Capítulo 25

857 58 0
                                    

– O minha fia, esse top seu aqui se eu puxar essa fita ele cai? - me viro ficando de frente pra ele, antes que ele tente alguma coisa

– Sim, meu fio, sim e não tente fazer nada - digo em tom de ameaça

– Não tá mais aqui quem perguntou - ele diz erguendo os braços em forma de rendição

[...]

O rodeio já tinha acabado, achamos um lugar bem apertado, mas como íamos descer na arena não ligamos tanto.

Os meninos já abasteceram o estoque deles, comprando muitas latinhas de Brahma. Alguns minutos depois o arenão foi liberado, e sempre fazíamos o esquema de sempre, esperar um pouco na arquibancada e depois irmos.

O povo quis ficar perto de um freezer, claro, eles sem a cevada não são nada.

Um tempinho depois começa a última abertura de shows do Barretão, é impossível alguém enjoar de ver a queima de fogos, simplesmente, é a coisa mais linda que já vi! A sensação, a energia boa que cê sente nessa arena é coisa de outro mundo.

Depois dos fogos, o apresentador entra no palco, ele discursa sobre a festa e claro já anuncia as datas do próximo ano, que com certeza estarei presente, depois interaje e faz aquele negócio de sortear camarotes. Logo em seguida o primeiro cantor é anunciado, vulgo meu outro marido, Gustavo Mioto. Se não der certo com o Hugo a gente tenta com o Mioto né.

Quando o amor da minha vida entra no palco sai um coral, toda a arena cantando "Solteiro não trai", coisa mais perfeita. Eu e Betina nos esgoelamos, acho que ele seria o único por quem a gente brigaria.

O show foi rolando e tava todo mundo numa vibe tão boa, todos se divertindo, dançando, cantando, bebendo, uma vez ou outra os meninos iam falar comigo, mas acho que deixei bem evidente que só queria curtir o show do meu marido.

Tava indo tudo bem, até começar "Impressionando os anjos", achei que não ia chorar, mas me enganei. Todo o momento da música eu olhava lá pra cima, dava pra ver poucas estrelas, e lembrava dele. Faz tanto tempo que não ouço a voz dele, não vejo seu sorriso, e tenho certeza que o que ele mais faz é fazer graça pra todos rirem, com ele nunca teve momento ruim, nem quando ele fazia as quimios, o único momento foi de ter que dar adeus.

Eu tentei segurar as lágrimas o máximo que consegui, depois já não sei se minha maquiagem tá inteira.

– Cê tá bem? - Caio chega em mim, logo depois que a música termina

– Tô, fica tranquilo - respondo

– Certeza?

– Sim, é só saudade, mais nada - é uma dor enorme no peito

– Depois me conta tá - afirmo com a cabeça, e ele me abraça. Me aconchego ali e depois voltamos a prestar atenção no show

[...]

Que espetáculo de show, sem palavras pra isso, simplesmente perfeito! Tudo quanto é coisa que o Mioto faz fica bom.

Intervalo de show, o que significa banheiro e mais bebida. E fomos as meninas pro banheiro, depois já pegamos um drink de cada e descemos pro buraco de novo.

O próximo show da noite é Diego e Vitor Hugo, não conheço muito, mas sei algumas músicas.

O show começou e alguns minutos depois quando olho pro lado me deparo com a cena de dois homens brigando, quem que vem em festa pra brigar? Pelo amor de Deus! Penso isso, mas logo percebo quem são esses dois: Rafael e Caio.

Eles tão com problema na cabeça, só pode. Quando decido ir em direção aos dois, que já estão tentando segurá-los, Rafael vai com tudo pra cima de Caio e mete um soco na boca. O motivo disso tudo? Não se sabe.

Chego até os mesmos e os meninos que estavam com Rafael levam ele daqui, provavelmente vão ir pra onde deveriam ter ido faz hora.

– Meu Deus Caio, pra que isso?! - digo pra ele

– Esse moleque babaca do caralho - vejo que sua boca sangrava

– Sua boca tá sangrando, vem comigo - pego em sua mão e guio ele até a arquibancada - Nossa Senhora! - sento na arena junto com ele e tiro algum lencinho da minha bolsa, tento parar o sangramento - Quem começou isso?

– Quem cê acha? Ele, claro

– Do nada?

– Sim - não sou idiota, é óbvio que ele iria ter algum motivo pra começar todo esse auê, olho pra ele com cara de desconfiada.

– E ele ia te bater do nada sem motivo nenhum?

– Ele falou uns trem aí, que não gostei

– Tipo?

– Desculpa, Amanda, mas não vou falar o que esse quarta-feira falou não, me recuso.

– Só fala, pra eu tentar entender o porque de tudo isso

– Não dá não, ele disse uns trem muito nojento e sem noção nenhuma. Depois fui falar com ele PACIFICAMENTE, ele falou pra eu não me meter - ele conta - me empurrou, e eu não tenho sangue de barata. Daí eu revidei e ele fico puto e foi pra cima de mim, basicamente isso

– Tá, mas o que que ele falou de tão absurdo, pra você trocar algumas palavras com ele?

– Já disse que não vou te falar, eu me recuso repetir aquilo que ele falou, é nojento, sem noção, é uma grande merda

– Caio... - insisto mais uma vez - se não quer falar não fala, sem problemas, mas continuo querendo saber - eu ainda vou conseguir arrancar alguma coisa sobre esse rolo ai

– Cê que me perdoe, mas não falo isso de jeito nenhum - bem que dizem que mineiro é teimoso - Aí fia

– Que?! - olho pra ele com a minha cara mais sínica

– Que cê passou aqui? Ardeu um tanto

– Álcool

– Tá louca é?

– Como se você não fosse beber mais hoje né?!

– Não vem com isso não, nem pra avisar

– Aí Caio, chega de frescura vai, vem logo, vamo voltar pra onde a gente tava - digo tentando puxa-lo pras escadas

– Não tão rápido - ele me puxa de novo pra perto dele - Esse trem tem sarar logo

– Pena que não faço mágica né meu filho

– Claro que faz, sempre fez - ele faz sinal para eu beijar onde estava machucado, no caso, no canto da boca - E agora tem que sarar o peito também depois de uns coice desses - só o que me faltava

Ele passa a mão pela minha nuca, agora não tem volta, pegou no meu ponto fraco. Com a mão em minha nuca ele me guia até o canto de sua boca e depois me beija calmamente, aproveitando cada segundo. Ele passa a mão pelo meu corpo, chegando nas minhas costas, procura o laço do Corset, e logo volto pra terra

– Opa, aí não fio - digo em tom de brincadeira

– Tava chegando na melhor parte

– Ainda não ganho nada pra fazer topless no meio de uma festa

– Mas iria ganhar mais do que dinheiro

– CAIO, chega, bora - pego sua mão e puxo ele até as escadas, enquanto ele vem atrás de mim rindo da minha cara, como sempre

Lembrança BoaWhere stories live. Discover now