Capitulo 34

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De volta na fazenda, faltando apenas alguns minutos pras pessoas da visitação chegarem, fui direto pra área da piscina, onde os meninos estavam

– Cês vão ir na visitação com a gente povo? - pergunto

– Depende, o que eu ganho com isso? - Ryan pergunta

– Uma não ida pra cova, já é um bom começo - digo com a minha melhor cara pra marcar alguém

– Nossa senhora, acho que já vou embora daqui hoje

– É né falar da vida dos outros foi tranquilo - Caio me ajuda

– É seu boca aberta tinha nada que ter falado nada - Neto também fala

– Que isso gente, todos contra mim? É isso mesmo? - ele olha indignado, como se tivesse o direito - Me ajuda aí Vitinho

– Desculpa, mas dessa vez vou ter que concordar com eles - ele diz, todos contra a véia fofoqueira - cê não tinha nada que abrir a boca sobre eles, sendo que nem te fizeram nada

–Viu só - digo, Vitor é nosso advogado, adorei

Ryan continuo com a maior cara de indignação, vendo que o amigo não ia defender ele de forma alguma, também Dirce boca aberta.

Ficamos mais um tempo caindo pra cima de Ryan até Carlinhos e Rosi virem falar comigo.

– Minha linda, é pra arrumar café pra depois da visita? - Rosi me pergunta e afirmo com a cabeça, logo em seguida ela volta em direção a cozinha

– Patroa, tem um caboclo aí dizendo ser o veterinário que a senhora chamou - Carlinhos me fala

– Sim, meu Deus, esqueci de ir te avisar, pode levar ele até as vacas, por favor? - digo, tava tão focada em dizer umas boas pro Ryan que acabei me esquecendo completamente, Carlinhos igual a Rosi afirma com a cabeça e vai até a entrada da fazenda buscar o veterinário

– E aí Amanda? Tem fetiche em veterinário? - que ódio desse menino vou jogar ele no rio

– Ryan, pelo amor de Deus vai carpir uma horta - digo e ele apenas ri como uma hiena

Logo o guia chega e turma que ia fazer a visitação também, hoje era turma de agronomia que ia ver tudo, da mesma faculdade que fiz, então já conhecia muito bem o coordenador, meu best.

Eu e os meninos cumprimentamos com um aperto de mão meu antigo coordenador, demos um oi pra geral e logo em seguida começamos a seguir o guia.

Nas visitações, por a fazenda ser um pouquinho grande demais, temos meio de transporte pra todos, para os que quiserem montar, tem os cavalos e que preferir não assar a bunda, puxamos tipo um trenzinho com um trator. Ryan e Neto foram no trator junto com boa parte da turma, e eu, Caio, Vitor e mais umas 8 pessoas nos cavalos, junto com o professor.

Fui na frente junto com o guia de o coordenador, os meninos ficaram pra trás, percebi que Caio tava de papo com uma lá, mas fingi bem dar importância, o que foi difícil, a menina tava praticamente se jogando, claramente, pra ele. Só não via quem não queria.

[...]

Fizemos o tour pela fazenda inteira, basicamente, vimos os plantios de trigo e milho, os animais, alguns pomares, e o guia foi explicando cada detalhe técnico dos ciclos de tudo. Poderia ter explicado? Sim, porém a minha especialidade é soja e a parte de armazenamento dos grãos, vamo deixar o guia explicar mesmo, já que ele ganha pra isso.

Assim que retornamos até a casa, todos fomos deixar os animais no estábulo, que de longe já conseguia ver uma mesa farta de café da fazenda, as mesas que a Rosi prepara são incríveis, tanto de bonitas quanto de gostosas, tinha de tudo um pouquinho, bolo, suco, café, leite, rosquinhas e bolachas cadeiras, diversos tipos de doces caseiros, pão de forno a lenha quentinho, que mulher caprichosa.

Já tava ficando com ódio, que a garota não desgrudava, do meu homem, ele também pelo visto não tava fazendo muita questão de afastar a mesma.
Pela minha sorte tenho muito auto controle.

[...]

A visitação durou a tarde toda, o pessoal foi embora só depois que anoiteceu, já tava super cansada, e olha que ainda nem voltei pro trabalho normal.

Ajudei Rosi dar uma geral na mesa de fora, já que de noite a temperatura sempre cai, e ela foi logo lavando tudo, sorte dela que ela adora fazer isso, prefiro mil vezes lavar um banheiro do lavar uma pia de louça.

Assim que terminei subi pro meu quarto, tomei um banho quente, e coloquei uma roupa confortável. Logo desci novamente e vejo que só Vitor estava lá embaixo.

– Tomou banho já? - pergunto

– Sim - responde com um sorriso sem mostrar os dentes, com uma cara meio que desanimado

– Cê tá legal, Vitor?

– Tô né, se não tiver tem que ficar

– Diga, o que se passa por essa cabeça

– Não demais, tranquilo - faço uma cara insistindo que contasse - eu e Gabi... não sei parece que ela tá se afastando, mal me responde.

Sofrendo por amor, tadinho. Não fiz psicologia, mas vou tentar ajudar.

– As vezes ela só tá cansada da viagem, foi relaxar um pouquinho - digo tentando amenizar - da um tempo pra ela, descansa também, que tenho certeza que vai uns par de dia pra se recuperar dos 10 dias em Barretos.

– Cansado eu tô mesmo, mas ela tá estranha, sei lá... me responde tudo de um jeito bruto, seco - pode ser que ela já esteja de saco cheio e sem paciência nenhuma pra falar com alguém, mas eu não ficou dizer isso pra ele, ainda tenho coração.

– Faz assim, vamo todo mundo pra sala de TV, assistir qualquer coisa enquanto a gente come alguma coisa, todo mundo descansa e depois cada um vai pro seu quarto, depois amanhã cê fala com ela de novo, mas deixa ela puxar assunto contigo. Pra você não parecer desesperado atrás dela, certo?

– Mas eu tô desesperado - porra

– Aí cê complica a situação né meu filho - tento pensar alguma coisa rápido - então faz o seguinte só respeita o tempo dela, pode ter certeza que ele vai falar contigo, fica tranquilo tá? - acho que dei uma ajudada, acho.

Lembrança BoaWhere stories live. Discover now