Capítulo 14

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Era umas 22h, o rodeio ia começar daqui uma meia hora mais ou menos, eu já tinha terminado de comer, enquanto O CAIO TAVA ENROLANDO PRA COMER UM ÚNICO ESPETINHO, repito ÚNICO!
Fiquei apressando ele de tudo quanto é forma, tentei até puxar ele, mas foi um tentativa muito falha pelo fato de ser muito maior que eu e ter o dobro da minha força. O boneco ainda queria comprar pinga, e a coisa que menos quero é perder ver meu precioso rodeio, os boi pulando e os peões caindo.

– CAIO PELO AMOR DE DEUS, deixa de ser chato - falo quase me ajoelhando na frente dele - Levanta a bunda dessa cadeira

– Calma aí - ele fala de boca cheia, ele come o último pedaço de carne, esperei muito por esse momento - Pronto - ele diz bem calmo, o vontade de esganar alguém.

Assim que ele levanta puxo ele em direção a qualquer lugar que não seja aquela praça de alimentação, quer dizer tento puxar. Eu tava, literalmente, parecendo um pinscher "puxando" o dono, dando tudo de si.

Desisto! Que menino chato! NÃO AGUENTO MAIS. Decido que vou ir sozinha mesmo, não sei porque tô me matando pra tentar levar o Caio pra arena, ele não tá com as minhas pernas. Saio correndo igual loca pra chegar na fila do arenão, mas sou parada por alguém que me agarra. Puta que pariu! QUE ÓDIO. Mas consegui, pelo menos, parar em frente à uma barraca de bebidas. Caio foi lá e pegou um litro de 51 pra todo mundo. "A marvada pinga que eu me atrapaio"

Finalmente entramos na fila, fui na feminina e Caio na masculina, óbvio. Até que tava andando rápido, uns 6 minutos já tava na parte da revista, mas eu tava com o litro de pinga.

– Senhora não pode entrar com litro de bebida - não sei o que é pior me chamar de senhora ou não entrar com a pinga, só me faltava essa

– Não? Só com copo ou nem? - pergunto, era uma mistura de raiva e tristeza

– Copo pode, um por pessoa - justo no dia que não trago copo, que vida dura, só queria beber uma pinguinha com meus bests

Tento procurar o Caio no meio da multidão, e assim que encontro faço sinal pra sairmos dali, com muita dor no coração.

– Que que aconteceu? - ele pergunta

– Me barraram, falando que não pode entrar com litro de bebida lá dentro, só em copo

– Sério? Que frescura, vamo caçar algum copo por aí

E lá vamos nós novamente na mesma barraca pedir dois copos, graças a Deus o moço é muito gente boa e deu os copos, agora é só tentar dividir toda a 51 em dois copos entrar e fazer a festa.

Sentamos em um banco que tinha ali perto e começamos a encher. Um tinha ido, o outro tinha terminado, mas ainda sobrou uns 4 dedos na garrafa, bora secar essa jossa.

– Amanda, bebe tudo não menina - já era tava na última gota, aquilo desceu rasgando

– Pronto, problema resolvido, agora vamo entrar logo e achar o bando

Fomos novamente em direção a fila, cada um com seu copinho na mão, a mulher foi lá, vez toda a revista de novo eu não fui barrada, amém. Agora é só achar um bando de retardado, terminar de ver os boi pulando, que tava mais concentrada nisso do que achar o povo, o Caio já tava fazendo esse serviço.

[...]

Encontramos os bests, já metemo pinga em cada um deles agora só esperar as moda começar. Hoje é dia de "é na sola da bota é na palma da mão", Rionegro & Solimões, primeira vez num show deles vamo ver como que vai ser.

Era cada moda, uma melhor que a outra e quando tocou "Frio da Madrugada" estourei minhas cordas vocais, não só nessa música né. Tava metendo cerveja adoidado na garganta, provavelmente eu tô tudo quanto é coisa, menos sóbria, porém isso não vale de nada porque tô animadassa é isso que importa, nunca dancei tanto na minha vida, as músicas deles é pra balançar o esqueleto, perdi uns quilo, mas devo tá com um inchaço que só Jesus na causa.

Ainda tem Guilherme & Santiago, outro que amo demais " relógio marcando meia noite e meia" deve ser minha favorita deles, se eles não cantarem essa hoje eu vou ficar muito puta.

– Que foi? - falo pro Caio, que fica me encarando maior parte do tempo

– Cê tá bem?

– Nunca estive melhor, meu fi

– Vamo parar de beber um pouquinho - ele tenta tirar a cerveja da minha mão, abusado

– Não, eu tô ótima e você não manda em mim, fica na sua que eu fico na minha - ele solta um suspiro forte - não gostou? Reclama com o Papa

Eu estou ótima, e vou continuar ótima até o final da noite. O segundo show logo começa e eu vou afogando as mágoas a cada música, puta merda, que hoje é dia de sofrer. Cantei demais cada música. Tava tudo na sintonia, até demais e foi muito, muito bom.

POV Caio

A Amanda tava muito bêbada, e olha que ela falou que quase não bebe, mas pelo visto quanto ela decide encher a cara é pra acordar com uma puta de uma ressaca no outro dia. Ela do nada começa a gargalhar alto demais, canta como se não houvesse amanhã, e faz amizades com as pessoas ao nosso redor. Os dois shows terminam e terei que levar a menina embora, ela quase não se aguenta em pé.

Esperamos um pouco da multidão sair e sentamos um pouquinho nas arquibancadas, eu vou ter que carregar ela e subir mais de cem degraus. O povo quis ficar mais um pouco nos shows que ia ter no outro palco, a Amanda parecia aquelas crianças birrentas que queria ficar de tudo quanto é forma.

Eles foram pro outro palco e eu fiquei sozinho com a mais nova beuda da turma. Esperei que a escada estivesse quase sem ninguém, pra carregar ela de alguma forma. Tentei de vários jeitos, mas o que achei mais fácil era colocar ela igual um saco de batatas nas minhas costas, tava levando também mais a bolsa e o chapéu dela.

Lembrança BoaHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin