Lembrança Boa

Capitulo 45

Ficamos um tempinho na cama, um fazendo carícias no outro. Depois fomos tomar um banho, fomos os dois juntos, mas nada, além de mãos bobas, aconteceu.

Já era de madrugada, estávamos cansados pra caramba, quando terminei de me vestir, fui pro quarto do Caio pegar um pijama pra ele. Resumindo, peguei o pijama atoa, que o menino ficou só de cueca mesmo. Pegamos as roupas espalhadas pelo quarto, deixando tudo organizado de novo, depois deitamos pra realmente dormir.

Fiquei agarrada a ele, não demorou muito e apaguei.

[...]

– Bom dia minha fia - mais um dia acordando e a primeira coisa que vejo são aqueles olhos castanhos, poderia viver pra sempre assim

– Bom dia meu fio - falo ainda meio sonolenta

– Dormiu bem?

– Não tem como dormir mal com uma gostosura dessa do meu lado né?! - respondo - bem que cê falou que o mel ia ser bom - ele solta uma gargalhada

– Eu te avisei - ele fala ainda rindo - queria ficar o resto do dia aqui contigo

– Cês vão hoje mesmo? - pergunto com uma cara de cachorro pidão

– Queria ficar mais, mas realmente não vai rolar

– Que vida injusta, se eu não tivesse ficado de frescura teríamos aproveitado melhor

– Não se culpa, se isso aconteceu era pra ter sido desse jeito mesmo, a gente tá bem agora e é isso que importa - apenas escuto, não digo nada só me afundo mais em seus braços

– Amanda

– O amor da sua vida

– Pois então, amor da minha vida, como a gente fica?

– A gente fica aqui juntinho, até a hora de você pegar estrada - digo fazendo um biquinho e ele ri

– Mas acho que a gente não tem só um rolo né?

– Tem o que agora? - pergunto

– Um início de relacionamento? - ele questiona

– Então estamos ficando?

– É, estamos ficando, mas ficando sério hein - ele diz - Eu não fico com mais ninguém e você não fica com mais ninguém

– Tá bom, meu fio - digo e puxo ele pra um beijo bem calmo, lento, cheio de paixão.

– Tá afim do 2º round é? - ele diz ainda próximo do meu rosto

– Por mim já pode começar...

[...]

Queria ficar ali com ele pra sempre, mas como querer não é poder, e todo mundo nessa vida tem obrigações, levantamos já era quase meio dia, descemos e vimos todos os meninos, menos Neto, quer ver que tá de novo na cozinha, mostrando seus dotes culinários pra Rosi.

– Pelo visto a noite foi boa, hein Caião - Ryan fala enquanto eu e Caio íamos até a mesa

– Acho que não posso dizer o mesmo pra você Ryan - ele tava com uma cara de sono

– Não mesmo, uma barulheira, depois acordei com a cabeça latejando - ele coloca as mãos na cabeça - nunca mais eu bebo - todo bêbado já falou isso algum dia

– Cês tão sabendo do Neto? - Vitor pergunta

– Ele não tá na cozinha? - pergunto

– Não - Vitor responde - Não foi só vocês dois que acordaram no paraíso hoje - reviro os olhos, por mais que seja verdade - ele nem dormiu aqui

– Verdade, não tava sã, mas fiquei sabendo que ele foi embora com a Betina - Ryan completa, eu faço cara de surpresa, não quero nem ver hora que Felipe ficar sabendo disso

– Ainda bem que não tem ninguém aqui, se não ele já ia ser castrado

– Mas o irmão dela é tão ruim assim? - Caio pergunta, afirmo com a cabeça

– Por mais que ele não deveria falar nada, porque teve filho com 19 anos - também não poderia tá falando, mas o meu não nasceu - o pai dela é super de boa com isso, já o Fe...

– Netão que se cuide - Ryan fala - se ele chegar aqui com olho roxo já sei o que aconteceu

Continuamos fofocando do Neto, até escutar a porta abrindo e os assuntos chegarem, não só os dois, como quase minha família toda. Minha mãe, Álvaro, Felipe, meu tio, meus avós, minha tia e Pamela com a irmã.

– Aí adorei meu genrinho, Felipe - minha tia falava - não quero que destrate o menino, nem você Francisco

Meu tio apenas olha pra ela e não fala nada, se falar leva patada, tanto da minha vó quanto da ex esposa. Os dois são separados, vivem em casas diferentes, meu padrinho traiu minha madrinha, os filhos sofreram bastante com isso, a família toda viu tudo acabar e todas as brigas dos dois. Bet até fala que prefere assim, os dois viviam num pé de guerra, nunca combinaram e aconteceu o que aconteceu.

[...]

Chegou a hora que eu não queria que chegasse... A hora deles irem embora, esses dias que passamos juntos foram tão bons, não queria que acabassem.

Eu e Caio estávamos no quarto que ele ficou, pegando as últimas coisas pra colocar na camionete e eles pegarem estrada.

– Não pode ficar mesmo? - ainda tô tentando convencer ele a ficar, por mais que sei que ele não vai mudar de ideia

– Amanda, já te falei, se não eu ficava mais um mês aqui com você - ele fala, se aproximando de mim e me abraça

Apenas aproveito pra ficar mais tempo agarrada nele.

– Não se assuste se qualquer dia eu bater na sua porta, lá em Minas viu?! - digo

– Pode ir, que vou te esperar ansiosamente - ele fala e me dá um selinho

Pegamos o resto das coisas e descemos, já colocando tudo na caçamba. Minha família já tinha se despedido de todos os meninos e tinham ido embora da fazenda, só tava eu e a Bet com eles. Nos despedimos deles e fui me despedir de Caio.

Abracei ele forte, não queria soltar de jeito nenhum.

– Vou sentir muita saudade - digo bem perto de seu ouvido, pra que só ele pudesse escutar

– Também vou - ele fala - Vou te ligar todo dia, e me liga também tá? - faço que sim com a cabeça, acho que nunca me apaixonei por alguém assim, como tô apaixonada nele

– Não esquece de ir me mandando mensagem ou ligando no caminho - falo - e me avisa quando chegar

– Sim, senhora - ele brinca e faz continência, me provocando. Em seguida ele me puxa pra um beijo lento, por mim ficava ali pra sempre

– O casal magia, se separem - Neto diz - Devolva meu homem, vem Caio - ele faz sinal para Caio ir até a camionete, e eu e Caio damos um último abraço e um selinho e ele vai pro banco do motorista

Neto mostra a língua pra mim, brincando e entro na onda.

– Boa viagem!! - eu e Betina falamos e os meninos saem da fazenda.

Só Deus sabe quando vou voltar a ver esses doidos.