Capítulo 43

630 35 1
                                    

Que porra esse ser humano desprezível tava fazendo aqui, na minha festa, na minha propriedade, quem foi que chamou ele?!

Dessa vez não vou ficar parada fingindo que nada aconteceu, mas também não vou armar barraco nenhum na frente de todo mundo.

Sem nem pensar duas vezes vou em direção onde o ser que destruiu o meu psicológico estava, junto com o amiguinho dele, porque não basta entrar de penetra tem que trazer mais gente.

–  O que cê tá fazendo aqui?! - digo o mais controlada possível, pra não fazer nenhum tipo de vexame

– Oi, tudo bem Amanda? Que jeito rude de cumprimentar as pessoas - a vontade de voar no pescoço dele que tô agora

– Não tô aqui pra pagar de educada, muito menos pra você - falo - vou ter que chamar os seguranças ou os dois vão sair por livre e espontânea vontade?

– Porque se somos convidados? - rio na cara dele

– Ah, são convidados? Por quem?

– O Joaquim

– O Joaquim, convidou vocês? - eles afirmam - Pois sinto lhe informar, mas a festa não é do Joaquim, portanto eu peço que se retirem daqui, ou vou tomar minhas providências

– Opa, e ai? Como cês tão? - Joaquim chega - Oi Amanda, cê tá melhor?

Não o respondo e volto a olhar pra cara daquele filha da puta

– JP, sai por favor

– Tá, eu saio, mas antes quero falar com você a sós

– Conversar o que? Não tenho nada pra falar com você

– Só me escuta, depois você pode fazer o quiser, me tirar daqui chutado, mas só me escuta - penso por poucos segundos, e se eu quiser me livrar dele o mais rápido possível, é só fazer o que ele quer, só escutar, não preciso dizer nada

Saio dali e vou até a lateral da casa onde não tinham muitas pessoas. Paro e não digo nada, espero ele falar o que quer que seja. Não quero olhar pra cara dele nunca mais na vida.

– Amanda, eu vim até aqui te pedir desculpas, por tudo que te fiz, por tudo que causei - olho pra ele com olhar de indignação, como que alguém vem te pedir desculpa depois de quase 5 anos?! - eu tô muito arrependido por tudo, me perdoa por favor? Tô com esse peso na consciência a muito tempo, e nunca tive coragem de falar com você...

O interrompo

– Esse peso na consciência deveria estar desde quando você me tratou feito lixo, que você gritou comigo, me bateu, mas não só depois de muito tempo bateu a consciência é?! - digo - Cê não tem ideia de tudo que aconteceu comigo, de todo o trauma que você deixou na minha cabeça JP

– Eu sei por isso eu quero me redimir contigo de alguma forma, eu faço qualquer coisa pra eu consertar o que eu fiz

– Você nunca vai conseguir reparar o que você fez - eu tô me tremendo de raiva, me segurando muito pra não voar na cara dele - Você matou o meu filho

– Aquela criança também era minha

– Mas você o rejeitou desde o início, não bastasse isso, ainda ficou me perturbando, até colocar um fim na vida dele - seguro muito pras lágrimas não caírem

– Nunca foi a minha intenção

– Mas aconteceu, e não tem como você trazer ele de volta

– Foi um acidente, Amanda

– Acidente? Bater em uma mulher grávida é acidente?! Xingar, fazer pressão psicológica numa mulher grávida é acidente?! Não se faça de vítima João Pedro

– Isso não vai mais acontecer

– É claro que não vai, você não vai mais pisar na minha frente, se algum dia eu te ver de novo, você vai ser um desconhecido pra mim

– Não fala isso, Amanda, pensa a gente pode começar de novo, do zero - ele diz e olho indignada - passar uma borracha em tudo de ruim que aconteceu e finalmente ser feliz, ter a nossa família

Rio cinicamente da cara dele

– Cê tá brincando com a minha cara né? Eu não sou nem louca de insistir no mesmo erro, eu não vou "passar uma borracha" em tudo, porque só eu sei o que eu sofri por todo esse tempo, que você tava vivendo sua vida como se nada tivesse acontecido, JP eu vou pedir por favor que você sai da minha fazenda e não olhe pra minha cara, nem se quer fale de mim pra qualquer pessoa - termino de falar e espero que ele se retire

– Por favor Amanda, só me perdoa - respiro fundo

– Ok JP, eu te perdoo, mas não por você, agora por favor vai embora

– Vamo tentar de novo - ele tenta pegar a minha mão - Ter a nossa família

– João Pedro... - olho pra ele com desprezo - Não faz eu te pedir de...

De repente ouço barulhos que vinham do mato do lado onde estávamos, olho pra lá e consigo ver uma silhueta masculina, ele solta algum animal no chão. Quando se aproxima vejo Belinha, a minha cachorrinha, vindo em minha direção. Enquanto o homem se aproximava

– Oi fia - Caio me cumprimenta e cumprimenta JP com um aperto de mão - Porque cês não tão no meio do povo?

– O João Pedro queria conversar num local mais reservado, e ele já tá de saída né? - olho para ele, com um sorriso falso

– Então é por causa dele, você já encontrou outro - JP fala

– JP sou eu que não quero mais nada contigo, coloca isso na sua cabeça - digo - agora pela última vez, vai embora, ou eu vou ter que chamar os seguranças - falo e ele finalmente sai, deixando eu e Caio sozinhos

– Esse era o cara que você falou ontem? - afirmo com a cabeça - Se eu soubesse que era ele, tinha chutado ele a ponta pé daqui, porque não me falou?

– Não quero criar escândalos na festa, não quero que nada saia do planejado - digo - Vamo voltar no meio do povo?

– Como a senhorita quiser - ele segura a minha mão e voltamos onde a maioria das pessoas estavam

[...]

Finalmente chegou a hora da minha tão esperada surpresa, antes todos os convidados estavam assistindo no telão toda a trajetória e história da empresa, em seguida ia fazer o que preparei. Minha mãe e Álvaro pegaram o microfone e discursaram um pouco, em seguida passa o microfone pra mim

– Boa noite a todos - digo - Como Álvaro e dona Eliane disseram, também gostaria de agradecer a presença de todos, e agradecer especialmente a todos os trabalhadores que nos ajudam diariamente a levar tudo pra frente, sem vocês a Agro Bragança não teria chegado onde chegou - todos aplaudem - e esse ano preparei algo especial pra três dos funcionários, gostaria de presentear todos, mas quem sabe algum dia... Bom gostaria de chamar aqui Túlio, o nosso gerente de campo, sem ele a gente taria ferrado, Carlinhos, nosso encarregado, sempre tá quando mais precisamos e a Rosi, a cozinheira dessa fazenda que não deixa ninguém passar fome

– Muito obrigado a vocês por sempre estarem nos ajudando e cuidando de tudo com muita dedicação, não só por isso, mas por muitos outros fatores decidi presentear vocês com isso daqui - entrego a eles uma caixinha de veludo preta - podem abrir por favor - digo sorrindo de orelha a orelha

Lembrança BoaNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ