Dante's Inferno: Devil's Destiny

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Imerso no ambiente, embaixo de antigos carvalhos, a luz do sol penetrava por entre as folhagens e batia em seus cabelos grisalhos. Estava cansado de vagar sem direção e, quanto mais adentrava pelos antigos carvalhos, percebera que o lugar era bastante familiar. Movendo-se quase em total silêncio em meio às folhas mortas e galhos secos, ele finalmente chegara à beira do bosque.

Havia uma casinha distante, pequena e destruída. A mesma que ele morou na infância com sua mãe e irmão. Dante apertou o passo, atravessando uma vegetação descuidada e sem vida.

Por um segundo fugaz, as lembranças o dominaram com força. Lembrou-se da mãe, doce e gentil. Lembrou também das brincadeiras com Vergil, uma das favoritas de ambos era lutar com galhos fingindo serem espadas. Era estranho que depois de tanto tempo, ele ainda tinha essas recordações bem vivas em sua mente, frescas como no dia que ocorreram.

Ele alcançou a porta, porém antes de tocá-la a porta se abriu.

Dante parou surpreso.

Foi como voltar no tempo. O sorriso terno e maternal fez todas as sensações esquecidas e camufladas em seu interior tomarem-no com toda potência, um suspiro longo que serviu para remontar uma passagem perdida no tempo. Naquele momento, ele viu-se tal uma criança — voltou aos seus oito anos. Eva estendeu os braços para acolher o filho amado que retornou a casa. Dante aceitou de bom grado o aconchego de sua progenitora, ele nunca admitiria para ninguém, além da própria Eva, quanta falta fazia tal carinho e do seu amor. Perder a mãe fora uma das coisas... Não, fora a pior de todas as coisas que lhe aconteceram. Ele não teve oportunidade de estar com ela e não cresceu sob seu olhar como qualquer filho tem direito.

O calor dela era tão reconfortante, tão sereno.

O ar que a envolvia era calmo e harmonioso.

Por um momento, a quietude reinou absoluta. Eva estava olhando. Seus olhos claros iluminados por um fulgor de alegria, e ela sorria solenemente. Lágrimas começaram a transbordar pelo rosto pálido. Dante tocou docemente o rosto de Eva, enxugando as preciosas lágrimas como se fossem joias inestimáveis.

— Meu pequeno, Dante — ela acariciou o rosto do filho — Meu filho querido. Está tão grande, tão bonito... Mas...

Pela primeira vez, Dante ficou sem fala.

— Por que esta aqui, meu filho? — a angustia tremia em sua voz — Não era para estar aqui. Não é a hora, nem o momento.

— Foi um pequeno erro nos planos, mãe — Dante tentou soar cômico, mas a seriedade em seu tom o denunciou.

Lentamente, sem cortar a ligação de seus olhares Eva conduziu Dante. Era do mesma maneira que fazia quando seus filhos, ainda pequenos, precisavam de atenção e conforto. Logo, sentou-se em uma cadeira e Dante se ajoelhou perante a ela e deitou a cabeça em seu colo. Foi revigorante para ele sentir os dedos e o calor das mãos macias de sua mãe afagarem gentilmente seus cabelos.

— Mãe, sinto muito por não ter conseguido te proteger — Dante sussurrou, o som de sua voz abafado pelos tecidos do vestido branco que Eva usava. — Mesmo depois de tanto tempo, ainda sinto sua falta. Aconteceram tantas coisas... Algumas não pude evitar.

— Eu sei. Não se preocupe com isso por hora. — cantarolou docentemente.

Dante sorriu.

— Lembra quando tinha pesadelos?

— Sim, e eu acabava correndo para dormir com você. Às vezes fingia que tinha pesadelos somente para ficar com você — Dante confessou. Dessa vez, Eva que riu.

Uma risada melodiosa do modo como Dante se lembrava.

— Estive cuidando de você, meu filho.

— No céu? — arriscou, embora não acreditasse no conceito de paraíso e inferno igual aos humanos comuns.

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