Capítulo 42

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Assim que abro os olhos a primeira coisa que vejo são aqueles olhos castanhos, que me observam minuciosamente, tudo que eu mais precisava.

– Bom dia - ele diz - dormiu bem?

– Bom dia, não tem como dormir mal assim - digo e me aconchego em seus braços

– Toda carinhosa desse jeito, cê podia ficar assim mais vezes

– Poderia, mas não quero - olho para cima e encontro um olhar semicerrado - O que?!

Ficamos alguns minutos em silêncio, agarradinhos, no quentinho da coberta, o único ponto bom pro inverno, único.

– Caio

– O amor da sua vida - olha o sorrisinho bobo aparecendo na minha cara

– Cê me perdoou mesmo? - pergunto

– Já falei que sim, fica tranquila - ele acaricia meus cabelos - vamo deixar esse assunto no passado, que é o lugar dele, não precisa mais falar disso, tá bom? - faço que sim e volto a deitar em seu peito

Isso é o medo batendo de novo, as vezes eu preciso ouvir uma resposta bem clara pra ficar em paz.

– Agora só preciso tomar coragem pra sair da cama, e ir tomar café da manhã - falo resmungando

– Que café que nada, faz fotossíntese - Caio fala brincando

– Então você abre a janela - digo e ele me olha com deboche

Depois dos famoso 5 minutos na cama, finalmente levantei, Caio tentou me puxar de volta, mas dei um jeitinho e consegui escapar. Fui direto pro meu quarto fiz a mesma rotina de todos os dias, a diferença é que o meu humor hoje tá ótimo, o que uma dormida fora do quarto não faz né?

Coloquei uma calça jeans flare, com um body e minha bota de sempre, em seguida desci pra mesa do café, onde os meninos, menos Caio que provavelmente não saiu da cama ainda, tomavam café com a Rosi

– Bom dia flor do dia - Ryan fala

Digo bom dia a todos, e me sento na mesa

– Tá feliz assim porque hoje é dia de entortar o caneco ou porque já fez o mini Caio? - Neto fala rindo

– Com certeza porque fiz o mini Caio né Netão - falo entrando na onda

– Finalmente um sobrinho pra mim meu Deus!! - como sempre exagerado - Posso começar a comprar as fraldas?

Apenas olho pra ele com olhar de indignação, Caio logo chega e se junta a nós

– Olha aí se não é o papai do ano - Neto começa, Caio começa a olhar pra mim sem entender nada, eu pisco pra ele com um olho só, dizendo pra ele entrar na brincadeira - Peraí, cê não sabia? - Caio nega com a cabeça - Amanda me desculpa, não acredito que estraguei a surpresa

– Pois é Neto, estragou mesmo ia contar hoje na festa - digo com uma cara meio fechada, me esforçando muito pra não começar a rir igual um hiena, eu realmente acho que ele acreditou

– Aí ó depois falam que eu que falo mais que a boca - Ryan diz

– Mas você fala mais que a boca - Vitor responde, dizendo como se fosse óbvio

– Tá, mas o mini Caio realmente é verdade? - Neto pergunta em direção a mim

– Sim Neto - digo e ele abre um sorrisão

– Vai lá abraçar sua muié homi - ele dá um tapa no pescoço de Caio, e o empurra até mim, e eu ainda segurava muito pra dar risada antes da hora, sou uma ótima atriz

Caio vem do meu lado e me abraça, em seguida começo a rir sozinha, depois Caio me acompanha, todos olham pra nós sem entender nada

– Uai, casal de loco - Vitor fala

– Desculpa Neto, mas não tem nenhum mini Caio a caminho - digo, continuando rindo

Ele que estava todo eufórico, está com cara de tacho agora, deu até dó.

– Poxa gente, tava até fazendo os convites de chá de fralda já - que menino exagerado meu Deus

Depois de muita conversa e muita risada, terminamos o café, logo fui conversar com os organizadores da festa que tinham chegado, vai ficar tudo tão lindo. Hoje vai ser um dia muito especial.

[...]

Tinha acabado de terminar minha maquiagem, só colocar a roupa e estou prontíssima. Dessa vez escolhi algo totalmente diferente do que costumo usar, coloquei uma calça de alfaiataria cru, um body com detalhes de brilho (que não pode faltar), um blazer preto e nos pés um scarpin preto. No cabelo deixei solto e fiz algumas ondas pra dar um movimento.

Pronta, agora só descer e recepcionar os convidados, vi que Álvaro e minha mãe já estavam no meio das pessoas e fui cumprimentá-lós. Cumprimentei também todos os meus familiares e amigos, depois ia conversando com alguns convidados.

– E acha que conseguimos fechar algum contrato pro ano que vem? - Nicolas, que é agrônomo de uma das cooperativas que fazemos negócios, pergunta

– Olha eu acho que sim hein, pelo menos por mim, agora tem que ver com os outros sócios - digo e a conversa é interrompida por Bet, graças a Deus, só queria parar de falar um pouco sobre contratos e negócios

– Posso roubar minha prima um pouquinho? - ela fala e saímos dali

– Obrigada Bet, não aguentava mais

– Ele com certeza quer falar com você o resto da noite - olho pra ela com desespero - ele sempre teve uma quedinha por você

– Aí não viaja Betina

– É sério, tenta reparar da próxima vez, só você que não enxerga - reviro os olhos - Mas não te tirei de lá pra falar disso e sim se você conversou com o Caio

– Sim, conversei - respiro aliviada

– E aí? O que rolou?

– Pela benção de Deus ele me perdoou e entendeu o meu lado - digo - falei tudo, tudo, tudo pra ele toda aquela história com o JP e o que eu sentia, foi ótimo eu ter falado tudo pra ele, saiu um peso das minhas costas

– Aí que bom que se acertaram, pena que eles já vão embora amanhã, e vocês dois passaram a semana toda de cara virada um pro outro

– Nem me fale, o tanto que eu tô arrependida não tá escrito

– Então que tal cê fazer o que tem fazer logo aqui e vai passar um tempo com o seu amado

– Bem que queria, mas tenho que ficar falando com o povo - digo, quando olho pra cara de Bet vejo que ela está surpresa, quando me viro para mesma direção que ela olhava, quase caio no chão...

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