Capitulo 53

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Dois dias se passaram, e estamos na fazenda de novo, como é sexta vamos dormir por aqui esse final de semana. Domingo é o aniversário surpresa do Caio, Denise tá muito ansiosa, não sei como ela tá aguentando ficar quieta. Sempre quando estamos sozinhas ela me pergunta o que eu vou fazer pra manter ele ocupado, e sinceramente, eu não faço ideia. Vou ter que pedir ajuda aos universitários, já que não conheço nada dessa cidade.

[...]

Eu e Caio estamos andando um pouco a cavalo pela fazenda, ele está tentando me convencer a galopar com o bicho, mas ainda não peguei confiança no bicho, só tenho um tantinho de medo.

– Vai menina, só da uma aceleradinha - ele falava já na frente

– Nãooooo

– Bora se não vou bater na bunda do cavalo - ele para e me encara

– Nem pense nisso Caio... se não tiro suas chances de ter filhos

– Você não faria isso

– Não duvide de mim - digo rindo

– Tá, se cê não quer ir comigo, então eu vou sozinho - ele diz fazendo drama e fazendo poeira pra frente

Vou indo atrás na minha velocidade, mas vejo que de repente ele já não está mais em cima do cavalo.

Se ele queria que eu corresse com o animal, o objetivo dele foi concluído.

– Caio, meu Deus! Cê tá bem? - falo descendo do cavalo

– Num é que cê correu - ele diz em tom brincalhão, mas ao mesmo tempo gemendo de dor - era pra eu ter caído de mentira, mas deu errado

– Cê é louco? - falo e paro um pouco pra pensar o que iria fazer com ele

– Tô achando que meu braço já era - ele fala jogado no chão

– Qual braço?

– O direito - ele se mexe um pouco - Aiii

– Peraí, deixa eu te ajudar a levantar - pego ele pelo lado esquerdo e o levanto - consegue montar?

– Sei não

– Tira a cinta e põe como tipoia - dou ideia

– Desabotoa só - ele me pede

Desabotoo e tiro a cinta do passante, em seguida abotoo de novo e coloco por seu pescoço e ele põe o braço apoiado

– Não mexe esse braço, pelo amor de Deus - falo

– Até porque eu não tô sentido ele né - ele sorri amarelo

Voltamos pra casa da sede em alguns minutos e eu e Roberto levamos Caio pro hospital, provavelmente vão colocar um gesso.

[...]

Dito e feito, o cowboy aparece com o braço engessado, o médico receitou alguns remédios pra ele tomar por uns dias e o gesso vai ficar por uns 20 dias.

Chegamos na fazenda novamente e Denise veio preocupadíssima com o filho.

– Menino, cê não faz mais isso, quer me matar do coração? - exagerada também é uma característica dela

– Foi nada mãe, só quebrei um braço - ele fala calmamente

– Só?! Caio não faz mais isso, que coisa já falei que é perigoso cê sair desse jeito com cavalo, igual um foguete

– Relaxa dona Denise, tô bem, tô vivo, em carne e osso, só que agora com um ossinho quebrado só isso - ele fala isso abraçando a mãe e dando risada

– Só não te dou uma coça aqui, porque cê tá machucado já, é pra não te envergonhar na frente da minha nora

As vezes até esqueço que a gente ainda nem namora.

Subimos pro quarto, eu ia ajudar ele e depois descíamos pra jantar.

– Ó sem frescura no rabo hein - digo e ele faz continência com a mão esquerda

– Tenho que tomar um banho pra ficar cheiroso pra minha namorada

– Uai, mas cê nem namora - falo

– Namoro com a moça que tá na minha frente - ele fala segurando minha mão

– Não, você fica com a moça da sua frente

– Muié tem cada uma que eu vou falar viu, ó que eu não posso me estressar, viu?

– E quem disse que cê não pode?

– O Google, faz mal pros nervos - rio e reviro os olhos

– Vai vamo logo - falo e vamos pro banheiro - cê vai ter que tomar banho com sacolinha agora

– Então tem que ir pegar lá embaixo na cozinha - ele fala e vou pra lá

[...]

Alguns minutos depois, uns trinta minutos pra ser mais precisa porque Denise não deixava eu subir, vou pro quarto novamente, assim abro a porta está tudo apagado, um breu.

– Caio?

As luzes dos abajures são acessas, tem alguns corações espalhados pelo chão e Caio está sentado no sofá do quarto, perto da janela, onde tem algumas velas acesas.

– Que isso? - digo

Ele vem em minha direção, pega o buquê que estava ao lado dele e tem uma caixinha em sua mão, ele para bem na minha frente e me entrega o buquê, lindo por sinal.

– Queria que fosse de outro jeito, mas como a senhora tocou no assunto... será que cê aceita esse jovem rapaz como seu namorado? - ele me pergunta e abre a caixa que tinha duas alianças, lindas e delicadas

– Mas é claro que eu aceito esse jovem rapaz como meu namorado - falo rindo

– Shiu, não é pra rir - ele me repreende, colocando o anel em meu dedo

– Desculpa - falo ainda rindo e ele sorri de canto

Nos abraçamos ali e ficamos grudados por um tempinho, demos um selinho e não conseguia tirar meu sorriso do rosto. Coloco o buquê em cima do sofá e vamos pro banheiro novamente.

– Como que cê arrumou tudo isso tão rápido? E o buquê? - pergunto pra ele enquanto desabotoava sua camisa

– Tenho minhas técnicas né, era pra eu fazer isso amanhã, mas a senhora apressada tava jogando indireta - tiro a camisa de seu corpo e começo a desabotoar a calça

– Indireta nada, só que tava todo mundo falando que a gente tava namorando e estávamos de fogo no rabo

– Fogo no rabo não! Nos conhecendo

– O povo que é muito emocionado né?

– Sim, muito - ele concorda

Coloco a sacola no braço dele e entramos no box, ajudo ele a tomar banho e ele me molha por inteira, já tiro minha roupa e tomo meu banho rapidinho e saímos pra colocar roupa.

Ainda de toalha, Caio me abraça e me puxa pra um beijo, um beijo cheio de carinho, mas cheio de segundas intenções, ele tenta puxar minha toalha mas não deixo, e ele não desiste, sem descolar nossos lábios ele vai me empurrando pra cama e lá ele tira minha toalha me deixando nua, ele continua com beijos e carícias, mas volto a raciocinar.

Lembrança BoaWhere stories live. Discover now