vazio, Sirius decidiu tomar um café da manhã rápido na cozinha, ignorando a sensação de ansiedade em seu estômago.

Ele não chegou à cozinha. Isso porque ele enfrentou a mãe na descida. Ela estava sentada ao lado do flu em uma poltrona de pelúcia e... tricotando... algo que parecia perturbadoramente com uma meia. Não havia como fugir para a cozinha sem que ela percebesse.

Sirius ficou parado por um momento, pensando se deveria falar com ela ou não. Ele nunca a tinha visto sentada ao lado do flu daquele jeito, apenas esperando. E ela estava esperando, pois a cadeira em que ela estava sentada tinha sido claramente tirada da sala e arrastada para lá. O corredor normalmente não tinha mobília.

"Onde está todo mundo?" ele perguntou eventualmente, achando a situação estranha.

Walburga Black olhou para o filho e puxou mais lã do novelo ao lado dela.

O Longo Caminho Para Lugar Nenhum ( TRADUÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora